29 de dezembro de 2010

Mais uma oportunidade perdida

Os principais pontos da agenda da última AM do ano são a discussão e votação do Orçamento e das Grandes Opções do Plano (GOP).
É normal e compreensível que as bancadas votem de forma distinta: a bancada que apoia o executivo aprova os documentos e a bancada da oposição rejeita-os.
Mas para os rejeitar, e capitalizar alguma coisa com isso, é necessário discordar das opções tomadas e fazê-lo com argumentos claros e robustos. Ou seja, é preciso deixar claro que se a oposição fosse poder faria outras opções ou faria de forma claramente diferente. Ora, o que ficou claro do incipiente debate é que o PS tomaria, no essencial, as mesmas opções: saneamento básico, sistema de abastecimento de água, pólos escolares e regeneração urbana. O que é coerente com o discurso do PS nos últimos anos, quando sempre criticou a falta de investimento nestas áreas e sempre as definiu com opções prioritárias. Logo, neste momento, o PS deveria ter-se colado às opções tomadas pelo executivo, abstendo-se talvez, criticando o atraso do executivo, deixando a dúvida na capacidade deste para concretizar atempadamente os projectos e alertando para a provável perda de fundos comunitários.
Ao rejeitar o Orçamento e as GOP o PS perdeu mais uma oportunidade de se credibilizar como alternativa.

AM: a fantochada do costume

A AM de hoje decorreu no registo habitual: ofensas gratuitas e insultos directos regados com muita demagogia e muita banalidade.
Um espectáculo triste …, com os protagonistas habituais.

28 de dezembro de 2010

2010: menos e mais

Menos

Em Portugal, o ano de 2010 ficou marcado pelo assumir da crise financeira. Aquilo que já todos sabiam foi, finalmente, admitido pelo governo: estamos completamente falidos e já ninguém confia em nós. Depois de anos de sacralização do capitalismo, chegou-se a uma situação de total descalabro. A crise, por si só, até nem seria tão má se fosse aproveitada para dar um impulso novo à nossa sociedade. O problema é que a receita que os nossos governantes nos apresentaram, na forma de três PECs, insiste na velha fórmula: há que poupar os prevaricadores, aqueles que durante anos andaram a roubar, e ir buscar o dinheirinho aos “do costume”. Lá está: quando o mar bate na rocha, quem se .... é o mexilhão!


Na nossa realidade local, ficámos a saber que as contas do município estavam a saque. Aqui o roubo foi daqueles à antiga. O problema é que, depois de muito choro, muita lamentação, a culpa lá acabou por cair apenas no mexilhão.


Mais

Destaco a iniciativa Limpar Portugal, promovida por um conjunto de cidadãos sem ligação a partidos ou outra qualquer organização. O que é facto é que foi conseguida uma mobilização sem precedentes de toda a sociedade para uma causa completamente altruísta, tendo sido recolhidas 70 toneladas de lixo! Como não há bela sem senão, quem percorrer as matas deste país tem a sensação de que a iniciativa foi um fracasso. Quem lá esteve sabe que não.


Em Pombal, reconheço como muito meritório o esforço da nossa autarquia em promover a construção de creches e, sobretudo, de centro de dia. Num concelho onde a percentagem da população envelhecida é grande, agravado com o facto de vivermos numa sociedade que tende a desprezar os mais velhos, estas iniciativas prestigiam, sem dúvida, quem as protagoniza.


(Versão do texto publicado hoje n' O Correio de Pombal)

24 de dezembro de 2010

23 de dezembro de 2010

Leis e salsichas

O CDS anunciou, após a eleição dos seus órgãos concelhios, que está disposto a ser “uma oposição construtiva”. Esperemos que o mote não tenha sido dado pela oferta natalícia do pinheiro. Por muito bem intencionada que tenha sido a iniciativa, do que menos precisamos em Pombal é de aspirantes a Valentim Loureiro.


Segundo uma afirmação atribuída a Otto von Bismark, responsável pela unificação alemã no século XIX, o respeito que temos pelas leis e pelas salsichas é inversamente proporcional ao conhecimento que temos da forma como são feitas. Depois de 20 anos de PSD, já perdemos todo o respeito pela Lei da Laranja. Estou convencido que, com este CDS, vamos deixar de comer salsichas.

20 de dezembro de 2010

Eles condenam um deles


O executivo da CMP aprovou, por unanimidade, aplicar a pena única de demissão ao funcionário da tesouraria que desviou cerca de 600 mil euros de uma conta bancária da autarquia.
De forma rápida e nebulosa, os responsáveis pelo continuado desfalque condenaram um dos culpados. E assim lavaram as mãos como Pilatos.

