(os sublinhados são meus)
São várias as questões que se levantam: conjugar investimentos, atrair pessoas, adequar horários e, sobretudo, a noção que a concorrência entre cidades numa lógica regional é importante. Também poderia mencionar que a própria Isabel Damasceno contribuiu para esta tomada de decisão sugerindo que se ouvisse o Conselho Municipal de Trânsito. Ou seja, tudo sugestões/ideias/contributos para que, a partir do exemplo dos outros, ainda que numa escala diferente, se pense no que fazer cá com a terra melhorando-a. Sim, sim, já sei, existe um projecto de regeneração e requalificação (com o qual concordo na generalidade) mas a questão é para onde se quer e vai caminhar. Se o GoShopping ou o seu sucedâneo avançar, quais as consequências para Pombal - vai ser um foco de atracção para Pombal ou apenas para o espaço comercial? Qual é a real capacidade de atracção de Pombal e por aí adiante. Tudo questões que, independentemente de ciclos eleitorais, e muito longe de partidarites, deveriam ser discutidas. Afinal é o modelo de desenvolvimento que se deveria, se não discutir, pelo menos saber claramente qual é. E isto sem falar em impactos em sede de urbanismo e mesmo de trânsito (mas isso fica para outros posts).
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
19 de novembro de 2009
Para pensar
6 comentários:
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Bons comentários.
Ja ha espaços Comerciais que cheguem para as parcas bolsas dos Pombalenses. Ha que investir é na Industria e na criação de postos de trabalho com qualidade e com bons salarios para aumentar o poder de compra da população.
ResponderEliminarPois, caro João Alvim, o problema é mesmo esse: saber-se para onde queremos ir. O actual presidente até parecia, no primeiro mandato, delinear um rumo de acção e desenvolvimento, gastou mesmo vários milhares de contos num estudo prospectivo, o famoso, mas posto de lado por falta de gabarito para o executar, «Plano Estratégico da Cidade de Pombal». Deixava antever uma cidade mais desempoeirada e habitável. Ficou pelo caminho. Hoje, o que temos é um urbanismo feito de remendos, uma navegação sempre à vista de terra, remendando aqui, rasgando além, para voltar a tapar. Não há um fio condutor, parece que se aprovam projectos só para fazer o favor aos amigos. Algumas construções põem mesmo em dúvida se haverá serviço de topografia na Câmara, tais são os desníveis das soleiras das portas para o nível das ruas, ou dos passeios, quando existem. Valham-nos todas as pilinhas sacrossantas que existirem!
ResponderEliminarProfessor
ResponderEliminarAcho particularmente interessante a questão do trânsito. Houve, há pouco tempo, algumas - curtas alterações -, mas há muita zona que carecia de intervenção a sério. Ruas novas como a minha (Rua da Piscina) que não faz sentido terem dois sentidos ou como as ruas entre a Avenida e a Secundária. Enfim, opções várias que, não sendo aparentemente de fundo (eleitoral), podem introduzir ligeiras melhorias.
A história do fechar, quase em absoluto, as zonas antigas aos carros é mais um factor para a sua decadência.
ResponderEliminarDa mesma maneira que vamos para a nossa casa de subúrbio, ao supermercado ou ao centro comercial e gostamos de deixar o carro por perto, carregando e transportando tudo com alguma facilidade e conforto, quem vive, quem vai às compras ou tomar um copo ao Centro Histórico também quer ter – e tem - esse direito e esse conforto.
É inevitável. Um bom serviço de transportes públicos para além de que, em termos de relação custo/benefício, ficar muito dispendioso para o erário municipal, resolve algumas coisas, mas não é adequado para resolver estas. Do meu modesto, ponto de vista, a solução passa por corredores de circulação e estacionamento em número adequado de lugares, bem ordenado e razoavelmente pago.
Conjuntamente com isso, já aqui se afirmou, o centro comercial que se afaste do Centro Histórico é mais um passo para a sua desertificação. Não há harmonização possível, promove-se uma concorrência pelas "comodidades" decorrentes de se tratar de um espaço que permitir a satisfação de várias necessidades sem deslocações e perdas de tempo, e com estacionamento abundante e gratuito, o que, pelos seus atavismos e por razões da própria natureza do comércio tradicional, é impossível de enfrentar, com perdas para os comerciantes, mas, sobretudo para a comunidade municipal, que investe “mundos e fundos” para manter o centro histórico de pé, porém morto e procrastinado.
Portanto, ou se consegue arranjar espaço e solução para colocar esse espaço comercial numa zona junto ao Centro Historio. E havendo boa vontade, com intervenção do município e dos interesses que se unam na sua defesa essa solução é possível, desde que se consiga para o promotor uma relação/custo benefício equivalente, sem as vantagens do facilitismo especulativo que os custos de aquisição e capacidades construtivas de terrenos agrícolas situados fora da malha urbana consolidada permitem. Neste caso, a sua localização central, que contribuiria para a modernização e crescimento do comércio tradicional, seja pelo efeito da concorrência, de “massa critica” decorrente da movimentação das pessoas, seja ainda, pelo efeito de âncora decorrente da fixação de “lojas de marca”, com imagem moderna e mais apelativa. Com a possibilidade de se compatibilizarem, no mesmo local, e com vantagem, o lado agradável (“slowly”) do comércio tradicional e de rua e, também, pelo facto de se responder num mesmo local à necessidade de haver “comércio de rua” e ao ar livre (esplanadas, quiosques, etc) com a facilidade de e conforto do comércio de interior e protegido. A cobertura transparente de algumas ruas é uma solução que poderia ajudar nesta questão)
Perde-se mais com a construção do centro comercial do que se ganha. Seguramente, o que não falta em Pombal são lojas (mesmo que de Chineses) vazias, incluindo as dos “centros comerciais”, de aspecto degradado e abandonado. O que acontece aí, tirando a cor de quem governa, deve ser, tal qual, como aqui, onde um dos “casos” mais na berra se relaciona com uns terrenos em se está a manipular os Planos e o procedimento administrativo para transformar esse terreno de Reserva Agrícola em terreno urbanizável para uma construção de uma grande superfície comercial. Sendo o problema do Centro Histórico quase igual ao daí, com a vantagem de que, por aqui, o movimento turístico disfarça as coisas, pelo menos durante cerca de metade do ano.
