Compra de Cemitério, um estrugido de podres


A discussão da proposta da câmara de aquisição do cemitério dos Mendes, à associação local, foi um verdadeiro estrugido de podres: obra ilegal; obra para actividade vedada a privados, obra financiada com subsídios e fornecimentos de materiais à-la-carte, sem aprovação e sem registos; e, finalmente, a aquisição de uma coisa que é do povo (foi feita pelo povo), com o dinheiro do povo, novamente com o dinheiro do povo.
Depois - também grave-, a débil oposição que temos: um e outro, enterrados até ao pescoço no lodaçal (mas com o outro, a propor um esquema, à socapa, que os salvaguarde, que os proteja; outra, a mostrar, novamente, uma incapacidade política confrangedora, agarrada a formalismos e ao preço (neste caso não é, claramente, a questão fulcral); a Anabela, que neste ponto, foi a melhor – não disse nada.

28 de abril de 2018

Ó minha senhora...




Narciso Mota deve cada voto do movimento que criou para as autárquicas a ele próprio. Só. Tenho para mim que cada cromo que escolheu para completar a caderneta contribuiu claramente para a sua derrota. Atente-se neste discurso, que só um assomo de benevolência de Diogo Mateus permitiu, num ponto que nada tinha a ver com o assunto enrolado pela vereadora Anabela.
Parecia que estava a adivinhar.

Oh Narciso

Faz o que é preciso…
Foste poderoso, estás impotente; foste temido, estás frouxo; foste obedecido, és desobedecido; promoveste quem te despromove; pagaste tudo, nada recebes…
Põe travão nesta patética forma de fazer oposição.
Publicado por:Adelino Malho

25 de abril de 2018

Dez anos de Farpas


Quando, na noite de 24 para 25 de Abril de 2008, lançámos o Farpas, com o propósito de “farpear os interesses e os poderes instalados, os oportunistas e os manhosos, a hipocrisia e o servilismo, a obscenidade e o desperdício. E dar nota do gesto simples e desinteressado, da exemplar cidadania e da excelência”, estávamos longe de imaginar que a aventura cumpriria uma década, nomeadamente com a penetração e o reconhecimento, entretanto alcançado. Nós fizemos por isso, e as circunstâncias ajudaram muito.
Preocupámo-nos, desde o início, em fazer uma coisa séria, com estilo e propósito claros. Começámos pelo mais simples: apontar casos que evidenciavam os vícios e os podres dos poderes instalados; depois, evoluímos para a crítica sociopolítica incisiva, fracturante, mordaz. Ao mesmo tempo, fomos melhorando o embrulho com mais imagem, cartoons e, mais recentemente, vídeo – obrigado Diogo. Há pouco mais de três anos entrámos no Facebook - em boa hora o fizemos…
Passados dez anos, somos o que somos, porque como escreveu pessoa, no poema que serviu de mote ao debate do 10.º aniversário, “somos do tamanho do que vemos…e não do tamanho da nossa altura”nunca fomos tão poucos e nunca valemos tanto! Na verdade, somos grandes por que vemos muito. Da janela das nossas casas no cimo do nosso outeiro, de lados opostos, vemos este (nosso) universo, este Pombal.
A nossa única riqueza – como diz Pessoa – é ver. Ver o que a maioria não vê ou não quer ver. Nestes dez anos apurámos muito a capacidade de ver, de ver para além da superfície, de radiografar a realidade. Nesta aldeia que Pombal continua a ser, não “existem grandes casas que fecham a vista à chave”. Aqui, o céu e o inferno estão à vista do olhar atento; e a realidade mais obscura está logo debaixo do véu, basta levantá-lo. Sim, nesta aldeia, conhecemos-nos todos, o presente e o passado, o que é bom e mau. Bom por que nos permite ver tudo com mais clareza, antecipar passos, movimentos, alinhamentos, intrigas, rupturas…Mau por que farpeamos gente conhecida, pessoas de carne e osso, amigos ou inimigos, das nossas vidas.
A missão a que nos propusemos não é fácil, nomeadamente numa terra onde existe uma profunda aversão à crítica; numa cidade maioritariamente constituída por gente que veio da aldeia para o meio urbano, mas trouxe a aldeia consigo; assumimo-la porque alguém a tinha que fazer.
Nestes dez anos, o que conseguimos? No debate, o Adérito afirmou: só derrotas! E justificou-o com os resultados eleitorais. Não subscrevo a avaliação. Prefiro olhar para o copo meio cheio: estimulámos e enriquecemos muito a cidadania, a cultura política e o debate de ideias. E nós crescemos, também, muito neste processo; porque acreditamos que a troca de ideias, como afirmou Bernad Shaw, é a troca mais enriquecedora, porque quando  quando se troca uma ideia com um amigo, cada um fica com duas ideias. Muita gente instruída não percebe isto, mas quer ter sucesso na vida pública. O Farpas vai continuar a praticar a troca de ideias.
Viva o Farpas. Viva a Liberdade.

