Aqui ao lado, em Ourém, o presidente da câmara municipal está há anos em
insolvência pessoal, com dívidas de mais de 4,6 M€. Em 2014, um empresário
interpôs-lhe um processo de insolvência pessoal por uma dívida de 350 mil
Euros; mas Paulo Fonseca empurrou a inevitável declaração de insolvência,
recurso após recurso, até ao Tribunal Constitucional.
Pelo meio, Paulo Fonseca ganhou as eleições no estado de
insolvência pessoal amplamente conhecido e exerceu o mandato. Entretanto, o
Tribunal Constitucional confirmou a inevitável insolvência pessoal, o que lhe
retira a idoneidade necessária para se manter no cargo e para se candidatar nas
próximas eleições. Mas o malabarista Paulo Fonseca não quer ficar por aqui; prepara-se
para contornar a decisão do Tribunal Constitucional através de um acordo artificial com os credores. Este caso mostra, até à saciedade, o estado de
degradação e de desagregação do regime, e a falta de sentido ético mínimo da
sociedade em geral e dos Oureenses em particular.
Expõe a Justiça, que permite que um tipo, sem pingo de
vergonha e sem qualquer possibilidade de reverter o estado de insolvência pessoal
(com o rendimento que tem e quer manter, nem que dure mil anos honra os
compromissos), goze de idoneidade para exercer cargos públicos; expõe as
debilidades do Sistema Democrático; e expõe o partido – PS - que o candidata e
apoia esta desvergonha. Mas expõe também uma sociedade cívica e politicamente corrompida
até à medula, constituída maioritariamente por pessoas sem vergonha, sem
carácter e que não distinguem já o bem do mal.
Pessoas como ele, só desacreditam ainda mais a política.
ResponderEliminarPassa-se a ideia de que a política é para salvação pessoal, em vez de colocar os interesses de todos à frente.
Pior ainda é para o partido que o apoia. Só mesmo pelo sabor a poder. Mas isso é comum a todos os partidos - uns mais outros menos.