28 de maio de 2018

Quem faz xeque-mate a isto?



No lufa-lufa de eventos que é a Junta de Freguesia de Pombal, calhou-me assistir a dois deles, nos últimos dias: as Pombalíadas (ainda bem que há memória e que no local alguém se lembrava de um evento com o mesmo nome, há muitos anos, organizado por um jornalista desportivo no tempo d'O Eco), e o já conceituado torneio de xadrez jovem. Esta quarta edição juntou mais de uma centena de crianças do primeiro ciclo, que no âmbito das AEC (Actividades de Enriquecimento Curricular) frequentam as aulas de xadrez. Foi uma tarde intensa para as crianças (entre os 6 e os 10 anos de idade) e para os pais. Por ser a primeira vez que acompanhava a minha filha a uma coisa destas, precisei de me habituar à ideia de que, durante quatro ou cinco horas, um amontoado de pais e mães iriam ficar colados às janelas daquela sala da Gualdim Pais. E essa deveria ser a primeira regra de qualquer organização similar - porque intimida os pequenos e é um espectáculo deprimente. Depois veio o essencial: dentro da sala não estavam apenas os professores das AEC's. Estavam promotores de escolas privadas, que vão 'gerindo' os jogos dos miúdos sob diversas formas, com a conivência da Junta de Freguesia. Uma espécie de 'olheiros', ou 'observadores' - como um deles se intitulou, junto de um grupo de pais, à caça de novos talentos.
A introdução do xadrez nas AEC's foi benéfica, no cômputo geral. Despertou nos miúdos esse interesse pelo jogo de estratégia que lhes estimula o raciocínio. Mas não havia necessidade destes números, que colocam a competição acima de qualquer competência, de forma mais ou menos velada. Também não havia necessidade de fazer discursar o actual presidente da Junta, o antigo presidente da Junta, a vereadora da Cultura e a presidente da Assembleia Municipal. Ao final, foi a minha filha que me fez o desenho: "mãe, já percebi que isto é como no Crianças ao Palco...os que andam nas escolas privadas estão sempre em vantagem". Não é assim lá fora, mas Pombal, já se sabe, é um micro-clima.

27 de maio de 2018

Obras tortas e caras

O executivo levou à última reunião o concurso de reparação da Biblioteca Municipal – substituição da cobertura devido a múltiplas infiltrações e substituição do sistema AVAC – no valor de 306 m€. É inadmissível que um edifício público, relativamente novo (com vinte anos), apresente tamanha degradação e exija tamanha reparação.
Em Pombal, a série de obras tortas impressiona o mais insensível. Sinal de muito desleixo e de muita incompetência. É assim no presente e foi assim no passado.
Bem pode Narciso Mota desqualificar o ministro das obras e imputar gestão danosa nas obras. O presente não deve nada ao passado, e o passado não é exemplo. Só assim se compreende que Narciso Mota critique tanto e de forma tão dura a obra – as obras, no geral - e vote/votem favoravelmente.
Confirma-se mais uma vez: poder e oposição* são farinha do mesmo saco. 

PS: o representante do PS – Jorge Claro – limitou-se a assistir; e a dar cobertura ao desmando.

25 de maio de 2018

A atracção pelo infortúnio


Na sessão de abertura da Feira Nacional da Floresta - local, de tudo e de pouca floresta-, o presidente da CMP - Diogo Mateus - anunciou a intenção de desenvolver um novo estudo para a criação de uma Escola Superior de Ciências Agro-industriais e Florestais. Estuda-se o que se desconhece, não o que se conhece. E o que é que se conhece desta matéria? Que os cursos existentes na Agro-indústria têm pouca procura, e na área Florestal praticamente nenhuma.
Nas últimas décadas, os presidentes de câmara (e os seus executivos) têm evidenciado uma gritante incapacidade de prospectivar o futuro do concelho. Continuam a afirmar que o concelho tem muitas potencialidades, mas tem-lhes faltado visão e estratégia de desenvolvimento. Resultado: apostas avulsas e erráticas conduziram o concelho, primeiro à estagnação, depois ao declínio. A realidade socioeconómica está à vista de todos; e os exemplos espalhadas pelo concelho também.
É tempo de abandonar medidas avulsas, arriscadas e sem nenhum enquadramento estratégico. Chega de atracção pelo infortúnio.

