10 de outubro de 2011

R.I.P.

O Correio de Pombal morreu, deixou de existir, expirou, foi conhecer o Criador, encontra-se privado de vida, repousa em paz, os seus processos metabólicos pertencem à história, bateu a bota, fechou a cortina e foi juntar-se aos coros celestiais. Bem, a menos que alguém me convença de que é possível fazer omeletas sem ovos! É que, ao ler o jornal da semana passada verifiquei, com pesar, que o falecido título pombalense não tem um único jornalista na redacção.

17 comentários:

  1. Também estranhei, mas como em Pombal tudo é possível...Solução para isto? É fácil, entreguem a PMU, que a PMU resolve.

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  2. Boa tarde!
    Ilustre Professor de números está bem observado nas, veja: quem resiste aos maus políticos deste País com esta crise de permeio?

    Desta vez nem os funcionários públicos!

    Conheci empresas que já foram, outras que estão para deixar de ser e algumas que tinham 20 e mais colaboradores e hoje têm ZERO. Operam com o gerente e os filhos, quando os têm de fim de semana.

    Na semana passada encontrei um amigo meu de infância, teve 12 colaboradores, a quem fiz a pergunta da praxe: então safas-te? resposta: o que me vale é que não tenho empregados e apanhei duas boas encomendas para África. Não ora isso estaria mal, mesmo. Acrescentou em voz alta para quem quis ouvir: estou farto de ser espoliado do meu trabalho e há uns meses a esta parte, para o mercado nacional, recuso-me a vender com factura, se os políticos roubam eu também tenho esse direito, porque eu trabalho e eles não.

    Caro amigo tire as suas conclusões.

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  3. Caro grilofalante1,

    Essa do “professor de números” é para mim? É que, identificar matemática com números é tão redutor como dizer que os responsáveis pela crise são os políticos.

    Criticar os políticos é fácil. Dizer que eles são o pior da nossa sociedade é injusto e falso. É certo que, pelos lugares que ocupam e pelas responsabilidades que têm, deve-lhes ser exigida a máxima competência. Infelizmente, eles já perceberam que, por muito maus que sejam, o povo só fala, fala mas não faz rigorosamente nada (veja-se o caso da Madeira). A culpa, “caro amigo”, é nossa!

    Não lhe levo a mal se não concordar comigo. Imagino que, com o seu amigo empresário, se entretenha com o exercício do “ai se fosse eu quem mandasse!” e conclua que, se assim fosse, o nosso país teria um futuro radiante. Agora a sério: acredita mesmo que era capaz de fazer melhor? Olhe que o seu amigo empresário, pelo que diz, não rouba só a classe política. Rouba-o a si, a mim e a todos os nossos concidadãos. Era com essa equipa que queria governar o país?

    Um abraço,
    Adérito

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  4. Olá!
    Caro Adérito
    Ilustre professor de números é diferente de professor de números, não é redutor. Este título é mesmo para si, fica-lhe bem, digo-o com muito respeito para com um investigador matemático que conheço desde miúdo.

    Nunca levei nem levo a mal a ninguém por debater uma forma de pensar, afinal trata-se apenas de um debate de ideias.

    Quanto às outras afirmações, parece-me, só lhe falta dizer que a alternativa estava na sua esquerda.
    No que respeita à conversa com o meu amigo só vou até onde ele pode ir, nunca esquecendo que os leigos, aqueles a quem os pais não pagaram os estudos, também têm opinião e que a sabedoria popular não necessita de pareceres científicos.

    Os políticos são os culpados, sim, porque não tiveram arte nem engenho para contrariar as adversidades da economia, nem souberam ler as informações estatísticas que lhes iam chegando em catadupa, apenas rechearam os seu bolsos, assobiando para o lado, ignoravam e manipulavam dados e pareceres das mais altas instâncias.

    A mediocridade é generalizado a nível europeu onde impera a fragilização do elemento principal do Estado que é a família e onde se estabelece a rotura de comportamentos éticos todos os dias, não há um idealista capaz de expor um ideal europeu.
    Na Europa apenas impera a devassa, a anarquia do capitalismo selvagem, e a exibição dos troféus sexuais através da imprensa, (veja-se Berlusconi).

    Em Portugal filho de latoeiro pode ser rico e comprar uma ilha. Condição para tal: vá para a política.

    Quanto ao meu amigo de escola, do lado está perdoado, passou fome que chegue, em criança, por isso compreendo a revolta dele.

