13 de fevereiro de 2018

O negócio mal explicado

A aquisição de terrenos e bens pela CMP reveste-se muitas vezes de contornos pouco rigorosos ou obscuros.
A aquisição de um terreno, com cerca de 100.000 m2, junto ao Parque Industrial Manuel da Mota, por cerca de 1.000.000 €, a uma empresa que o adquiriu/permutou(!) recentemente por cerca de 200.000 € cheira a esturro. Uma mais valia imediata de 400%(!!!), realizada com um terreno que só pode ser valorizado se for transacionado para actividade industrial, é, no mínimo, chocante.
A forma leviana e precipitada como a câmara instruiu a proposta, que levou à AM, adensou a nublosa, e deixou a oposição sem margem para a aprovar. Quem conhece as partes envolvidas no negócio, percebe bem a urgência do vendedor, mas não percebe a pressa do comprador. Em Pombal não escasseiam lotes industriais, escasseiam indústrias.
O debate foi duro, ríspido e denso; mostrou que a política local está quente (não é local para meninos(as) de coro); teve boas trocas de argumentos, muita retórica e ataques ao carácter; a bancada da maioria resguardou-se; a oposição (desgarrada) não capitalizou; resultou num empate técnico, esclarecedor sobre os contornos do negócio e sobre forma como se faz política por cá.
Na AM, a oposição (NMPM, PS e BE) rejeitou a proposta – foi aprovada com os votos do PSD e CDS. Mas na reunião do executivo, o PS aprovou a proposta e NMPH absteve-se.  
Com esta gritante descoordenação política, Diogo Mateus frita-os todos na frigideira do Salão Nobre.

15 comentários:

  1. O tom enfurecido de D. Diogo perante as (legítimas) dúvidas dos deputados municipais faz lembrar aqueles maridos que quando são apanhados numa história mal contada viram o jogo a seu favor, incrédulos com a desconfiança. É óbvio que um negócio destes cheira a esturro. Só é preciso perceber onde está a ser cozinhado. E a AM é o local certo para isso. E o presidente da Câmara tem o dever de dar essas explicações e responder a dúvidas. Nunca, em tantas anos a acompanhar assembleias municipais- em Pombal, Leiria e outros concelhos à volta - assisti a tamanha desorientação. A presidente da mesa ou não sabe, não quer ou não pode lembrar o presidente da Câmara de que também ele tem um temo limitado. E sim, o rei vai nu.

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  2. Paula Sofia, o grave problema de Pombal é que isto está tudo minado. O povo esse vota no PSD como adepto e não com a consciência do que é melhor para o Concelho. Um bom trabalho jornalístico era algum órgão de comunicação social fazer um trabalho inquirindo o eleitorado de Pombal sobre os verdadeiros motivos porque votam no PSD desde 1993. A maioria vai responder: " Estes a gente já conhece...os outros ainda podem ser piores..." ou então a forma mais hilariante: " Voto no PSD porque a seta leva-nos para o céu" Sabes aqui neste nosso Concelho "atrasado politicamente" os comunistas ainda comem criançinhas e os do PS são ladrões que entregaram África aos Africanos e ficaram com os diamantes.

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    1. Roque, já te disse mais do que uma vez que, para mal dos nossos pecados, o povo escolhe sempre o que lhe parece menos mal. E isso não quer dizer que seja bom. A partidarite existe, sim, mas não é verdade que seja um papão indestrutível nas eleições. Exemplos à nossa volta (Leiria, Ourém, Porto de Mós, e mais recentemente Ansião) mostram bem o contrário.

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  3. Pombal está conforma a vontade do eleitor. Ja dei tanto para esse peditório, mas se o povo gosta assim. Seja feita a vossa vontade.

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  4. O Adelino e a Paula falam em negócio com contornos pouco rigorosos ou com cheiro a esturro, lançando de forma intencional ou negligente uma suspeita abstrata sobre a idoneidade do negócio. Deveriam informar-se melhor para evitarem transmitir inverdades.

