Pela primeira vez na história do poder local democrático, Pombal ficou de fora das listas do PSD à Assembleia da República. A saída de Pedro Pimpão foi ditada pelos órgãos nacionais do partido, porque Rui Rio não perdoa aos que não lhe foram fiéis em devido tempo - como foi o caso do político-prodígio, quando decidiu apoiar Santana Lopes.
Nada que aqui na terra não seja prática comum, internamente, mas é sempre mais fácil apontar o agreiro nos olhos do outros...
Mais tarde, na contenda do líder com Luís Montenegro, o nosso Pedro ainda tentou emendar a mão, escondendo-se: quando soube que a votação seria de braço no ar, ficou em casa.
De modo que é um deleite apreciar os comentários nas redes sociais dos sociais-democratas cá da terra, condoídos com a injusta saída de Pimpão, em particular, e com a ostracização de Pombal, em geral.
Já dizia Winston Churchill que "uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir". Neste caso, deu apenas meia volta. E há aqui várias perguntas a fazer, já que ninguém no partido se lembra que ele tenha colocado o lugar à disposição, apenas ficou gravado o momento em que não aceitou ser o número 5 da lista. Mas porquê, Pedro?
1. Se o PSD continua a esmagar no distrito, por que não luta ele pela (re)eleição?
2. Se estava determinado a regressar à terra e ocupar (finalmente e de facto) o lugar de presidente da Junta de Pombal, por que razão a concelhia fez saber que "ou era ele ou ninguém", mesmo quando a estrutura superior pediu à concelhia que indicasse uma mulher, nesse caso para ocupar o 4º lugar da lista?
3. Que moral tem Fernanda Guardado para 'espingardar' contra o partido, quando à concelhia foi proposto o seu nome para esse lugar?
4. Que papel é o de Manuel António - além de porta-voz de Pedro Pimpão - na concelhia laranja?
De maneira que estava escrito nas estrelas que isto iria acontecer, mas não é razoável que um partido fique refém de um nome, por mais popularucho que se apresente. Podem enfiar a viola no saco os trovadores que ontem lamentavam por essa rede fora que Pombal tenha ficado de fora da lista. Na verdade, a questão das listas e de quem ocupa qual lugar não passa de uma grande falácia nas eleições. O povo vota no cabeça de lista nacional, naquele que quer ver primeiro-ministro. A ordem das listas vale zero para o eleitorado.
Só conta para quem se quer fazer eleger.