23 de abril de 2018

A propósito do discurso do medo

Em Democracia, o discurso do medo é a confissão da impotência. Em Democracia só os medrosos têm medo. Em Democracia há medo? Em Pombal há medo? Há! Pela simples razão que há medrosos - muitos!
Os medrosos são ineptos na política; logo, não devem estar na política.

20 de abril de 2018

Café (des)Concerto

Regozijamo-nos com a forte adesão ao jantar-debate comemorativo do 10.º aniversário do Farpas e da Liberdade. Tínhamos projectado um evento maior - um encontro de nacional de blogs. Amputaram-nos a ambição, mas não a determinação.
Aludindo à relevância e ao carácter excepcional do evento e da data, para o Farpas e para Pombal, solicitámos, com a devida antecedência, o Café-Concerto. Mas o tecnocrata, o “velho do Restelo”, que convive muito mal com crítica e não revela sentido de serviço público, recusou. Com a recusa não prejudicou o Farpas, prejudicou-se; não se desforrou, enterrou-se mais. Prejudicou o espaço morto que não sabe dinamizar e rentabilizar, e prejudicou muitos pombalenses. Em resumo,  prejudicou Pombal.
Bem pode Diogo Mateus clamar, na AM, respondendo a uma questão sobre supostos abusos na realização de determinado tipo de eventos, que o que interessa é dinamizar o Café Concerto e que todo o tipo de eventos são bem-vindos, independentemente da sua proveniência ou tipo. Diogo; com ajudantes destes, nunca serás ajudado.

19 de abril de 2018

Esgotado!


Amigos: Uma extraordinária adesão ao aniversário do Farpas leva-nos a comunicar a todos que as inscrições para o jantar-debate fecharam esta manhã. A lotação está esgotada! 
Tudo se encaminha para conseguirmos transmitir esse momento tão importante para a liberdade de expressão e para a democracia em Pombal. Estejam atentos!

16 de abril de 2018

Pombal spring fest


Está a decorrer a KLIK, Semana da Juventude de Pombal. Entre road shows, sessões inspiring e comedy, seminários onde se aprende o que é o mentoring e o papel dos business angels, entre outros temas, o programa conta ainda com DJs e live concerts. Amazing! Do riquíssimo programa, destaco (talvez pelo contraste) o baile abrilhantado por Graciano Ricardo. Os jovens pombalenses terão, mais uma vez, a oportunidade de poder dançar ao ritmo do artista fétiche do PSD local. Para o ano espero que os nossos autarcas não se esqueçam da teclista Vânia Marisa. Ou do performace pombalense Dr Zappa, que tanto apoiou a comitiva laranja nas últimas eleições. Aí sim, aplaudia de pé.

15 de abril de 2018

10 anos de Farpas: o jantar-debate




O Farpas comemora 10 anos no próximo dia 25 de Abril. Começamos a festa de véspera, na noite de 24, com um jantar-debate que promete. Para nós, é hora de repensar tudo, de discutir, de abrir os olhos ao mundo e perceber o que acontece à nossa volta. Vamos ouvir as experiências de outros blogues, como o Aventar e o Azinheiragate. E que honra é ter connosco a plataforma É Apenas Fumaça! Sabemos que o povo é sereno, e que alinha numa boa conversa. Como os lugares são limitados, é imprescindível reserva para qualquer um d'Os da Casa ou para o mail farpaspombalinas@gmail.com
Venham daí fazer a festa da liberdade ;) 

13 de abril de 2018

Raspanete

Ao contrario do que lhe é habitual, José Gomes Fernandes usou o registo enigmático para passar um grande raspanete ao(s) político(s) que “não sabe(m) dizer “não””, “não tomam as medidas que são necessárias …porque tenta-se ser agradável, ir pelo mais fácil” e “não podem andar permanentemente na comunicação social…e nas redes sociais”.
Para quem é estava ele a falar? Não era, com certeza, para os políticos da oposição; por que esses, coitados, não podem dizer “não”, não podem ser agradáveis, nem podem andar na comunicação social.

