Hotelaria e Carta Turística. Duas expressões para 2010. Da minha parte, legítimas. Mas continuo na minha (lá está). Aquela história de não ligarmos peva para a História ou Património Histórico(excepto a omnipresença acrítica do Marquês) e da pouca relevância de se apostar no Património Natural (espera-se que o CIMU seja a prova provada do contrário), continua sem se assumir claramente - e desculpem lá, mas da carta turística da AMLEI vejo banalidades, não vejo patrimónios da humanidade, centros mariânicos ou linhas de costa lindíssimas, para apelar aos elementos mais fortes - que o turismo é uma opção para Pombal. Parece complicado, estranho, contranatura, mas entre visionarices mal enjorcadas, prefiro assumir uma linha do "fique cá e visite a região". E aí talvez a hotelaria e uma boa carta turística - uma assente em rotas, senhores, em rotas (e prometo que deixo os Templários em paz), que cruzem heranças e tradições várias. Provavelmente falta-lhe o laranja para ser visionário, mas é uma ideia que procura assentar-se em várias outras. Tipo construir com lógica, com plano. Pode até nem dar em nada, mas sempre é melhor que a simples atordoada tipo "teleférico". Até lá, que as apostas sejam feitas e, mais importante, sustentadas. Para ver se, sei lá, passamos de visionários a estrategas.
Não é possível acreditar naquilo que não existe "Gestão Autárquica". Principalmente se nela se incluir planeamento a médio e longo prazo. Era necessária mais cultura no executivo camarário que não consegue facilmente ultrapassar o seu analfabetismo funcional. (Se eles não souberem o que é, eu explico em regime de voluntariado: sem custos.)Só consegue navegar com terra à vista, com os olhos centrados no umbigo ou no curto e curtíssimo prazo. Às vezes até parece que só sabe gerir o imediato. Sem cultura não se entende nem se reconhece o valor do património histórico nem paisagístico nem civilizacional. Daí a política municipal do bota abaixo indiscriminadamente, do monumento à árvore, do talude ao caminho, do rio à linha de água. Nada é sagrado se não puder converter-se em muitos euros e depressa. Podem crer que o interesse pela praia, pelo Osso da Baleia só o entendem se atrás dele conseguirem construir as infra-estruturas que disfarcem e prenunciem a urbanização desvairada daquele espaço pouco remexido, por enquanto. Durante quanto tempo ainda? Estamos na rota das peregrinações de Fátima (uma espécie de Caminho de Santiago da era moderna), alguém já pensou, a sério, no desenvolvimento e aproveitamento do Turismo Religioso?
ResponderEliminarEste assunto merecia, talvez, um debate alargado a todos os munícipes. Seremos capazes de o promover? A Câmara está provado que não tem estaleca para debates sérios em profundidade. (Costuma designá-los por excesso de protagonismo.)
Saudações
Professor, dificilmente seria colocá-lo melhor.
ResponderEliminarAproveito para me juntar a si na questão do Turismo Religioso, onde eu, apesar de não crente, ver que Pombal está em sítio de excelência para dele beneficiar. E sem ser visionário. E sem protagonismos, basta as vantagens comparativas que existem.
Temos no concelho (nomeadamente, no Louriçal) um convento belissimo, vivo, que alberga uma ordem franciscana (as clarissas), com voto de clausura... isto tem potencial turístico. Concordo com o professor e o Alvim, o Turismo Religioso pode ser uma ideia a desenvolver e (principalmente) a concretizar! E (ouro sobre azul) a juntar a outras, de forma planeada, para desenvolver um turismo de qualidade.
ResponderEliminarDe outra forma, alguém me explica porque defende Ana Pedro, Narciso e Parreira o tal curso de hotelaria, dizendo dele que "vem fazer face a uma necessidade premente do concelho"? Acho que ainda não se aperceberam que nós ainda não temos turismo por cá. Nem vamos ter, enquanto não se fizer alguma coisa séria, coordenada e consequente para alterar essa realidade!
Apesar da falta do dito turismo e das dificuldades em o captar, não vejo, à partida, razões para não haver formação profissional em hotelaria. É mais uma ferramenta que se pode dar aos jovens. Não podendo todos ocupar postos de trabalho na restauração e hotelaria locais, se a formação tiver qualidade, não faltarão locais no país e no mundo onde esses jovens poderão ganhar a vida.
