3 de novembro de 2019

Narciso Mota e o estranho conceito de família



Aquele momento em que se apagou toda a memória de Narciso Mota: 
Ele, que nunca cumpriu o estatuto da oposição nos 20 anos em que tomou conta da Câmara a seu belo prazer;
Que enquanto foi presidente da Assembleia Municipal olhava satisfeito para a diferença na quantidade de deputados eleitos pelo PS, com todo o menosprezo;
Que deixou um rasto de desigualdade no tratamento aos outros, pois que quem não era por ele era contra ele e isso pagava-se; 
Que em 2017 se candidatou contra o delfim Diogo Mateus por considerar que geria mal a Câmara, acusando-o de perseguição e humilhação a trabalhadores (alguns daqueles com que engordou o quadro de pessoal da câmara);
Que há uns meses inverteu a 360º a sua postura em relação ao executivo, depois de orientada a vidinha dos seus;
Que na segunda-feira passada foi o único a comparecer na reunião com o presidente da Câmara, e acabaram os dois a almoçar  num restaurante da cidade, amigos como dantes, afinal. Na cabeça de Narciso ele já não é de movimento nenhum adversário, o NMPH esfumou-se, é tudo do PSD outra vez, o que diz muito das motivações (pessoais, sim, como lhe disse Diogo, certa vez) que tinha nas autárquicas, convencendo até socialistas a votarem nele. Só o (seu) vereador Michael é que ainda não percebeu isso.
E assim se percebe que Narciso tenha passado aquele sermão à vereadora Odete Alves, assim ao estilo a doutora-estava-a-portar-se-tão-bem-o-que-é-que-lhe-deu-agora. Mais: que tenha usado a expressão "somos uma família", porque foi sempre assim que entendeu a câmara, um lugar para 'ajudar os nossos'.
Se lhe restasse um pingo de vergonha, já há muito teria ido embora.

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