6 de fevereiro de 2015

Je suis Pombal Jornal

Ponto prévio: ter imprensa local é SEMPRE melhor do que não a ter. Por aí, desejo longa e próspera vida ao Pombal Jornal.
Agora que está este ponto esclarecido, deixem-me perguntar: mas o que é isto, meus amigos?
Noticiar coisas como esta é patético, na minha opinião. Desadequado, no mínimo. Mas enfim...
Uma noticia sobre "o amor que a cor não separou" é, a meu ver, profundamente racista, pois parte do princípio que seria expectável que uma mulher branca e um homem preto tivessem que estar separados por esse facto.
Mas o topo do mau gosto é publicar uma fotografia (não a reproduzo aqui por pudor) de uma mulher vestida de preto, e com a seguinte legenda: "Lucília Bregieiro junto ao saco com as ossadas do pai que ficaram esquecidas na cozinha onde deflagrou o incêndio". Não sei como rotular este momento jornalístico. Também não sei se a senhora fez pose junto ao saco com as ossadas do pai, ou se a fotografia foi tirada sem preparação. E não sei qual das duas hipóteses me escandaliza mais.
Muitas (mas nem todas são boas) razões para comprar o Pombal Jornal. Tantas que voltarei a este tema nos próximos dias, com mais apontamentos.

3 comentários:

  1. Amigo e camarada Nuno Gabriel, boa tarde.
    Salvaste a Pátria.
    Hossanas!
    Honra e Glória aos Medalhados.
    Tenho 39 meses de tropa “voluntária”, no ar condicionado do Quartel-General de Tomar, sem ter recebido qualquer medalha, nem mesmo uma pequenina de cortiça.
    O meu falecido pai foi “voluntário” na tropa, na Ilha do Sal, em Cabo Verde, na 2ª Grande Guerra, a policiar os bares a fim de evitar que os soldados aliados e os alemães fizessem maldades uns aos outros, como jogar à bofetada nos bares.
    Não tem registo de medalhas na sua caderneta militar.
    O meu avô Felizardo andou, “voluntário”, pelas terras de ninguém, em Flandes, na Grande Guerra, por que grande guerra só houve uma, a de 1914-1918, as outras foram coisas de criança, desencadeadas por políticos feitos crianças, e só teve castigos, detenções e dias de prisão e nem a Medalha da Vitória lhe deram.
    Coisa triste.
    E eu sou seu neto.
    Três gerações que combateram por valores e ideais que só Deus sabe quais foram.
    Fico triste pelo futuro da geração do meu filho, que não tem futuro, mas fico contente por ver valentes medalhados.
    Abraço, combatente

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    1. Amigo e camarada Rodrigues Marques,
      Há muito não me ria tanto com um comentário do farpas. Excelente! Inteligente, deliciosamente bem escrito, bem humorado, certeiro... Obrigado por este momento. 5 estrelas!

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    2. Camarada Nuno Gabriel, bondade tua.
      Abraço, solidário

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