    Pelas informações que recolhi, a Câmara Municipal está a fazer um bom negócio, na vertente financeira/económica e na vertente do desenvolvimento industrial do concelho.

    A Câmara Municipal, pretendendo ampliar o Parque Industrial Manuel da Mota sobre os terrenos a adquirir à empresa Corbário, efetuou uma candidatura aos fundos comunitários, no âmbito do programa “2020”, indo beneficiar da quantia de €760.000,00 para comparticipação na execução das infraestruturas. Para o efeito, o Município vai adquirir os terrenos pelo preço de €10,00/m2, para os quais já tem vários interessados na aquisição dos lotes de terreno a constituir (depois de infraestruturados) pelo preço de €15,00/m2.

    O Terreno em discussão terá sido adquirido há cerca de 15 anos pela empresa Argigal, pelo preço de cerca de €1.000.000,00, tendo agora cedido tal terreno em permuta à empresa Corbário pelo valor patrimonial fiscal, o qual é quase sempre inferior ao valor venal (ao preço de mercado). Note-se que, recentemente, o terreno foi objeto de avaliação pelo preço de €9,90 /m2 e que, no passado, em 2007, o Município havia efetuado outra ampliação do referido Parque Industrial tendo, para o efeito, adquirido outros terrenos na mesma zona por igual preço de €10,00/m2.

    Note-se também que Narciso Mota, quando era Presidente da Câmara Municipal de Pombal, terá tentado adquirir o terreno para o Município, o que só agira foi possível.

    Sendo estes dados corretos, não existe a tal “mais-valia”, mas uma depreciação, e o Município fez um bom negócio para o progresso do nosso concelho, permitindo novos investimentos na indústria e a criação de mais emprego.

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  5. Fernandes,
    Obrigado por partilhares connosco as tuas opiniões e as valiosas informações.
    Foi pena não o teres feito na AM, onde tens assento e tens faltado. Talvez tivesses desempatado aquilo e evitado a polémica e as suspeitas lançadas.
    Afirmas que “a Câmara Municipal está a fazer um bom negócio, na vertente financeira/económica e na vertente do desenvolvimento industrial do concelho”, e que “já tem vários interessados na aquisição dos lotes de terreno a constituir (depois de infraestruturados) pelo preço de €15,00/m2.” Gostaria de acreditar; a história diz-nos o contrário, tanto no que se refere à aquisição de imóveis como na capatação de investimentos industriais. Serão os tais colombianos que o Diogo tinha arranjado, que agora se decidiram; ou outros, mais fidedignos?

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  6. Adelino
    Como vês, é fácil obter informações sobre os assuntos públicos das autarquias governadas por pessoas eleitas nas listas do PSD. Basta querer e perguntar... Só junto das esquerdas é que as perguntas são ofensas...
    Quanto à minha presença na Assembleia Municipal, não tive qualquer falta. Fui bem substituído por outros. Apesar de entender que quem não está comigo na batalha não merece estar comigo na vitória e apesar de entender que me devo distancias dos jogos de interesses pessoais de velhacos ou dançarinos, irei assumir o meu papel de guerreiro habitual na próxima oportunidade.

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    1. José, podes explicar a razão pela qual deixas que a tua a abstinência em participar na AM possa ser interpretada como falta de coragem para te confrontares com os teus opositores internos do partido? Já ouvi defender tal tese oriunda das entranhas do teu querido PSD.

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  7. Vejam bem, que não há só gaivotas em terra, quando um homem se põe a pensar.
    Pense,Sr Presidente, no imbróglio jurídico que pode colocar o município se concluir o negócio com a promitente vendedora. Eu, perante a comunicação do escritório do Dr.M. Júdice, junto a AM, adiava , pelo menos a contratação com a atual proprietária Penso que é de elementar bom senso.