14 de maio de 2018

Ajudar os nossos : do desemprego ao voluntariado

Está esclarecido o mistério em torno da alegada contratação de Manuel Serra para a Câmara, para a ADILPOM, ou para outra qualquer bolsa de emprego. Diogo Mateus esclareceu tudo na última reunião de Câmara, conforme explica esta escorreita notícia do Jornal Terras de Sicó (os de cá, caladinhos, que o respeitinho é muito lindo)
Diz o presidente que "não há nenhum contrato, não há nenhum valor estabelecido entre a Câmara Municipal de Pombal e o Manuel Serra”. E explica: “eu desafiei Manuel Serra, que durante muitos anos esteve ligado às matérias relacionadas com a floresta, para de forma graciosa auxiliar a ADILPOM nos contactos comerciais para a Feira Nacional da Floresta”.
Cabe aqui um exercício de penitência por parte do Farpas, que terá julgado erradamente o conde do Oeste. Afinal, sabendo que foi punido nas urnas por não ter trabalhado como deveria, Manuel Serra penitencia-se agora e, em regime de voluntariado, vai suar as estopinhas para que Diogo Mateus fique bem na fotografia da Feira da Floresta. (Cheguei a pensar que havia até um vereador com esse pelouro, mas foi engano meu, certamente).
Tenho para mim que tanto Catarina Silva como Célia Freire deveriam seguir-lhe o exemplo. A primeira foi punida por não ter desempenhado o cargo à medida de ser incluída na lista de Diogo, a segunda foi punida nas urnas de Ansião, onde o inatingível PSD perdeu as eleições autárquicas. Era de valor exercerem as respectivas funções nessa abnegação, pois que - já se sabe - ninguém entra na política para se servir, mas antes para servir os outros. Que às vezes são nossos, outras (em cerca de escassos 30%, segundo D. Diogo) nem por isso. Azar.

11 de maio de 2018

Se nós não ajudarmos os nossos…(III)


…O presidente da junta do Louriçal – José Marques –, perito no venha-a-nós, juntou-se aos presidentes da junta de Almagreira – Humberto Lopes – e do Carriço – Pedro Silva –, seus correligionários, para contratar, em regime de avença, com o beneplácito da câmara que paga 70% do tacho criado, a ex-vereadora Catarina Silva, sua apoiante e grande amiga, que tinha ficado desocupada depois de ter sido afastada, por Diogo Mateus, dos lugares elegíveis à câmara.
Perderam definitivamente a vergonha… E gozam descaradamente connosco.