12 de abril de 2018

Oh doutora Ofélia

Ele já a tinha avisado para não se apoiar em papéis escritos por outros…
Por que é que lá foi, no ponto seguinte, com os mesmos papéis/argumentos? Acusou; ele pediu-lhe que apontasse exemplos; e a doutora calou-se!
Resultado: foi ao tapete, desta forma comovedora…

A independência tem uma prima

...que vai sempre à Assembleia Municipal de Pombal, envolta num sectarismo atroz. O doutor João Coucelo sabe bem que não é por dizer banalidades com ar superior que as mesmas se tornam verdades absolutas. Bem pode ele dourar a pílula quanto quiser, que a realidade é uma chatice. Ora vejam:


11 de abril de 2018

Nesta, a presidente esteve bem

A presidente da AM não tem estado à altura do cargo - tem vestido sistematicamente a camisola do partido.
Mas nesta esteve bem! Na verdade, não era uma questão de defesa da honra, era uma questão de saúde – de saúde mental. Percebeu-o rapidamente, ao contrário do outro.

Os presidentes (des)alinhados

Nas últimas eleições autárquicas, o PS e o movimento de Narciso Mota (NMPH) só tiveram uma única alegria: vitória na junta da Redinha (PS); vitória na junta do Oeste (NMPH).
Foram vitórias de Pirro. Depois de eleitos, os dois presidentes de junta colaram-se, de imediato, à maioria; e (parece que) Paulo Duarte e Gonçalo Ramos cortaram qualquer alinhamento político com as forças pelas quais foram eleitos. No Oeste, o presidente vai soar as estopinhas para derrubar a oposição que o PSD lhe faz, pelo menos (ou apenas...) localmente, a não ser que Diogo Mateus dê ordens ao nosso lacaio do partido para abrandar.
Tudo isso é bem visível na Assembleia Municipal: alinham sempre com a maioria e contra as forças pelas quais foram eleitos; e fazem-no de forma gratuita, já que, ali, não contam para nada.
Esta postura política ultrapassa, em muito, a quebra (pontual) da indispensável solidariedade política: configura traição política – mudança de campo. 

O caso do CDS em Abíúl, no último mandato, deveria servir de lição. Mas para isso é preciso que a oposição seja capaz de aprender. O resultado está à vista de um cego.

10 de abril de 2018

O Jovem Deslumbrado – Take II

O jovem João Antunes do Santos atingiu a maioridade política e, talvez por isso, mudou o registo: delegou o discurso laudatório ao poder nos novos jotas e assumiu o encargo de bater na oposição.
Na primeira investida escolheu mal o opositor. Resultado: foi ao tapete. Na última assembleia, voltou a escolher mal a temática e os argumentos; mas, como não teve réplica adequada, fez o seu pequeno brilharete.

Este tipo de jovens, formatados na cartilha neo-liberal, salivam e mordem logo o isco quando ouvem falar de impostos – no caso, subida da carga fiscal -, mostrando, regularmente, ignorância do que falam – como foi o caso.

9 de abril de 2018

Tacanhos: olhem para a frente!



Diogo Mateus tem muitas qualidades. Entre elas - como está bem de ver - uma certa predisposição para o digital. "Temos que olhar para a frente!" - diz ele. Talvez quisesse acrescentar "para cima", apontando ao castelo, quando o assunto é o posto de turismo que retirou da entrada da cidade e foi esconder nas muralhas. Nesta conversa, só faltou dizer que o posto de turismo não faz falta nenhuma na cidade, pois que, no concelho onde vive, "qualquer cidadão pega na sua app, no seu portátil" e vai.
Terá alguma razão no que diz, o presidente. Há uma certa franja que o faz, sim. Mas nesse momento senti que lhe faltava um banho de realidade. E intrigou-me - outra vez - por que raio foi ele libertar o espaço construído de raiz para o posto de turismo para lá instalar...uma agência de viagens. É um povo tacanho este, que não alcança a sabedoria dos botões de punho. E que tem o desplante de achar que o handicap do turismo em Pombal é a falta de um posto de turismo à entrada, acessível a todos.
Não, não é. É mesmo a falta de turistas. 

