"Concordo com tudo o que seja feito no concelho que tenha como objectivo o bem social das pessoas. Se o propósito não for única a exclusivamente solidário, mas tiver também fins lucrativos, discordo. Ou se faz uma coisa, ou outra. Não pode existir a promiscuidade de misturar as duas coisas".
Narciso Mota, presidente da CMP, in O Correio de Pombal (edição 17 Junho 2010)
Eu sabia. Um dia haveríamos de concordar nalguma coisa.
As declarações do presidente referem-se ao tal do Beat, a última cartada de JVV, com a conivência das Misericórdias de Pombal, Louriçal e Redinha, que amanhã à noite espera pela contribuição dos que lá forem, à discoteca da Quinta da Gramela - que pelos vistos mudou de nome outra vez.
É a isto que podemos chamar um beat de lucidez, engenheiro.
Estou consigo! A mim, também não me engana mais.
Tão amiguinhos que nós eramos....Zangam-se as comadres...
ResponderEliminar«"Concordo com tudo o que seja feito no concelho que tenha como objectivo o bem social das pessoas. Se o propósito não for única a exclusivamente solidário, mas tiver também fins lucrativos, discordo. Ou se faz uma coisa, ou outra.Não pode existir a promiscuidade de misturar as duas coisas".»
ResponderEliminarÓ meus farpentos amigos, ninguém ensina esta criatura a falar em português?
Reparem:
- poderá haver bem social que não seja das pessoas?
- promiscuidade não inclui já o conceito de mistura?
[Isto deve ser uma homenagem ao Nobel da Literatura Portuguesa hoje desaparecido!]
Votam em analfabetos e depois admiram-se de o concelho ser mal gerido.
Saudações.
O Sr. Eng. utiliza a figura de estilo Pleonasmo, pelo que esta tudo correcto. O Sr. Eng. consegue ter o dom de utilizar as figuras de estilo sem as comhecer... E esta... hem
ResponderEliminarMeu caro Professor,
ResponderEliminarNão vejo a frase do mesmo modo. Acho-a até rica do ponto de vista do estilo e eficaz do ponto de vista da comunicação (sound "beat").
Num simples parágrafo, encontro duas figuras de estilo bem relevantes, como a metáfora, quando associa o BEAT ao lucro e nos remete para uma sexualidade, porventura não meramente lúdica e, ao mesmo tempo, criativa mas desregrada (ainda que, como Sade nos ensina, existam orgias que, de tão lúdicas que são, se exige o perfeito cumprimento das regras e que o jogo seja disputado com preceito), e como a perífrase, quando associa duas realidades que podem partilhar um mesmo corpo, mas que continuam a ser corpos perfeitamente distintos, como sucede quando fala em promiscuidade e em mistura, que parecendo serem a mesma coisa, não o são.
Tem razão quando diz que não há bem social que não seja relativo às pessoas. Por exemplo, o onanismo, em muitas circunstâncias, é um bem pessoal de que resulta a mais elevada satisfação humana, mas não é um bem social, ao ponto de poder criar adição, e de gerar transtornos de comportamento totalmente anti-sociais. No entanto, ainda assim, há quem diga, que é o melhor tratamento que se pode dar à pessoa de quem mais gostamos.
Nem todas as misturas são necessariamente orgias, assim como, nem todas as misturas são necessariamente promíscuas. Um casal com uma libido ardente pode funcionar como uma centrifugadora e fazer, insistentemente, a fluidificação e a mistura mais perfeita, mas não há nem promiscuidade nem orgia.
A promiscuidade - na frase – está no facto de no mesmo acto se “misturar as duas coisas”: a solidariedade e lucro. Dito de outra forma: possivelmente, publicidade enganosa.
P.S.: Espero estejamos mutuamente esclarecidos, não podemos estar sempre a malhar no mesmo, dando razão ao Nuno Carrasqueira para emitir as suas criticas noutros fóruns mais respeitáveis onde elas são levadas em conta e lhe dão outro valor. :);):)
Caro Jorge, é impressionante como no meio desta coisa que é o Beat conseguiu falar de algo realmente interessante, o nosso querido Marquês de Sade (esse sim, um marquês como deve ser!). Ele e a sua "Escola da libertinagem", que nos diz "Não há que mais coragem dê do que um primeiro crime impune."
ResponderEliminarQuanto a essa história dos medicamentos, já há alguns anos que os entrego na Farmácia, para que seja feita a recolha pela Valormed. Nunca precisei de Beat's para o fazer. E ainda gostava de saber, quem é que se responsabiliza pelos medicamentos que possam vir a ser entregues às instituições. Desconfio que ninguém conseguirá garantir que estes se encontram nas devidas condições, não tendo sido expostos a factores que desencadeiem alterações no fármaco.
