"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
16 de junho de 2009
Uma boa notícia
A declaração de Impacte Ambiental desfavorável ao centro comercial Go!Shopping é claramente uma boa noticia para a cidade e também para o concelho. Pombal e os pombalenses precisam muito de boas notícias. Mas temos que as procurar.
Qualquer cidadão, mesmo sem fazer uma avaliação rigorosa chegaria a esta conclusão. Creio que só havia mesmo uma maneira da declaração de impacte ambiental ser favorável, mas não estaria de encontro com os meios legais. Porém, os gananciosos não costumam olhar ao meio ambiente.
Não, Nuno, não é esse. É o que queriam construir ao pé do castelo. O outro é a antiga beiróleo, que esteja para ser um hotel, depois passou a futuro centro comercial, mas sinceramente acho que dificilmente passará da sua condição de mostro abandonado. Como de resto outro, que está à porta da expocentro.
Projecto chumbado. Vejo pontos positivos e negativos, mas deixemos essa parte de lado e aproveitemos os positivos. O Castelo é mesmo ali ao lado e está em requalificação. Aquele espaço fica livre de monstros de cimento, portanto pode ser rentabilizado com algo mais agradável à vista, mais útil à cidade e mais simpático para o ambiente. A questão que coloco é, qual o aproveitamento ideal para aquele local, numa lógica de integração com o castelo e a sua mata?
Fazendo uma sondagem às mesas de café, facilmente se conclui que grande pecentagem da poulação do concelho escolhe regularmente Fig. Foz, Coimbra ou Leiria para fazer as compras mais relevantes. O que quero dizer com isto é que esta anunciada "boa notícia" (concordo que existam melhores localizações), tem o reverso da medalha, que é o adiamento de um investimento de dimensão relevante no concelho.
Ó Filipe, Eu comheço outras que vão às compras a Lisboa e ao Porto, e ouço dizer que outras vão a Paris. E então? Se se construísse o Go!Shopping resolviam-se os problemas dessas pessoas? E se colocassemos o mamarracho em cima do Castelo resolviamos o problema dos investidores? Talvez... Mas esta cidade perderia muito... Boas, AM
Sim, eu concordo que existem em POmbal outros locais para erguer um centro comercial. No entanto, penso que o aparecimento de um investimento de montante relevante e de inciativa privada, seria nesta fase muito benéfico para a cidade e para o concelho. Cpts.
Está claro que um investimento deste tipo até podia fazer com que os pombalenses poupassem uns bons litros de combústivel. Mas se olharmos para as galerias comerciais de que dispomos, são cada vez mais visíveis os efeitos da crise através das informações "Vende-se/Trepassa-se". E as lojas estão quase sempre "às moscas".
Numa economia de mercado (livre concorrência), os agentes económicos têm direito de instalar e explorar grandes superfícies comerciais em Pombal ou noutra localidade qualquer, desde que os instrumentos legais de ordenamento do território o permitam. Em Pombal, deveria estar aprovado um Plano de Urbanização (planos que já estão aprovados para algumas freguesias) que tornasse claras as regras de edificação para todos os cidadãos: que permitisse saber o tipo de edifícios que se podem construir em cada rua ou zona, que não permitisse que fossem “semeadas” (construídos) torres de edifícios em zonas de moradias e vice-versa, que não permitisse que a aprovação dos projectos de construção fosse um favor e não uma consequência da lei, que não permitisse que fosse o “arquitecto” a “escrever” a lei, decidindo em função de critérios “pessoais”, que não permitisse que o “Engenheiro” diga “faça”, “faça” e depois (perante as denúncias pelos particulares interessados ou a intervenção de outros organismos competentes) não autorize a construção ou embargue a obra e leve o investidor à ruína… A quem interessa a falta de um plano de Urbanização?
Filipe, a questão é mais funda. Eu bem que gostava de terum modelo em Pombal, a FNAC ou a Worten. Mas não duvides nem um segundo que as pessoas iriam continuar a preferir Leiria ou Coimbra. Está no ADN dos ponmbalenses. Dá uma vista de olhos pelo shoping - que foi um investimento arrojada à altura e até ineteressante - e repara na pobreza franciscana em que se tranformou. As Galerias do Marquês. As Jerónimo. Um quadro de miséria pintado de lojas vazias.
Para aquele local? Já que a urbanização das cegonhas ocupou uma hipótese para o parque verde da cidade, que fosse ali, adjacente ao Castelo.