Discussão do Relatório de Gestão

A Prestação de Contas Anuais é – deveria ser - um momento político marcante para o executivo (e o partido que o apoia) e, por maioria de razões, para a oposição. O executivo sujeita-se ao exame com o que fez e os resultados que alcançou; a oposição examina (deveria examinar) o executivo: reconhecer o que o foi bem feito e apontar, fundamentadamente, o que foi mal feito ou o que não foi feito, em função daquilo que o executivo se propôs fazer ou daquilo que a oposição acha(va) que deveria ter sido feito.
Constata-se, repetidamente, que o executivo sabe embelezar a execução com malabarismos orçamentais, e sabe passar a mensagem. A oposição examina mal, ou não examina sequer, e parece não ter consciência que ao examinar mal ou ao não examinar, examina-se.
A oposição contínua sem ânimo, deixou cair os braços ou ergue-os somente para cumprir os serviços mínimos. Só assim se compreende que duas forças políticas - CDS e BE - não tenham, sequer, participado na discussão do Relatório de Gestão; e as outras duas - PS e NMPH - se tenham limitado a listar um conjunto de trivialidades desconexas, sem qualquer fio condutor, e um ou outro ponto vital mal albardado com tautologismos simplórios (exemplo: executou-se mais receita de capital porque tivemos muitos fundos comunitários).
A oposição, da esquerda à direita, revela uma gritante falta de consistência, coerência e memória. Por isso, põe-se a jeito: é facilmente contraditada, desmentida, desqualificada. E, pior ainda: como não replica (no bolso leva só os discursos escritos), sujeita-se, de forma inglória, ao descrédito.
Ora vejam.

PS: bancada da maioria está ao mesmo nível da oposição: fala do que não sabe (exemplo: Saldo de Gerência) e debita banalidades e com pose doutoral. 

Ana e a geringonça


Há muito que queria dar os parabéns ao município de Pombal por ter aderido à Artemrede. Mais ainda quando soube que a nossa vereadora da cultura, Ana Gonçalves, passou a integrar a sua estrutura directiva

A Artemrede tem como grande mentora Catarina Vaz Pinto, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, o que, por si só, é uma garantia de qualidade. Mas a associação é muito mais do que as personalidades e os municípios que a constituem, e a prova está no excelente trabalho que tem desenvolvido, desde 2005, tanto no apoio à criação artística como no da programação cultural.

Um traço que relevo é o facto da rede integrar municípios de quadrantes políticos distintos. A actual direcção, constituída por Catarina Vaz Pinto (Presidente, Lisboa, PS), Luis Dias (Vice-Presidente, Abrantes, PS), Daniel Figueiredo (Moita, CDU), Luis Miguel Calha (Palmela, CDU) e Ana Gonçalves (Pombal, PSD), mostra como equipas com diferentes sensibilidades políticas podem trabalhar bem em conjunto. 

O maior envolvimento Ana Gonçalves nesta interessante geringonça evidencia o forte compromisso de Pombal com este projecto e com os seus objectivos. Numa altura em que se discute tanto a indigência orçamental a que tem sido votada a Cultura em Portugal, é bom saber que Pombal subscreve as conclusões do 2º Fórum Político da Artemrede, onde claramente se defende a necessidade de aumentar de forma progressiva e substancial o Orçamento de Estado dedicado à Cultura. Os meus parabéns!

