Amigo e companheiro, Adérito Araújo, boa tarde. Deixemos, então, os títulos académicos. Admito a minha ignorância da obra de Vicente Ferrer. Li, em castelhano, o que fez ao longo da vida. Fico contente. Todavia a Índia é um país distante, com muita gente e com problemas complicados ainda por resolver. Por cá registam-se, cada vez mais, (e o concelho de Pombal não é excepção) problemas sociais de vários matizes, apesar de, felizmente, ainda termos um desemprego residual. É a pobreza pública, notória e assumida. É a pobreza envergonhada. É o raio que parta isto tudo. A distribuição da riqueza está errada e cada vez pior. O Governo da Nação continua a dar aos amigos (?) ao invés de não tirar aos que têm que declarar todos os seus rendimentos. Seria muito mais fácil não tirar, ou tirar menos, do que determinar critérios, muitas vezes discutíveis, para dar. Mas dar é dar e nós gostamos de dar. E de preferência aos amigos ou àqueles que pensamos que o podem ser, ou no mínimo aliciar o seu voto. A minha tia velhinha (noventa anos), que connosco vive, a meio tempo com a minha irmã, tem nas suas orações diárias um cantinho para a encomenda da alma de Marcello Caetano, já que foi ele, diz ela, que lhe atribuiu a reforma. Leva esta para a sepultura. Por isso compreendo, mas não concordo, com a estratégia do Governo que mais me parece uma mera táctica. Abraço.
Nesta luta de vida em que nos metemos por força da sociedade muitas vezes consumista, atropelamos tudo e todos por vezes só em busca de mais bens materiais. Esquecemo-nos que por vezes para sermos felizes precisamos apenas das coisas que gostamos, das pessoas que amamos, dos amigos que fomos conquistando ao longo da vida e dos bons momentos partilhados. Acho que a sociedade neste inicio de século devia de se importar em ser mais justa,mais igualitaria e mais solidária sobretudo com que menos tem e menos pode.
Concordo plenamente consigo, exmo. Roque, infelizmente estamos mergulhados numa sociedade altamente consumista, que não olha a meios para atingir os fins. E mesmo que não queiramos ser levados por ela, é inevitável. Deixa-me muito triste saber que muitas pessoas são levadas pela ganância extrema de bens materiais que faz com que se deixe de lado o contacto com amigos, e muitas vezes se menospreze a atenção aos filhos. O contacto com as pessoas é fundamental, ter amigos, aprender coisas novas através da interacção, debater variadas questões. De que vale ter dinheiro e muitos bens materiais, e não ter o complemento sentimental que nos move? Sinceramente, não consigo conviver muito tempo com pessoas materialistas, porque faz-me imensa confusão. Claro que ambiciono muitas coisas materiais, mas os aspectos mais importantes da minha vida prendem-se com vivências, interacções, palavras, gestos, momentos, paisagens.
Segundo alguém (cujo nome não recordo), citado pelo Júlio Machado Vaz no seu "O amor é..." da Antena 1, a felicidade reflecte EXCLUSIVAMENTE relação com os outros. Ou seja, alguém que vivesse absolutamente só, não teria oportunidade se ser feliz. É questionável. Agora, aceitando o ponto de vista, a relação que proporciona felicidade pode ser alcançada de diferentes formas. Tentando uma supremacia (mais dinheiro, mais estatuto social), uma partilha absoluta numa relação a dois ("felicidade amorosa"), ou numa partilha face à colectividade. E neste grupo surgem homens e mulheres como este Vicente Ferrer. Já ouvi alguém dizer também que o altruismo e a generosidade, muitas vezes, cumpriam objectivos egoistas (o generoso obtém prazer na dádiva). Tratar-se-ia de um bom egoismo. Em Pombal, quem são as pessoas ou as instituições que cumprem estes objectivos? Era bom dar-lhes notoriedade.
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Amigo e companheiro, Adérito Araújo, boa tarde.