E este processo vem mesmo demonstrar os impactos "irreversíveis" na paisagem que, até pelo que se vê, não eram o único argumento válido contra. No fundo, impõe-se a questão de saber se é mesmo aquele tipo de obra que desenvolve uma cidade. Esse tipo de impacto é que, lamento, mas não foi nem superficialmente analisado.
Caro Filipe, concordo que o investimento faz falta, mas a localização foi uma escolha, no mínimo, mal pensada. Caro João Melo Alvim, fico grato por ser o único a dar alternativas para aquele espaço. Nu fundo o importante é encontrar soluções e não discutir uma decisão aparentemente de aceitação unânime. O parque verde da cidade parece-me uma óptima alternativa, mas não nos podemos esquecer que aquilo actualmente é só barro e que tornar o espaço viável para um parque verde não será rápido nem barato.
Muito mais caro e menos rápido seria a construção do Go Shopping. E com impactos negativos. Seja como for, tal como já muita coisa deveria ser discutida, esta era uma delas para depois se tomar decisões.
Note-se ainda que não estou a admitir que toda a área ficasse para parque verde, sendo de admitir toda a construção/equipamento que valorizasse a zona e a cidade.
Mas o dado fundamental foi o do Mabeco: Plano de Urbanização. Uma iniciativa de políticos, devidamente mandatados com base num projecto ou numa visão estratégica, "desenhada" por técnicos, discutida pela população, redefinida pelos técnicos e validada pelos políticos. Já sei, acordar do sonho e cingir-me à realidade... Ainda assim, não acredito que seja impossível tornar a evolução das terras e terrinhas mais participada e sustentada.
Quantos mais projectos teremos de ver abandonados ou a definhar até se perceber que o investimento, por si só, não compensa? Com os posteriores custos sociais e de manutenção, mais valia dar subsídios às construtoras.
Claro que o Go! Shopping sairia mais caro, mas não sairia do erário público. Mas sim, o Parque Verde também foi a primeira solução em que pensei, só estou a abrir a discussão para que surjam mais ideias.
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Qualquer cidadão, mesmo sem fazer uma avaliação rigorosa chegaria a esta conclusão.
ResponderEliminarCreio que só havia mesmo uma maneira da declaração de impacte ambiental ser favorável, mas não estaria de encontro com os meios legais.
Porém, os gananciosos não costumam olhar ao meio ambiente.
É aquele mamarracho que está ali entre a Repsol e o Manjar, não é? Alguém consegue contar a história daquilo, "tim-tim por tim-tim", desde o início?
ResponderEliminarNão, Nuno, não é esse. É o que queriam construir ao pé do castelo. O outro é a antiga beiróleo, que esteja para ser um hotel, depois passou a futuro centro comercial, mas sinceramente acho que dificilmente passará da sua condição de mostro abandonado. Como de resto outro, que está à porta da expocentro.
ResponderEliminarProjecto chumbado. Vejo pontos positivos e negativos, mas deixemos essa parte de lado e aproveitemos os positivos. O Castelo é mesmo ali ao lado e está em requalificação. Aquele espaço fica livre de monstros de cimento, portanto pode ser rentabilizado com algo mais agradável à vista, mais útil à cidade e mais simpático para o ambiente.
ResponderEliminarA questão que coloco é, qual o aproveitamento ideal para aquele local, numa lógica de integração com o castelo e a sua mata?
Fazendo uma sondagem às mesas de café, facilmente se conclui que grande pecentagem da poulação do concelho escolhe regularmente Fig. Foz, Coimbra ou Leiria para fazer as compras mais relevantes. O que quero dizer com isto é que esta anunciada "boa notícia" (concordo que existam melhores localizações), tem o reverso da medalha, que é o adiamento de um investimento de dimensão relevante no concelho.
ResponderEliminarÓ Filipe,
ResponderEliminarEu comheço outras que vão às compras a Lisboa e ao Porto, e ouço dizer que outras vão a Paris. E então?
Se se construísse o Go!Shopping resolviam-se os problemas dessas pessoas?
E se colocassemos o mamarracho em cima do Castelo resolviamos o problema dos investidores?
Talvez...
Mas esta cidade perderia muito...
Boas,
AM
Sim, eu concordo que existem em POmbal outros locais para erguer um centro comercial. No entanto, penso que o aparecimento de um investimento de montante relevante e de inciativa privada, seria nesta fase muito benéfico para a cidade e para o concelho.
