Se, como tudo indica, Narciso Mota avançar mesmo, as próximas
eleições autárquicas disputar-se-ão entre dois galos bravos: ele e Diogo
Mateus. A terceira via caiu, se alguma vez se começou a erguer.
Neste contexto, a concelhia local do PSD limitar-se-á a
cumprir, sem grande entusiasmo, a orientação dos órgãos nacionais: apoiar a recandidatura
dos presidentes em funções, travando, desta forma, o regresso ao poder dos
autarcas que foram afastados com a lei da limitação dos mandatos.
Consegui-lo-ão? Em Pombal, as dúvidas são mais do que muitas. Por cá, a tradição
diz-nos que o candidato do PSD vale mais que os outros todos juntos, mas
Narciso Mota, neste momento, valerá mais do que qualquer candidato do PSD,
nomeadamente o actual presidente da câmara.
Narciso Mota é uma ameaça terrível para todos, porque é
favorito e tem uma autonomia estratégica invejável: ganhando, ganha a todos, e,
perdendo, não perde nada. Cientes disso, os outros partidos movimentam-se para
o aliciar ou apoiar, se avançar como independente. É uma opção que parece
interessante – oportunidade de ganhar alguma coisa sem esforço - mas que não
assegurará ganhos a nenhuma das partes, nomeadamente a Narciso Mota, cuja força
advém do povo, não de estruturas partidárias - para ele são parcelas que não
somam, reduzirão até o seu espectro eleitoral.
Diogo Mateus enfrentará uma batalha de ganha-ou-morre. Se
ganhar afasta definitivamente a ameaça, se perder morre politicamente, sem
glória e sem honra. Ficará para os anais da política local como a histórica de
um príncipe que em pouco tempo perdeu um reino pacificado e rico.