ResponderEliminarSobre formação e melhoria das qualificações profissionais é válida a máxima de que "saber não ocupa lugar". Quando vamos a um restaurante não é invulgar ver os empregados de mesa a servir com o polegar quase no meio do prato. Com formação escolar este tipo de falhas deixa de acontecer.
Amigo e companheiro João Alvim, boa noite e votos de um Bom Ano.
ResponderEliminarDe Ofir e para memória futura.
Não me vou pronunciar sobre o Turismo Religioso por não estar dentro do assunto. Tenho umas ideias, mas não consolidadas.
Relativamente à restauração, isso sim.
Em 1986 a AICP propôs ao DAFSE (Departamento para os Assuntos do Fundo Social Europeu), com escritório em Coimbra, fazer uma candidatura em nome de uma empresa (era o que era possível à data) onde tínhamos uma grelha com firmas e cursos e onde já estava a formação de sala proposta por um dos nossos muitos e bons restaurantes.
A candidatura foi aprovada, executada, posteriormente fiscalizada e faz parte do historial da AICP.
Já com novas regras a AICP executou cursos, de longa e curta duração, de ajudantes de cozinha e pessoal de sala.
Reconheço a dificuldade de tal empresa, por vida vivida, mas também porque nos propúnhamos requalificar e adaptar a postos de trabalho.
Se fizermos o caminho de formar para… se calhar é mais fácil e mais eficaz.
Para além de concordar, estou disponível para colaborar, enquanto cidadão ou institucionalmente, para prestarmos um melhor serviço e de melhor qualidade a todos os que nos visitam ou, mesmo, aos residentes.
Felizmente já temos em muitos dos nossos, reitero, muitos e bons restaurantes pessoas licenciadas em restauração ou hotelaria e isso vê-se na nossa ida aos restaurantes.
É aí que está a diferença.
Nivelemos, então, por cima.
Abraço.
Engenheiro e Amigo, devolvo os cumprimentos.
ResponderEliminarSem sombra de dúvida que aposta na formação é indissociável, mas haverá que, de forma estratégica, definir se queremos apenas sítios com boa cozinha ou que sustentem um outro turismo, no sentido de sermos apoio a pólos de atracção.
Todos teremos ideias sobre o Turismo Religioso, umas mais outras menos consolidadas, e espero bem que a no futuro haja mais capacidade para a desenvolver. Essa e outra. Haja é capacidade para esquecer o cartão de militante e olhar para as cabeças que aqui (e por aí) andam.
As pessoas que irão ser formadas nesta área não poderão ser uma mais valia para o desenvolvimento turístico do concelho?
ResponderEliminarNa parte "privada", sra do cardal... eu, sinceramente, preferia que uma aposta no turismo partisse da Câmara, ou de organismos públicos. Porque o privado pensa (e com toda a legitimidade, não vejam aqui qualquer critica ou tabu ideológico) no seu lucro pessoal, enquanto o "público" pensa (ou tem por missão pensar) no bem comum. Daí lhe ser exigível a tal coerência, a tal estratégia, a minimização de "danos colaterais"...
ResponderEliminarClarifico que não sou contra o curso em si. Não me parece é lógico que esteja divorciado de uma aposta REAL no turismo. A solução não é acabar com o curso, é enquadrá-lo. Dar-lhe contexto!
Quem quer fazer turismo religioso candidate-se a freira! Tire o curso de freira! Também já devem ter Bolonha! Conheço muito bons autarcas que o podiam fazer!
ResponderEliminarBem, isto não quer dizer que quem vá fazer turismo sexual… tire o curso de prostituta…
ResponderEliminarOu no turismo ocioso faça o de marquês…
Já estou a imaginar uma Red Zone ali p'ros lados...
ResponderEliminarRazão têm os saudosos! No tempo do Salazar é que era! Ai!, que asseio…
Nada contra as freiras… Muito pelo contrário, hã? Só gostava era que me ensinassem a fazer milagres, que o Louriçal bem precisa… Mas depois não saberei onde instalar tanto peregrino… Não importa, será outro Woodstock!
ResponderEliminarTemos um património religioso muito rico, que efectivamente poderia ser aproveitado para promover Pombal através de Turismo religioso. E há que perceber que este tipo de turismo não se dirige só a freiras, padres e crentes, mas a todos os que gostem de apreciar locais de culto, mesmo não tendo crenças religiosas.
ResponderEliminar