    Não deixa de ter razão quando diz que nos rouba a todos, é uma agulha num palheiro.

    Com um abraço muito amigo

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  5. Caro grilofalante1,

    Não sou ingénuo ao ponto de acreditar que as soluções estão só de um lado da barricada. Por isso mesmo, sou radicalmente contra as ditaduras, os executivos autárquicos monocolores, etc. Mas, “caro amigo”, não foi a "minha esquerda" quem sacralizou o capitalismo de casino que nos vai levar à falência. E se houve alguém que alertou para os perigos de uma sociedade consumista, assente unicamente nas regras de mercado, foi a "minha esquerda". Pelo contrário, a "sua direita" tem tido como bandeira a liberalização desregrada dos mercados, tem regozijado com os produtos financeiros, tem pactuado com a impunidade dos paraísos fiscais.

    Essa política ultraliberal, teve como consequência a descentralização do poder da política para o sector financeiro. Os políticos europeus são fracos pois os fortes já se aperceberam que não é na política que está o poder. Além disso, o sector financeiro, ao contrário do político, tem estado imune a críticas da "sua direita". Enforquem-se os políticos, destrua-se essa corja de ladrões e de vendidos e, no fim, deixe-se os senhores da finança viver à tripa forra.

    Os políticos têm muitas culpas no cartório. Mas, tal como a matemática não é apenas números, a generalização que pretende fazer é errada e, acima de tudo, perigosa. Nós precisamos de políticos bons (tal como de empresários honestos) e, para isso, temos obrigação de dignificar o seu trabalho sem deixar de sermos exigentes.

    Abraço,
    Adérito

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  6. Olá!
    Ilustre professor de números estou parcialmente de acordo consigo.
    A sua esquerda, quando a direita lhe dava um rebuçado, batia palmas. Tudo corria bem a caminho de um estado social, escondendo e manipulando dados económicos, esbanjando dinheiros públicos provenientes dos nossos impostos, pagando ordenados dourados a quem não trabalhava, premiando, os malfeitores e permitindo o enriquecimento sem causa a alguns.

    Ao Estado, em última instância somos todos nós, compete legislar, estabelecer as regras do mercado e garantir uma igualdade de direitos e oportunidades aos seus cidadãos.
    O nosso Estado Social não o fez e hipotecou a alma do povo aos banqueiros deste PAÍS, que continuam a alimentar as OFF SHORES com os impostos que não pagam. O tal pequeno industrial, que referi, não rouba na vida o que eles desviam num dia para as offshores. Os pequenos roubos que o industrial faz ainda ficam no circuito económico a produzir riqueza.

    Parece-me, isso sim, que os políticos criaram um polvo que não conseguem controlar motivado pela dependência financeira do Estado.

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  7. Caro grilofalante1,

    Já deixei claro que não sou professor de números e, se insistir na referência, pode ter a certeza que perderei o lustre.

    Ao confundir o estado social - uma das grandes conquistas da humanidade - com os prémios churudos, as clientelas, os especuladores financeiros - a "sida da economia mundial", nas palavras de Jacques Chirac - mostra porque estamos em lados opostos da barricada. Mas, numa coisa estamos de acordo: "o estado somos nós". E, com o exemplo da Madeira, mostrámos (mais uma vez) que queremos continuar a alimentar o polvo.

    O conteúdo do post prende-se, no entanto, com a situação d'O Correio de Pombal e é esse assunto que eu gostaria de discutir.

    Abraço,
    Adérito

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  8. Olá!
    Caríssimo não perca o lustre, não se justifica, deve imaginar, isso sim, o carinho com que o trato ao digitar a referência: Ilustre Professor de Números.

    Não estou confuso, falo claro e direito e, pelo que escreve, temos muitas afirmações em comum, apesar da sua preferência partidária.

    Quanto ao correio de Pombal, já o afirmei, se não há fluxo económico as empresas vegetam e, obviamente não há publicidade.

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  9. Caro,

    Na última edição do jornal, a publicidade (incluindo anúncios pagos e publicidade encapotada) ocupou mais de 12 páginas. Como o jornal tem 24 páginas não me parece nada mal. Mas também acredito que, com a crise, muitas empresas não paguem a tempo e horas (ou não paguem sequer) a publicidade.

    Sou assinante do jornal e não estou a pensar cancelar a assinatura. Mas, se formos a ver bem, o que deveria fazer era isso mesmo. O manter a minha assinatura corresponde a um voto de confiança na qualidade do jornal. Se, de um dia para o outro, o jornal deixar de o ser (não há jornais sem jornalistas), essa confiança acaba.