10 de maio de 2018

Fantástica Conferência de Motivação Melga


- Olá, Mike! 
- Olá, Melga!...
- Ah, ah, ah, ah, ah... Ah, ah, ah, ah, ah... Eu não gosto nada de te ver assim, Mike. 
- Ó Melga, a verdade é que sou um jovem desmotivado e não sei o que fazer, Melga.
- Fantástico, Mike! Nem de propósito! Tenho a solução para ti.
- Fantástico, Melga! E qual é a solução para mim, Melga?
- Escuta, escuta. Sabes o que vai acontecer já no próximo Sábado em Pombal, Mike?
- Não, Melga, não sei o que vai acontecer já no próximo Sábado em Pombal, Melga. Conta-me tudo!
- Anda cá, Mike, anda cá. Ouve com atenção.
- Estou em pulgas, Melga!
- No próximo Sábado, dia 12 de Maio, no Teatro-Cine de Pombal, podes participar na Fantástica Conferência de Motivação Melga, Mike!
- Participar na Fantástica Conferência de Motivação Melga, Melga? 
- Sim, Mike. Podes participar na Fantástica Conferência de Motivação Melga, totalmente focada no desenvolvimento, evolução e aperfeiçoamento de jovens imperfeitos e desmotivados como tu, Mike.
- Fantástico, Melga! E o que é ao certo a Fantástica Conferência de Motivação Melga, Melga?
- A Fantástica Conferência de Motivação Melga, Mike, é um evento organizado em parceria com o Município de Pombal onde, por apenas 10 euros, podes assistir a fantásticas sessões com títulos em inglês e ainda te oferecem um coffee break, um welcome pack e um fantástico certificado Melga, Mike.
- Fantástico, Melga! Sessões com títulos em inglês, Melga?
- Sim, sessões com títulos em inglês, Mike! Podes assistir às fantásticas sessões eject yourself, networking moment e get inspired, todas elas com o certificado de garantia Melga!
- Fantástico, Melga! 
- Mas se fores smart, Mike, por mais 5 euros podes também almoçar. 
- Fantástico, Melga! Eu sou smart, eu sou smart!
- Espera, espera. Presta atenção, não sejas precipitado. Pela módica quantia de 50 euros, podes ainda ser um jovem platinum, Mike!
- Fantástico, Melga! 
- Com a opção platinum, Mike, podes ter acesso a um almoço VIP e a um fantástico late networking Melga, de meia hora, com os oradores!
- Fantástico, Melga! Vou já comprar o bilhete platinum para a Fantástica Conferência de Motivação Melga, Melga!
- Fantástico, Mike! Com o bilhete platinum da Fantástica Conferência de Motivação Melga, Mike, a tua vida vai mudar para sempre. O triste e deprimido Mike que hoje és vai desaparecer, para dar lugar a um jovem garboso, empreendedor e dinâmico. Agarra já a tua oportunidade, Mike!
- Fantástico, Melga! Vou já a correr inscrever-me antes que esgote!

Onde se dá conta da nova e mui valorosa empreitada do Pança

O Príncipe atazanou e atormentou tanto a Ana que esta afracou e abaixou. Vendo-se com a folclórica Feira da Floresta nas mãos e à porta, mandou de imediato chamar o Conde do Oeste. Mesmo sem contrato, ordenou-lhe que metesse rapidamente mãos à empreitada, que os papéis seriam tratados depois. O conde faz bem o cerimonial, mas não está - nunca foi- habituado a ritmos acelerados. Preocupado…; chamou o Pança.