Relativamente ao Presidente da Câmara, pelos vistos abriu os olhos a tempo de não voltar a patrocinar o evento em questão.
Boa questão menina JA...a recolha de medicamentos. Confesso que desconfio da legalidade deste tipo de "donativos". Lembro-me da Câmara da Batalha, há uns anos atrás, através da Rede Social, querer proceder a uma recolha de medicamentos, para posteriormente entregar aos mais desfavorecidos (com apoio das farmácias do Concelho), e o Infarmed ou a ANF, não ter autorizado. Alegando que a entrega deverá ser feita por um farmacêutico, entre outros problemas de legalidade. Por isso, era curioso saber como o "Beat" irá proceder á entrega.
ResponderEliminarSerá que a Valormed não trata disso? Também não sei de aspectos formais...
ResponderEliminarE não acho que não possa ter lucro e solidariedade. Acho é que isso tem de ser esclarecido e ainda não foi.
Nuno, a Valormed encarregar-se-á dos medicamentos recolhidos que se encontram fora do prazo.Dos restantes, duvido...
ResponderEliminarPois, sinceramente também não sei.
ResponderEliminarMas e nas missões humanitárias, como se processa?
Concerteza não será através de nenhum "Beat", caro Nuno! As missões humanitárias, na generalidade, são organizações com muitas parcerias, com médicos entre outros técnicos de saúde envolvidos! Onde por detrás destas, há inúmeras licenças e convénios que não fazemos ideia. Estás a comparar o incomparável. Apenas dei um exemplo prático, que não foi avante, porque não foi autorizado por quem devia de autorizar! Vamos pensar com clareza e sériamente Nuno, e tu mais que nunca como futuro técnico de saúde: que garantias é que existem, que os medicamentos doados pelas pessoas estão "em condições"? E não me estou a referir á data de validade, mas sim á garantia que o mesmo esteve "armazenado" adequadamente, ou seja, em condições de segurança e de qualidade para o consumidor? São estas as questões que levanto, que no meu entender são sérias, porque estamos também a falar de saúde pública.
ResponderEliminarNão quero duvidar da (boa)intenção dos promotores, mas há aspectos que não podem ser descurados. Esta iniciativa não se assemelha a anterior, é bem mais séria!
Eu não estou a defender ninguém. Simplesmente não tinha pensado no assunto e não sei quais são os procedimentos habituais nestas iniciativas nem se realmente terão sido cumpridos.
ResponderEliminarE falei nas missões humanitárias, não para comparar mas para tentar mesmo saber como se faz.
E eu não estou a acusar ninguém, apenas levanto algumas dúvidas...
ResponderEliminarPertinentes...
ResponderEliminarTodas as dúvidas que a Dra Marlene levantou são oportunas e pertinentes.
ResponderEliminarAndei pelo Facebook, mas para além das fotos de quem passou pelo Lusitano, não consta mais nenhuma informação. Como por exemplo, as contas do Beat.
Qual foi o montante de receita?
Qual foi o montante da despesa?
Qual foi o montante revertido para as Misericórdias?
(sabendo que o promotor do Beat é o mesmo do descalabro financeiro do Bodo 2008, estamos mesmo a prever as contas)
E, já agora... se o Lusitano (aquela parte das instalações) estava encerrado há algum tempo, tinha licença para receber o evento? Quem emitiu?
Quais as razões que levaram o Município a não apoiar uma iniciativa de solidariedade?
Porque é que os convidados do Beat foram mais cedo para o local e participaram (lancharam) no convívio do NDAP?
Calma, na primeira edição as contas foram apresentadas no OCP, é ter calma a ver se desta também são.
ResponderEliminarAs restantes questões também gostaria de ver respondidas.
Muitas receitas e sem impostos... Um verdadeiro negócio da china! Haverá uma empresa? Ou é tudo solidariedade?
ResponderEliminarSegundo consta numa página publicada no Correio de Pombal, o Beat já tem 1500 euros para distribuir por três Misericórdias. Ou seja, 500 euros (cem contitos na moeda antiga) para cada uma.
ResponderEliminarMas, isto representa que percentagem das receitas?
Como foi apurado este valor?
Aquilo é publicidade? E a chamada na capa também?
ResponderEliminarÓ Rafeiro, já agora, você que é bem informado, conte lá à malta quando é que a discoteca deixou de ser Noite Mia para voltar a ser Lusitano.
E outra coisa que me está a intrigar: porque não aparece JVV em nenhuma foto do evento?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Rafeiro (gosto do nome)!
ResponderEliminarDeixe o Dr. de lado, trate-me por Marlene! Sabe é que eu sou de uma "raça" sem Pedigree!!
Abraço