    A questão é que é difícil fazer jornalismo em Pombal. O poder não pode ser afrontado sob pena de exercer chantagem sob quem o critica. E esse facto parece não incomodar a população. Com constrangimentos desta natureza, o trabalho do jornalista fica seriamente comprometido, a qualidade do jornal ressente-se, os assinantes desaparecem, a publicidade evapora-se.

    Abraço,
    Adérito

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  10. A questão, Adérito, é exactamente essa.

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  11. Caro Dr Adérito,
    O Correio de Pombal é um dos exemplos dos muitos casos que existem em Pombal.
    Já sem ir para o aspecto da propriedade, quando um jornal é dirigido por quem não é jornalista profissional está tudo dito. E quando a administração interfere na direcção editorial, ainda pior.
    No Correio de Pombal existem jornalistas profissionais. Estão é sem qualquer direcção ou coordenação. Com a agravante de serem de fora e não terem sensibilidade para as questões locais.
    Agora, pelo facto da saída de uma pessoa (conforme li hoje no jornal a nota de direcção) que estava na redacção mas que de redacções percebe muito pouco não abala, em nada, o jornal. Antes pelo contrário, digo eu.
    O facto da perda, contínua, da qualidade do produto que é vendido aos assinantes e aos anunciantes, a questão é mais profunda. E, como disse anteriormente, começa no topo da estrutura.
    Por acaso o dr Adérito que, por diversas vezes, já farpeou sobre a ausência de nomes na ficha técnica, relativas à redacção, já observou bem que não sabe quem é o administrador? nem quem detém mais de 10% do capital social, como é obrigatório por lei referir?

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  12. Olá!
    Caríssimos de jornalismo sei muito pouco, só me ensinaram a ler.

    Estou de acordo que, com 50% do jornal ocupado com publicidade, não será por falta de receitas comerciais que o jornal é mau. Por exclusão de partes temos três hipóteses:

    A - O jornal não consegue cobrar dos seu clientes o serviço prestado, a publicidade.
    B - Os jornalistas são pouco observadores.
    C - A direcção do jornal vêta os artigos ou não têm competências para a direcção do mesmo.

    Um abraço

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  13. Caro grilofalante1,

    Mais uma vez errou o porta-aviões. Não se trata de saber se os jornalistas d’O Correio de Pombal são muito ou pouco observadores. O grave é não existirem jornalistas na redacção do jornal! Quanto a aspectos particulares de gestão sinto que não tenho competências para emitir uma opinião abalizada mas, não sei porquê, estou tentado a concordar com o Rafeiro no Pombal. O que sei é que, enquanto cidadãos, devemos ser mais exigentes quanto à qualidade da nossa imprensa e do nosso poder local. E, verdade seja dita, em Pombal temos andado muito distraídos.

    Abraço,
    Adérito

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  14. Olá!
    Segundo o Sr. Rafeiro no Pombal existem jornalistas profissionais no jornal, bem ao contrário do que afirma. Em que ficamos?

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  15. Bem, se existem têm vergonha de o dizer, será? É que a ficha técnica de um jornal (ou qualquer outra publicação) existe com o propósito legal de informar publicamente os leitores sobre quem faz o quê. Logo, se no item Redacção aparece apenas um advogado que não é jornalista, é fazer as contas, como dizia o outro...

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  16. Há alguns anos que não compro o Correio de Pombal.
    Por vezes, leio o que me interessa do jornal que o homem que me vende o café disponibiliza em cima do balcão.
    Não o compro porque a qualidade do produto que me é oferecido não me convence.
    Nada tem a haver com a falta ou não de jornalistas profissionais. Mas no seu global, não me satisfaz.
    E como o Correio de Pombal é um produto que nos é vendido, só compro quando preciso ou quero.
    À semelhança com outros produtos, jornais ou canais de televisão.

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  17. Caríssimos, não me vou pronunciar sobre O Correio de Pombal, apenas pretendo realçar a minha firme opinião de que o jornalismo não pode ser o palco da política ou dos interesses instalados.
    Jornalismo é informação. Jornalismo não é crítica. Jornalismo é estar atento, e dar a conhecer o que deve ser tornado público e tem interesse para a comunidade, independentemente dos actores.
    Divulgar o que acontece, sem fazer "casos", de forma objectiva e indubitável.

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