ResponderEliminarCpts.
Está claro que um investimento deste tipo até podia fazer com que os pombalenses poupassem uns bons litros de combústivel. Mas se olharmos para as galerias comerciais de que dispomos, são cada vez mais visíveis os efeitos da crise através das informações "Vende-se/Trepassa-se". E as lojas estão quase sempre "às moscas".
ResponderEliminarNuma economia de mercado (livre concorrência), os agentes económicos têm direito de instalar e explorar grandes superfícies comerciais em Pombal ou noutra localidade qualquer, desde que os instrumentos legais de ordenamento do território o permitam.
ResponderEliminarEm Pombal, deveria estar aprovado um Plano de Urbanização (planos que já estão aprovados para algumas freguesias) que tornasse claras as regras de edificação para todos os cidadãos: que permitisse saber o tipo de edifícios que se podem construir em cada rua ou zona, que não permitisse que fossem “semeadas” (construídos) torres de edifícios em zonas de moradias e vice-versa, que não permitisse que a aprovação dos projectos de construção fosse um favor e não uma consequência da lei, que não permitisse que fosse o “arquitecto” a “escrever” a lei, decidindo em função de critérios “pessoais”, que não permitisse que o “Engenheiro” diga “faça”, “faça” e depois (perante as denúncias pelos particulares interessados ou a intervenção de outros organismos competentes) não autorize a construção ou embargue a obra e leve o investidor à ruína…
A quem interessa a falta de um plano de Urbanização?
Mabeco
Filipe, a questão é mais funda. Eu bem que gostava de terum modelo em Pombal, a FNAC ou a Worten. Mas não duvides nem um segundo que as pessoas iriam continuar a preferir Leiria ou Coimbra. Está no ADN dos ponmbalenses. Dá uma vista de olhos pelo shoping - que foi um investimento arrojada à altura e até ineteressante - e repara na pobreza franciscana em que se tranformou. As Galerias do Marquês. As Jerónimo. Um quadro de miséria pintado de lojas vazias.
ResponderEliminarPara aquele local? Já que a urbanização das cegonhas ocupou uma hipótese para o parque verde da cidade, que fosse ali, adjacente ao Castelo.
ResponderEliminarE este processo vem mesmo demonstrar os impactos "irreversíveis" na paisagem que, até pelo que se vê, não eram o único argumento válido contra. No fundo, impõe-se a questão de saber se é mesmo aquele tipo de obra que desenvolve uma cidade. Esse tipo de impacto é que, lamento, mas não foi nem superficialmente analisado.
Esclarecimento: nem tinha de o ser naquele documento. Devia era estar presente nas opções que se tomam para Pombal.
ResponderEliminarCaro Filipe, concordo que o investimento faz falta, mas a localização foi uma escolha, no mínimo, mal pensada.
ResponderEliminarCaro João Melo Alvim, fico grato por ser o único a dar alternativas para aquele espaço. Nu fundo o importante é encontrar soluções e não discutir uma decisão aparentemente de aceitação unânime. O parque verde da cidade parece-me uma óptima alternativa, mas não nos podemos esquecer que aquilo actualmente é só barro e que tornar o espaço viável para um parque verde não será rápido nem barato.
Muito mais caro e menos rápido seria a construção do Go Shopping. E com impactos negativos. Seja como for, tal como já muita coisa deveria ser discutida, esta era uma delas para depois se tomar decisões.
ResponderEliminarNote-se ainda que não estou a admitir que toda a área ficasse para parque verde, sendo de admitir toda a construção/equipamento que valorizasse a zona e a cidade.
Mas o dado fundamental foi o do Mabeco: Plano de Urbanização. Uma iniciativa de políticos, devidamente mandatados com base num projecto ou numa visão estratégica, "desenhada" por técnicos, discutida pela população, redefinida pelos técnicos e validada pelos políticos. Já sei, acordar do sonho e cingir-me à realidade... Ainda assim, não acredito que seja impossível tornar a evolução das terras e terrinhas mais participada e sustentada.
Quantos mais projectos teremos de ver abandonados ou a definhar até se perceber que o investimento, por si só, não compensa? Com os posteriores custos sociais e de manutenção, mais valia dar subsídios às construtoras.
ResponderEliminarClaro que o Go! Shopping sairia mais caro, mas não sairia do erário público. Mas sim, o Parque Verde também foi a primeira solução em que pensei, só estou a abrir a discussão para que surjam mais ideias.
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