O tal pinheiro desgovernado estatelou-se no chão sem antes
ter raspado e arrancado umas telhas numa casa próxima. Mas o pior foi o que
veio depois, muito tempo depois.
Testemunhas presentes no momento do incidente garantem que a
queda do pinheiro não provocou danos significativos na habitação próxima; mas
se os provocou, o correcto teria sido a reparação imediata dos danos pela
entidade que os provocou – Câmara ou PMUGest - ou activando o seguro que
deveria existir. Mas não há registo de qualquer pedido de indemnização ou
reparação dos danos pelos proprietários nem da intervenção das responsáveis
pelo abate. Por outro lado, a Junta de Freguesia das Meirinhas – território do
pinheiro – nada fez, porque nada tinha a fazer.
Então, porque é que a Junta de Freguesia de Vermoil, que não
tinha nenhuma responsabilidade no sucedido, se meteu - passados dois anos – ou quatro
como dizem testemunhas presentes - neste caso, pedindo à Câmara um subsídio
para a “Reparação de danos numa casa” causados por “corte do pinheiro que caiu
sobre a habitação em fins de Marco de 2014”? E porque é que o pedido é feito
com um orçamento de 7000 € e a informação ao executivo solicita um subsídio de
1450 € + IVA a pagar à Junta? Se a reparação foi feita e acarretou despesas – o
que não é seguro – e, se foi feita de imediato, como dizem, porque é que o
pedido de subsídio foi feito anos depois? E porque é que não apresentaram factura
da reparação?
Bem sabemos que o presidente Ilídio é muito piedoso. E que o
piedoso não é, simplesmente, movido pela preocupação com felicidade do outro,
mas pelo seu próprio prazer, pelo retorno da (suposta) boa-acção, pelo
benefício próprio. E como o demônio dos homens é o amor ao poder, o homem
político é um piedoso falso.
A história do pinheiro desgovernado que deu origem a um
subsídio é uma farsa, ridícula e muito mal enjorcada, que expõe a falta de
decoro dos protagonistas até ao enjoo.