ResponderEliminarDeixemos, então, os títulos académicos.
Admito a minha ignorância da obra de Vicente Ferrer.
Li, em castelhano, o que fez ao longo da vida. Fico contente.
Todavia a Índia é um país distante, com muita gente e com problemas complicados ainda por resolver.
Por cá registam-se, cada vez mais, (e o concelho de Pombal não é excepção) problemas sociais de vários matizes, apesar de, felizmente, ainda termos um desemprego residual.
É a pobreza pública, notória e assumida. É a pobreza envergonhada. É o raio que parta isto tudo.
A distribuição da riqueza está errada e cada vez pior.
O Governo da Nação continua a dar aos amigos (?) ao invés de não tirar aos que têm que declarar todos os seus rendimentos.
Seria muito mais fácil não tirar, ou tirar menos, do que determinar critérios, muitas vezes discutíveis, para dar.
Mas dar é dar e nós gostamos de dar.
E de preferência aos amigos ou àqueles que pensamos que o podem ser, ou no mínimo aliciar o seu voto.
A minha tia velhinha (noventa anos), que connosco vive, a meio tempo com a minha irmã, tem nas suas orações diárias um cantinho para a encomenda da alma de Marcello Caetano, já que foi ele, diz ela, que lhe atribuiu a reforma.
Leva esta para a sepultura.
Por isso compreendo, mas não concordo, com a estratégia do Governo que mais me parece uma mera táctica.
Abraço.
Nesta luta de vida em que nos metemos por força da sociedade muitas vezes consumista, atropelamos tudo e todos por vezes só em busca de mais bens materiais. Esquecemo-nos que por vezes para sermos felizes precisamos apenas das coisas que gostamos, das pessoas que amamos, dos amigos que fomos conquistando ao longo da vida e dos bons momentos partilhados. Acho que a sociedade neste inicio de século devia de se importar em ser mais justa,mais igualitaria e mais solidária sobretudo com que menos tem e menos pode.
ResponderEliminarConcordo plenamente consigo, exmo. Roque, infelizmente estamos mergulhados numa sociedade altamente consumista, que não olha a meios para atingir os fins. E mesmo que não queiramos ser levados por ela, é inevitável.
ResponderEliminarDeixa-me muito triste saber que muitas pessoas são levadas pela ganância extrema de bens materiais que faz com que se deixe de lado o contacto com amigos, e muitas vezes se menospreze a atenção aos filhos.
O contacto com as pessoas é fundamental, ter amigos, aprender coisas novas através da interacção, debater variadas questões.
De que vale ter dinheiro e muitos bens materiais, e não ter o complemento sentimental que nos move?
Sinceramente, não consigo conviver muito tempo com pessoas materialistas, porque faz-me imensa confusão. Claro que ambiciono muitas coisas materiais, mas os aspectos mais importantes da minha vida prendem-se com vivências, interacções, palavras, gestos, momentos, paisagens.
Segundo alguém (cujo nome não recordo), citado pelo Júlio Machado Vaz no seu "O amor é..." da Antena 1, a felicidade reflecte EXCLUSIVAMENTE relação com os outros. Ou seja, alguém que vivesse absolutamente só, não teria oportunidade se ser feliz. É questionável.
ResponderEliminarAgora, aceitando o ponto de vista, a relação que proporciona felicidade pode ser alcançada de diferentes formas. Tentando uma supremacia (mais dinheiro, mais estatuto social), uma partilha absoluta numa relação a dois ("felicidade amorosa"), ou numa partilha face à colectividade. E neste grupo surgem homens e mulheres como este Vicente Ferrer. Já ouvi alguém dizer também que o altruismo e a generosidade, muitas vezes, cumpriam objectivos egoistas (o generoso obtém prazer na dádiva). Tratar-se-ia de um bom egoismo.
Em Pombal, quem são as pessoas ou as instituições que cumprem estes objectivos? Era bom dar-lhes notoriedade.