- Pança? Vinde aqui…

- O que desejais, Alteza? – acudiu o Pança.
- Tenho uma mui valorosa empreitada para vós, onde podereis mostrar, mais uma vez, a vossa raça e desenvoltura: a Feira da Floresta – afirmou o Príncipe.
- Agradeço muito o obséquio, Alteza; mas vem a destempo: ando mui desacorçoado e mui atolado em afazeres, não aguento com mais carga… 
- Aguentas, Pança; sois escudeiro teso e de costas largas …- reforçou o Príncipe.
- Já o fui…, Alteza; mas agora sinto-me enfraquecido, e desagradecido. Acreditai-me, Alteza: mui gostaria de por mãos em tão prestigiante empreitada, mas faltam-me as forças e o ânimo – desabafou Pança com ar desolado.   
- Deixai-vos disso, Pança; e fazei das fraquezas forças…
- Por minha fé, senhor meu Amo; entendei-me: doí-me perceber que muito tenho dado e pouco tenho recebido das companhias em que tenho andado – afirmou o Pança, condoído.
- Pança, não sejais desagradecido: fiz-vos escudeiro famoso, e já prometi – e havei de cumpri-lo, se não me falhardes – fazer-vos cavaleiro – afirmou o Príncipe.
- Começo a ficar farto de promessas…Sou um moiro de trabalho, trabalho para muito Senhor, todos me dão ordens, é “Pança para aqui”, é “Pança para ali”,…, mas no final, é sempre a mesma coisa: um pontapé no rabo e vai dar uma volta! - desabafou o Pança.
- Não estou a perceber, Pança – retorquiu o Príncipe.
- Não estais, Alteza! Se mo permitirdes, explico. Como sabeis: fizeram-se escolhas no partido… Contava concorrer; não o fiz porque não tive apoios, nomeadamente de onde mais contava…
- Não me incomodes com pendências partidárias, Pança. Se vos sentíeis maltratado, deveis resolver a questão com o vosso irmão – ele é que é o cozinheiro desse cozinhado requentado – afirmou o Príncipe.
- Bem sei, Alteza, bem sei... Os nossos são sempre os primeiros a trair-nos. Já me desentendi com ele...Mas Vossa Mercê também me defraudou um pouco – se me tivésseis dado um pequeno empurrão, talvez hoje fosse eu o mandante – e o Senhor dormiria mais descansado…
- Sois mais necessário como escudeiro, Pança – retorquiu o Príncipe.
- Mas eu não quero ser escudeiro a vida toda…Escolheram o Manel. Dizei-me, Alteza: o que é que o Manel tem a mais do que eu? Trabalho não, e vitórias também não! Não é caso para uma pessoa se sentir desagradecido? E pior, Alteza: chutaram-me para um lugar decorativo…Há ingratidão maior? perguntou o Pança.
- A arte da política é muito ingrata, Pança. Devíeis sabê-lo; não vedes a ingratidão de sou alvo todos os dias? – replicou o Príncipe.
- Bem o sei, Alteza; e bem o sinto…!
- Tendes que ultrapassar essas mágoas, Pança; preciso que vos atireis à Feira da Floresta com ganas – afirmou o Príncipe.
- Não consigo, Alteza; vede bem: continuo atolado em afazeres: ainda não consegui desmontar o Festival das Favas (está tudo por aí espalhado); a governação do condado absorve-me muito tempo; aqui uma pessoa nunca tem descanso, ninguém me ajuda: a nova manceba já abaixou, o tira-retratos só faz aquilo - não consigo tocar tanto burro…
- Não vos reconhecei, Pança; já não quereis ser escudeiro? - perguntou o Príncipe.
- Quero, Alteza; mas entendei-me: não posso ser pau para toda a obra; a empreitada da Feira Florestal é responsabilidade do ministro Jota e do seu pajem...
- Já devíeis saber, Pança, que ministro Jota e o seu pajem só servem para as brincadeiras com a rapaziada…
- Sim, ainda estão moços… - anuiu o Pança
- A empreitada da Feira da Floresta é deveras importante, expõe-nos, tem que ser conduzida por vós, que sabeis fazer acontecer as coisas – decretou o Príncipe.
- Mas como é que eu me desdobro, Alteza!?
- Desdobras…Eu mando limpar os destroços do teu Festival das Favas; e tu atiras-te a esta empreitada com como cão a bofes; entendeis?
- Se for assim…- aquiesceu o Pança.
E lá saíram, Amo e escudeiro, felizes e contentes.
                                                                                                   Miguel Saavedra

9 de maio de 2018

Desordem na CMP

A CMP marcou dois eventos anuais para o mesmo fim-de-semana: a Feira da Floresta e o Festival Pombalino.
Reina, como nunca, a desordem no Convento de Santo António: ninguém comunica, ninguém se entende.