8 de abril de 2018

Vergonha alheia: o deboche

Já lá vão muitos anos, no tempo em que a Assembleia Municipal era uma coisa séria, assisti a um episódio repugnante: um militante do PSD veio do Louriçal (o Toninho Roque deve lembrar-se disso...), foi espreitar uma reunião, e sem saber as regras, sentou-se no lugar dos deputados. Nesse tempo a disputa fazia-se taco-a-taco entre o PSD e o PS, e na bancada deste último, alguém notou o atropelo - e denunciou-o. Só que, entretanto, na bancada do PSD também se dera pela façanha, e rapidamente foi corrigido o tiro. Quando o deputado socialista chamou a atenção da mesa, já o intruso lá não estava. No PSD riram-se todos muito, fazendo passar por tolo o autor da chamada de atenção, que já não está entre nós. 
Conto este episódio para lembrar que não é de agora o gosto pelo deboche que reina entre os psd's locais, peritos em ser fortes com os fracos e fracos com os fortes. Não encontro palavra melhor que essa tão usada pelos irmãos brasileiros para expressar o que aconteceu naquela última hora da AM, sexta-feira passada, na forma como destrataram a deputada do BE, Célia Cavalheiro.
Aquela gente está ali para nos representar, supostamente.
Pagamos a cada um deles para nos representarem, ainda por cima.
Em cada sessão, cada um ganha qualquer coisa como 76 euros. A conta de luz de uma ou duas famílias. Muitas rodadas de cerveja no Gentil - onde o engenheiro Rodrigues Marques deveria ter continuado. Uns bilhetes para a tourada em Abiul. Uma idas às compras. Ou que seja a falaciosa atribuição a uma instituição de caridade.
O mínimo que esta gente nos deve, a todos e a cada um, é respeito. 
O que aconteceu foi grave. Indecoroso. Vergonhoso - sobretudo para cada um daqueles e daquelas que goza, descaradamente, com o exótico BE, com a cara da Célia. Aqueles e aquelas que, na sexta-feira, mostraram que continuam a ser farinha do mesmo saco, que nunca deixaram de ser, afinal, um único partido.


7 de abril de 2018

O Farpas foi à assembleia

Para sentir o pulsar da coisa ao vivo. Ainda não tínhamos acabado de subir a escadaria e já o Pança, sempre atento às ocorrências, se deslocava para nos receber com muito donaire. O Miguel Saavedra teria gostado, com certeza, de apreciar o momento. O Pança pode ser pançudo, mas tem mais elegância democrática do que muito (falso) democrata de esquerda.
O Farpas ficou surpreendido com a presença do fugidio José Gomes Fernandes, e logo primeira fila, já como adjunto do novo líder do partido. O Manel vai ter o homem certo para bater na oposição; já só falta a oposição.
A assembleia decorreu em tom ameno e cordato*. O retiro espiritual fez muito bem a D. Diogo – gostámos particularmente do seu tom paternalista com o rapaz do CDS –; e os efeitos fizeram-se sentir, também, na primeira-dama: esteve muito menos interventiva.
A oposição marcou presença. Parece, cada vez, com menos ânimo.

*Adenda: se descontarmos o triste momento final.

Regimento, fato à medida


Em Democracia, tal como na sociedade, os interesses são contraditórios; e por sê-lo devem ser contrabalançados; umas vezes com acordos mínimos, outras com acordos máximos, mas nunca abdicando da defesa dos interesses de cada parte.
No jogo democrático parlamentar os interesses da maioria e da oposição são naturalmente divergentes. O regimento do órgão deve procurar contrabalançar essa divergência, proporcionando um debate profícuo de todas as matérias, e assegurando à oposição condições plenas de se afirmar como alternativa, por que, se a alternância democrática funcionar – o que seria desejável –, quem é hoje poder, amanhã será oposição, e vice-versa. Só que, em Pombal, há muito se perdeu esta noção; há muito que a maioria impõe e a oposição aceita. O regimento da AM, agora revisto e aprovado, traduz na plenitude esta realidade.
António Pires ainda esperneou; mas cedeu, tal como os outros (todos) à unanimidade burra da aprovação de um regimento que desvirtua o jogo democrático. No parlamentarismo existem dois momentos igualmente importantes: o momento da discussão e o momento da decisão. No momento da decisão, o peso na decisão é proporcional à representação de cada força política (princípio da proporcionalidade); mas no momento da discussão, as diferentes forças devem ter igual oportunidade de expressar os seus argumentos. Em Pombal, a oposição está tão vergada que há muito perdeu a consciência dos seus direitos e deveres, ou sente-se mais confortável não os exercendo.