Caríssimo Jorge Ferreira, o seu discorrer parece o de quem todos os dias transita nesta aldeia/cidade {não se riam, Pombal tem dois brasões, um com três torres outro com cinco. O Louriçal, dos valentes asterixanos, só tem um com quatro torres, para vergonha da freguesia de Pombal}. Concordo com tudo o que diz sobre o centro histórico e a sua valorização com um espaço comercial digno desse nome. O parque subterrâneo só pode justificar o seu financiamento se ligado a alguma acção correcta de dinamização. Para servir as Finanças ou o Arquivo e mais umas dezenas de casas arruinadas acho pouco! Além de se ter atentado historicamente contra a praça (não se fez prospecção arqueológica porque há uma corrente ideológica que acha só a pré-história é digna de estudo, esquecendo o Pombal romano, visigótico, mourisco e medieval), aquele parque, dadas as suas exíguas dimensões e dificuldade de manobra, é um contra-senso económico e politico.
ResponderEliminarSaudações
Professor
ResponderEliminar[agora sou eu a dizer “Porra”]
Porra! Até que enfim…
Explique lá agora à Câmara o que é isso de “Carta Arqueológica”! Que eles não sabem…
Saber, saber, até saberão… Pô-la em prática é que é… [outra vez!...] uma Porra! Sei lá eu por que razão…
O Louriçal sofreu obras de requalificação há 4 anos, no seu Centro Histórico… Logo logo a seguir a essa pressa de “requalificar” vieram os votos que elegeram Manuel Jordão Gonçalves, e agora os que elegeram o novo presidente José Gonçalves Neves.
Passado todo este tempo, se se tivesse feito um Levantamento Arqueológico (e, Meu Deus!, falo eu em Carta!...), já saberíamos, concerteza e de certeza, algo concreto sobre o Passado Grande.
Falo do Passado Grande (anastrofizem, se quiserem!) quando falo da História das Pessoas – até na sua vertente Antropológica.
Capitalizo letras, quando as Palavras, para a política pequenina… são mudas.
Professor, convido-o a termos uma conversa sobre esta matéria. Não sei qual a sua formação mas a sua sensibilidade “basta-me”.
Deixe-me contar uma estória. Aqui Há uns anos, no início do passado pequeno de certo presidente de junta cá do sítio… partiram(-se) as lajes tumulares que estavam à entrada do pórtico da Igreja Matriz (a de S. Tiago) para que o pavimento do adro da igreja tivesse um aspecto “bonito”.
Porventura tal facto foi acidental; as pedras lá estiveram partidas e desapareceram pouco tempo depois.
Reza a lenda que o defunto se mandara tumular ali, pois às portas do estertor se penitenciara por ter sido (agora o “vulgo”) em vida, uma besta que atropelava as pessoas com o seu cavalo.
Quem se penitencia merece respeito. E era desejo deste moribundo que fosse espezinhado à porta da Casa de Deus, como se penitenciando eternamente às Portas dos Céus – digo agora eu.
Não o respeitaram. Também porque na pedra estava inscrita a dor e a Dignidade derradeira do seu Nome. Se foi acidental, não sei. Mas depois desapareceram-lhe com as pedras.
Sou piegas? Porventura.
Nesse processo Progressista entregaram as terras do primitivo cemitério, contíguo à Igreja, a quem (disse-se na altura) cultivava umas couves numa aldeia cá da Freguesia.
Eu e um amigo tivemos ossadas humanas nas mãos, fragmentadas pelas máquinas.
A insensibilidade de quem não se respeita a si próprio [visto não respeitar o Grande Passado – e isto não é cliché] desbaratou de modo grosseiro a oportunidade de se proceder a um Estudo Antropológico.
De que terão morrido os nossos antepassados? Terão sido muito ou pouco afectados pelas sezões? A pneumónica foi devastadora? Quais as dietas alimentares e em que períodos?
Falamos do Património – literalmente – Humano.
E no Século XXI há quem persista investir medrosamente na ignorância.
Nota: não me espantaria RIGOROSAMENTE NADA que, e digo-o há anos, no solo pombalense, por exemplo da Redinha ao Louriçal, houvesse vestígios de Vilas Romanas. Basta pensar na orografia e na tipologia da bacia hidrográfica do Mondego… e nas descobertas recentes dos Concelhos vizinhos, como os de Soure ou Ansião.
Quem tem responsabilidades políticas deve pôr a mão na consciência.
A História já nos ensinou que a devemos respeitar. Lembre-se que Mussolini construiu a Via do Sol (creio ser este o nome) em cima do Fórum.
Abraço de um Gaulês que respeita o Legado Romano.