8 de maio de 2018

Se não ajudarmos os nossos...(II)

Foto de Carlos Domingues, publicada no FB durante a campanha eleitoral, anunciando "vitória"

Desde o final de Abril que Manuel Serra está investido  pelo município de Pombal a tratar de angariar gente e sucesso para a Feira Nacional da Floresta. Desde que perdeu a Junta do Oeste que o PSD local tentava arranjar emprego ao autarca. Primeiro foi na Associação de Produtores Florestais, mas como não resultou, tentou-se então o Município. De modo que o conde do Oeste (como tão bem o baptizou Miguel de Saveedra) não tinha tempo a perder para mostrar serviço: mesmo antes de anunciada a contratação (ou avença), passou a utilizar um endereço de e-mail e um telefone, em nome da Câmara. 
É preciso nivelar por cima, elevar as relações (incluindo as laborais). Isso de contratos e burocracias é uma maçada para a qual só o povo tem vocação. Ou será uma avença, apenas? Seja o que for, façam lá o favor de esclarecer quem paga. Nós, portanto.

Se nós não ajudarmos os nossos…(I)


A CMP granjeou fama na integração dos desprotegidos desta vida; agora, desacredita-se ajudando os privilegiados da política. A oportunidade dada aos primeiros é louvável, o favorecimento dos segundos é altamente censurável.
Diogo Mateus decidiu ajudar a correligionária Célia Cristina Freire, ex-vice-presidente da câmara de Ansião, que ficou desocupada depois de perder as eleições. Contratou-a para secretária da “vereadora” Ana Gonçalves! O que desagradou os novos dirigentes do partido; ávidos de benesses.
Na CMP, os vereadores são meros secretários do presidente. A vereadora Ana Gonçalves foi, durante vários anos, a excepção: teve poder. Mas perdeu-o, pelos motivos conhecidos (agora está ao nível dos outros). No entanto, recebe o que nunca teve: uma secretária - uma ex-vice-presidente de câmara.
Pergunta-se:
O que leva uma ex-vice-presidente de câmara a sujeitar-se a isto, a uma esmola como secretária de uma “vereadora”?
O que leva Diogo Mateus a dar um tacho político desnecessário e incompreensível? Que vantagens procura obter?
Quando se perde o decoro (e já passamos esse patamar), perde-se a respeitabilidade.

Enfim, os premiados


Timidamente e a contra-gosto, a Junta de Freguesia de Pombal lá divulgou os vencedores do Prémio Literário António Gaspar Serrano, horas depois da publicação do Farpas.  Pelos vistos, ainda servimos para alguma coisa.

Segundo a notícia do Diário do Leiria, os vencedores nas diversas categorias são: Anabela Monteiro Coelho (categoria de Poesia), com a obra "O lastro das Palavras"; Maria Filomena Figueiredo (categoria Conto), com a obra "A Vida, apenas" e João António Silva (categoria Revelação), com o ensaio "Ensaio sobre um passado mais que perfeito". Os meus parabéns aos premiados. Pena que a notícia não nos elucide sobre qual opinião do júri sobre os trabalhos distinguidos. Tratando-se de um evento literário, seria de esperar que a literatura tivesse outro protagonismo (veja-se o bom exemplo dado aqui pela Câmara de Montalegre). 

De acordo com o regulamento, "a Junta de Freguesia de Pombal reserva-se o direito de edição de todos os trabalhos publicados, em regime de protocolo com uma editora nacional". Que eu saiba, até agora nenhum dos trabalhos premiados das edições anteriores foi considerado para publicação. Falta de mérito? Desinteresse da parte da Junta? Dificuldade em encontrar parcerias? Eu arriscava uma resposta, mas temo estar a ser injusto. Vamos lá ver se, no consulado de Pedro Pimpão, as coisas mudam. Lembro o jovem autarca que pode sempre usar o prefácio da obra para elogiar os seus méritos pessoais e uma das badanas para colocar uma foto sua bem sorridente. 

7 de maio de 2018

Mais dignidade!


Só há dois factos interessantes a saber num prémio literário: quem são os vencedores (os verdadeiros protagonistas) e qual o júri (quem prestigia o  prémio). No caso do “Prémio Literário António Gaspar Serrano” é tudo o que não ficamos a saber pelos comunicados da Junta e as notícias da comunicação social.