6 de abril de 2018

Guia prático para utilizadores da Assembleia Municipal



foto: Diário de Leiria

Reúne amanhã o órgão máximo do município, num ambiente propício a uma boa discussão política. Senão vejamos:
1. O PSD está sem liderança desde há duas semanas (Pedro Pimpão despediu-se do mandato no facebook), pelo que a reunião da AM será não apenas um teste como um palco para o novo líder, que há-de ser eleito em Maio, "quando o sangue novo atiça" - lá dizia o poeta. 
1.1. Espera-se uma entrada em pleno de José Gomes Fernandes.
1.2. É reservar lugar para assistir a esse desfile de líderes-de-bancada na primeira fila. Juntar João Coucelo e JGF do mesmo lado da barricada tem tudo para correr bem.


2. O PS está motivadíssimo depois do "congresso histórico", pelo que os quatro magníficos (alô dr. Célio, é amanhã. Se não puder avise. Não faça essa desfeita a quem o convidou com tanto empenho) deverão levar preparado um naipe de intervenções políticas como a ocasião merece. 


3. Do CDS e do PP esperam-se intervenções várias.
a) Henrique Falcão estará a elencar o conjunto de elogios possíveis ao executivo.
b) Ricardo Ferreira (ou Pedro Pinto) estarão a fazer todo um trabalho de casa. Apostamos em como o tema das florestas e das responsabilidades que o município não assumiu virão à baila? E bombeiros...a talho de foice.


4. O NMPH...pois o NMPH é um problema. Assumir o papel de oposição é tão estimulante como comprometedor. Com a ausência anunciada de Manuel Barros (as melhoras, daqui lhe desejamos) vamos ver quantos galos cabem naquele poleiro.


5. Finalmente, o Bloco de Esquerda. É exótico achar piada às propostas do BE. Mas desde que uma única deputada conseguiu fazer aprovar uma medida - não obstante a ameaça por parte de certo dirigente do PSD de que isso nunca mais aconteceria - que a maioria tem cautelas e caldos de galinha. Mas não lhe basta. A presidente-em-modo-secretária viu-se obrigada a enviar duas versões da ordem de trabalhos aos deputados, pois que insistia em deixar de fora as quatro propostas adiadas na última sessão. Vamos ver que bancadas têm coragem de denunciar que o rei vai nu, que não é o presidente da Câmara que decide o que a presidente da AM deve ou não incluir na agenda. Não é bom para ninguém, nem sequer para a auto-estima da senhora. Para a democracia, pois.

5 de abril de 2018

Revisão do Regimento da AM


Amanhã, vai à Assembleia Municipal (AM) a discussão e votação o novo regimento. De novo, para além das intervenções do público passarem do final para o início da reunião, nada. E esta alteração far-se-á por que aqui a exigimos; e por que a discussão, muito participada, que depois se fez, deixou pouco espaço para manter o anacronismo.
Muito mais haveria a fazer - ao nível regimental - para tornar os debates mais frutuosos. Mas quem caminha ao pé-coxinho não pode dar grandes saltos. Por isso, fica (quase) tudo na mesma…
Todas as forças políticas, representadas na AM, participaram na comissão informal de revisão do regimento; resta saber duas coisas: (i) se todas se revêm no documento e o aprovarão; (ii) e, por consequência, que conceito de Democracia (representativa) têm.

3 de abril de 2018

Retrato da gestão do ciclo eleitoral


O gráfico anexo, retirado do Relatório de Gestão, mostra a Evolução da Despesa nos últimos 5 anos; demonstra a gestão cuidadosa do ciclo eleitoral: forte despesa de capital em ano eleitoral, queda abrupta nos primeiros anos de mandato e nova subida no ano eleitoral.
O que é que isto provoca?
1.º - Eficácia eleitoral no uso da despesa de capital.
2.º - Ineficiência na gestão dos recursos.

2 de abril de 2018

Notícias do concelho que se diz amigo das famílias


Como assinala o JN, em 2017 (com efeitos na declaração que agora vamos submeter), 114 concelhos devolvem parte ou o total do IRS a que têm direito. Pombal não consta da lista – não devolve IRS às famílias de que se diz muito amigo.
A CMP tem dinheiro a mais: terminou 2016 com 8,9 milhões e 2017 com 5,4 milhões de Saldo de Gerência positivo. Ou seja: recebe mais do que aquilo que necessita; e, pelo meio, ainda faz obras que não são da sua responsabilidade. No final sobra-lhe muito, mas não devolve nada.