16 de dezembro de 2016

Tal Presidente Tal Povo

Aqui ao lado, em Ourém, o presidente da câmara municipal está há anos em insolvência pessoal, com dívidas de mais de 4,6 M€. Em 2014, um empresário interpôs-lhe um processo de insolvência pessoal por uma dívida de 350 mil Euros; mas Paulo Fonseca empurrou a inevitável declaração de insolvência, recurso após recurso, até ao Tribunal Constitucional.
Pelo meio, Paulo Fonseca ganhou as eleições no estado de insolvência pessoal amplamente conhecido e exerceu o mandato. Entretanto, o Tribunal Constitucional confirmou a inevitável insolvência pessoal, o que lhe retira a idoneidade necessária para se manter no cargo e para se candidatar nas próximas eleições. Mas o malabarista Paulo Fonseca não quer ficar por aqui; prepara-se para contornar a decisão do Tribunal Constitucional através de um acordo artificial com os credores. Este caso mostra, até à saciedade, o estado de degradação e de desagregação do regime, e a falta de sentido ético mínimo da sociedade em geral e dos Oureenses em particular.
Expõe a Justiça, que permite que um tipo, sem pingo de vergonha e sem qualquer possibilidade de reverter o estado de insolvência pessoal (com o rendimento que tem e quer manter, nem que dure mil anos honra os compromissos), goze de idoneidade para exercer cargos públicos; expõe as debilidades do Sistema Democrático; e expõe o partido – PS - que o candidata e apoia esta desvergonha. Mas expõe também uma sociedade cívica e politicamente corrompida até à medula, constituída maioritariamente por pessoas sem vergonha, sem carácter e que não distinguem já o bem do mal.

1 comentário:

  1. Pessoas como ele, só desacreditam ainda mais a política.
    Passa-se a ideia de que a política é para salvação pessoal, em vez de colocar os interesses de todos à frente.
    Pior ainda é para o partido que o apoia. Só mesmo pelo sabor a poder. Mas isso é comum a todos os partidos - uns mais outros menos.

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