Em Pombal, os vícios repetem-se. Os meninos da Junta estão apenas interessados em promover-se, organizando galas bacocas onde podem tirar selfies para o facebook fazer discursos pedantes. A comunicação social não revela qualquer curiosidade, não tem espírito crítico, não quer saber. Faz alarde da iniciativa da Junta e despreza quem devia promover.

Que eu saiba, os nomes dos vencedores apenas foram publicitados na primeira edição. António Serrano, vulto maior da vida pombalense, merecia que o evento fosse tratado com outra dignidade. 

Trapalhadas nas eleições no PSD



As eleições para os órgãos concelhios dos partidos - salvo raras excepções - são uma farsa. Limitam-se a um ritual de substituição de um “controleiro” por outro, que se revezam; ou, noutra variante, um testa-de-ferro reserva o lugar para o “controleiro” que já atingiu o limite de mandatos.
As eleições no PSD local, que decorreram sexta-feira passada, seguiram o guião normal. De novo só as trapalhadas: primeiro, com o Manel a fazer-se anunciar presidente antes de o ser; segundo, com este a anunciar publicamente uma lista sem ter obtido a aceitação de todos os candidatos.
Começa mal, o Manel. Fica mais descansado o “controleiro”.

PS: já agora: quem foi eleito para a Mesa do Plenário? E os resultados!? A malta está curiosa...

6 de maio de 2018

Pombal medieval


Em Pombal, o que conta é fazer o número; seja na feira medieval, ou noutra coisa qualquer, porque ninguém leva a mal modernices parolas.
Mas o que verdadeiramente ajudava Pombal seria recordar a época do Renascimento, não a época das trevas, da brutalidade e da miséria.

O extraordinário combate ao desemprego



É assinalável o esforço que o executivo municipal está a desenvolver no combate ao desemprego. Ontem mesmo ficámos a saber da contratação de um presidente da junta derrotado nas últimas eleições, que já assina mails em nome do Município de Pombal - mesmo antes da contratação. Isto sim, é serviço: atribuir um telemóvel e um endereço de e-mail a um futuro funcionário que ainda não o é. 
No seu primeiro mandato, Diogo Mateus quis cortar com o registo "...senão ajudarmos os nossos" e manteve-se firme e hirto no bloqueio à cunha e ao tacho. Mas parece estar a perder esse filtro. O que dizer, por exemplo, da ex-vereadora que (naturalmente com mérito) ficou à frente de umas quantas dezenas de candidatas ao cargo de psicóloga na Comissão Social de Freguesia que servirá Carriço, Louriçal e Almagreira? E cujo lugar de assistente social já estará reservado para quando outra destacada militante do PSD ficar sem trabalho, ao fim de certo projecto? Ou ainda da secretária que vem a caminho (de um concelho vizinho) para apoiar certa vereadora?
Às vezes compreendo os jovens que se deixam seduzir pelo canto da sereia da jota. E lembro-me daquele anúncio de antigamente: "jovens, se tens 18 anos, vem para a GNR". Agora troquem por JSD. E vamos verificar quantos jovens ligados a outros partidos têm tido oportunidades nesse grande empregador que é o município. O primeiro a acertar ganha uma viagem à feira medieval.
 