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  8. Amigos, companheiros e camaradas, cada vez estou mais triste.
    Expus-me, sou exposto e reconheço que os “da casa” casam muito bem com a santa ignorância.
    A Roda do Convento das Clarisses, no Louriçal, deu-me à luz, em boa hora e em Honra da Nossa Senhora da Boa Morte.
    Fico contente.
    Mas fico triste por “os da casa” não casarem com Almada.
    Almada, é Almada. Ponto final!
    Será que a ignorância dos da casa é um estado de alma, ou é uma alma do diabo?
    Mas já estou velho para a ensinança, pronto.
    Não fora a Assembleia Municipal e o Farpas continuava estático.
    Morram os da Assembleia Municipal! Morram. PIM!
    Morra o do lápis azul! Morra. PIM!
    Reconheço que já são mortes a mais e, por isso, fico triste.
    Ó camarada Adelino Leitão, “o homem não se põe a pensar” o Homem põe-se a sonhar, que o sonho comanda a vida e, assim, o mundo pula e avança…
    Valha-me Deus.

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    1. Ó engenheiro...triste fico eu, por vê-lo a sofrer do mesmo mal de JGF. Gostava mesmo era de saber a sua opinião sobre o negócio, só para perceber se está alinhado com o movimento pelo qual foi eleito, ou se ao invés continua fiel à laranja mecânica. Sendo que não o vimos abrir a boca na AM, esteja à vontade para dizer aqui o que lhe vai na alma.

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    2. O Eng. Marques, é um infiltrado no NMPH.Está mais que visto.

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    3. Camarada Adelino Leitão, não sou um infiltrado, sou um exposto.
      Morram os infiltrados! Morram. PIM!

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  9. Ó alma do diabo! Bingo!
    Amiga e companheira Paula Sofia, fiquei muito contente com o teu artigo de hoje no Diário de Notícias. Parabéns!
    Vamos ao que vieste, mas, primeiro, vamos à ensinança.
    A minha bisavó Luiza de Jesus era exposta.
    O Mestre-escola (dondo eu saber ler e escrever) Felisardo (mesmo Felisardo, com s) Simões, casado com Luiza de Jesus foi buscá-la à Roda da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
    Diziam as Freiras que ela tinha nascido (ou entregue na Roda) no dia 15 de Janeiro de 1846, e que resultou do encontro da mãe com um soldado francês.
    Morreu com 104 anos, no dia 7 de Fevereiro de 1950, já muito velhinha, coitadinha.
    Daí o ar chique que eu tenho, herdado do lado francês.
    Tenho, também, uma costela de Judeu, mas essa é das pequeninas.
    A irreverência herdei-a do avô Felizardo Simões.
    Na Assembleia Municipal, onde participei por ser exposto, votei contra a proposta, como é público e notório, por disciplina mas, também, pelo que li no documento do Gabinete dos Advogados e que me deixou muito, muito, preocupado.
    Quanto a eu não ter usado da palavra, nem ter declamado qualquer poema, é só o corolário da qualidade dos meus companheiros de bancada.
    Coitado do meu PPD/PSD.
    Saúde e Fraternidade.

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  10. Caro Adelino Leitão
    Já entrei em listas e projetos políticos derrotados ou vencedores. Já estive na Assembleia Municipal na oposição e no poder, mas nunca estive lá para condescender com o politicamente correto ou para obter benefícios. Ora, tudo vivido, já atingi a idade para não nem dever ter de estar sempre em cargos políticos e para poder chamar os (poucos) idiotas ou manhosos pelos nomes e não ter de lhes agradar.
    Agora tu, histórico leninista,decidiste ser um dos principais estrategas e defensores do "Pombal (In)humano". São apenas motivos familiares ou também políticos?

    Caro Rodrigues Marques
    Penso que nem todos os que saíram do PSD são os "maus" para este partido e que os que ficaram são os "bons": Também há quem mediu o poder e apenas ficou para poder estar no poder. Desde já digo que os novos membros dos futuros órgãos diretivos do PSD, se quiserem manter e reforçar o partido, deverão ter como prioridade a reconciliação e recuperarem os militantes que se perderam. Este é um recado...
    O PSD conta contigo. Vá lá.

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