3 de maio de 2018

Obras tortas e atrasadas


A CMP tem fama antiga – não o proveito – de ser bom (rápido) pagador aos empreiteiros. Nos últimos anos, conquistou, também, junto dos próprios empreiteiros, a fama de ser um bom receptor das obras – recebe-as quando os empreiteiros as entregam, tarde e más horas, e não quando deviam ser entregues.
Os prazos estabelecidos nos cadernos de encargos das obras são, salvo raras excepções, muito longos – o dobro do que seria necessário para fazer a obra. Mas, mesmo assim, a CMP estende-os, uma, duas, três vezes…! Tem sido sempre assim nas principais obras: Centro Saúde, Centro de Negócios, CIMU-Sicó, Obra dos Governos, Casa Varela, etc…
O prazo excessivo e os atrasos na execução das obras não são problemas menores, evidenciam falhas graves de organização e gestão que acarretam prejuízos significativos. Ao contrário do que dizem o presidente e o seu ministro das obras, a responsabilidade pelos atrasos não é dos empreiteiros, é da câmara. Estranha-se, ou nem tanto, que ninguém da oposição seja capaz de o dizer, e de exigir responsabilidades e medidas concretas. Uma obra, antes de incumprir o prazo, antes de ficar atrasada, vai-se atrasando. E vai-se atrasando por falta de acompanhamento, desleixo ou incompetência.
Que câmaras que pagam mal – tarde, a más horas e aos bochechos – sejam mal servidas, compreende-se; mas que isso aconteça, sistematicamente, numa câmara que se gaba de pagar muito bem, demonstra incompetência grave.

2 de maio de 2018

Ousadia e vaidade


Num estilo jactante e gabarola, muito ao gosto de Pedro Pimpão, a Junta de Freguesia de Pombal fez, no facebook (onde mais poderia ser?), o balanço dos seus primeiros seis meses de actividade. O "dinamismo ímpar" e a "ousadia" com que a Junta se adjectiva, só rivaliza com o "apoio fantástico" e o "enorme potencial" usados para qualificar os pombalenses. Nem Pedro Viera faria melhor nas suas "inspirações para uma vida mágica".

A continuar neste ritmo frenético, a Junta de Freguesia corre o risco de acabar (se é que ainda não acabou) com todo o potencial criativo independente em Pombal. Entre tertúlias, palestras, ciclos de teatro, bailes de carnaval, festivais musicais, nada escapa ao dinamismo de Pimpão y sus muchachos. Ao ler a lista incompleta(?) de iniciativas, fico com uma sentimento dúbio: por um lado, não posso deixar de enaltecer a energia da equipa; por outro, tenho que criticar a forma como o supérfluo tem ofuscado o essencial, relegado para o final da lista, num discreto "etc, etc".

Como o tempo é de festa e de exaltação, deixo o meu contributo para as festas populares que se avizinham, talvez para acompanhar com um fadinho conhecido:

Pedro Pimpão e a sua equipa tão airosa
Quis um dia dar nas vistas
E saíu com o Roma e o Pedrosa
P'ra fazer suas conquistas

Manhas antigas, vaidade louca
Anda o Pedrito a bailar de boca em boca
Triste bizarra, em comunhão
Anda em Pombal cabisbaixa a oposição

1 de maio de 2018

Sua excelência o presidente dos social-democratas de Pombal: Manel


Estava assim sem rei-nem-roque, já há semanas, o PSD de Pombal, quando ontem à noite a rede foi inundada pela "mensagem do Presidente". É verdade que as eleições são só no próximo fim-de-semana, mas no oeste é atar e pôr ao fumeiro, de maneira que o único candidato conhecido para inquilino da rua Luís Torres resolveu apresentar-se logo como presidente, e está arrumada a questão. Talvez não valha a maçada de sair de casa para exercer o direito de voto. Deve ser essa a mensagem subliminar que está ali, naquele panfleto digital. Ou então, há várias hipóteses para esta atitude patética de Manuel António:
1.  Está como gato escaldado, e antes que à última hora lhe tirem o tapete, é melhor apresentar-se já como presidente
2. Foi isso que Pedro Pimpão lhe mandou fazer, pois que todos sabemos que foi ele quem o resgatou da desgraça em que caíra, da humilhação a que Diogo Mateus o sujeitou no processo do Conselho Geral Transitório do Agrupamento de Escolas de Pombal, bem como na Junta de Freguesia.
3. Tem saudades de ser presidente. É legítimo e ninguém lhe pode levar a mal.

Como a mim não me volta a enganar, nem estou em condições de votar nele, só tenho pena.