Centro Hospitalar de Leiria – Pombal (?)

Por estas bandas ninguém estava à espera da criação do Centro Hospitalar Leiria – Pombal (que raio de nome). O novo centro hospitalar resulta da integração do Hospital Distrital (só de nome) de Pombal (HDP) no Hospital de Santo André (HSA) de Leiria, ou seja, o HDP é engolido (destino inevitável para um desfalecido) pelo HSA. Por aqui, se exceptuarmos a Concelhia do PS de Pombal, ninguém tem mostrado contentamento com a estranha medida, antes pelo contrário.
É verdade que a reestruturação da rede de cuidados de saúde é necessária e premente. Necessária porque a rede actual é muito dispendiosa e assimétrica na resposta, premente porque o estado das finanças públicas a isso obriga. Mas, apesar de necessária e premente, a reestruturação não deve ser feita de forma precipitada, casuística e por encomenda. Ao fazê-lo, desta forma, o governo pode estar a desperdiçar uma boa oportunidade para racionalizar a rede de cuidados de saúde. A reestruturação tem que recair no redimensionando da oferta de serviços em função da procura de acordo com critérios económicos e qualidade. Se, como parece, estas medidas ficarem pela fusão administrativa de umas quantas entidades, que, quanto muito, eliminarão uns quantos administradores e concentrarão parte dos serviços de apoio (contabilidade, compras, etc.), não se resolve a questão de fundo: eliminação das principais fontes de desperdício. Mexe-se na coisa para deixar (quase) tudo na mesma.

15 de dezembro de 2010

Fotografias

Na última edição de O Correio de Pombal, é noticiada a visita de Adelino Mendes e José Miguel Medeiros a Vila Cã. Presente no "acto" estava também o Joel, membro da Assembleia de freguesia por ter sido o candidato (derrotado) do PS.
Se a presença de um deputado não diminui o brilho da iniciativa (antes o deveria, supostamente, engrandecer), o facto é que estas presenças causam dúvidas no eleitorado. Por capricho (ou não), Adelino Mendes estava mais próximo de Medeiros, e mais longe do Joel. Como se de uma ilustração se tratasse. Um registo gráfico das dúvidas (legítimas ou não, não me quero pronunciar) do eleitorado. Estas dúvidas costumam ter repercussão nas urnas e o PS bem o sabe (ou deveria saber).
Por oposição, veja-se a fotografia da visita de Narciso às freguesias. Sem figuras nacionais. No meio dos presidentes de junta e outros populares. Narciso ensina, e o PS não aprende, é o que é. Também por aqui se ganham (e perdem) eleições.

9 de dezembro de 2010

Fraco orgulho

Narciso Mota diz-se “orgulhoso por Pombal não aderir a sistemas intermunicipais”. Fraco orgulho! Deveria ter vergonha do péssimo serviço prestado pelos serviços municipalizados da câmara, tanto na água como no saneamento. Mas a mudança poderá ser mais rápida do que ele pensa. Para o provável sucessor, será uma das primeiras medidas de fundo a ser tomada.

7 de dezembro de 2010

O ovo e a galinha

Uma pergunta que devia ter sido feita (e respondida) em Pombal antes de se começar a gastar dinheiro: Como é que se vai devolver gente às lojas da Baixa de uma cidade?

6 de dezembro de 2010

Apagão

À conta de tanto apagão, quase que dá vontade de dizer que isto só pode ser culpa de alguém que não gosta de iluminados...

Mas agora a sério: pelo que li ontem de vários pombalenses, a postura da EDP foi, no mínimo patética (já pelo menos a cidade estava sem luz há 1 hora e alegadamente eles ainda não tinham dado conta). Lembraram-me hoje de que será a REN - enquanto concessionária - a responsável por isto, mas o que é certo é que estas situações se sucedem e de tudo que já foi feito nada deu. resultado. Politicamente já se fez o barulho que se podia fazer, exigindo, em Vereação e na Assembleia, que se fizesse algo para evitar os apagões, mas em bom rigor, EDP's, REN's e afins não se preocupam nem querem saber. Mas isto, sendo uma questão política em segundo plano (a representação dos interesses da população) é, antes disso, uma questão de mercado. E questões de mercado combatem-se com as regras do mercado, pelo que só pode caber a que "usufrui" do serviço, em massa, ver se o consegue alterar, pelo menos tocando no único sítio onde doí às nossas empresas lisboetas: o bolso.

3 de dezembro de 2010

Os esgotos, esses malditos canos que ninguém vê

A notícia da Rádio Cardal remete para um tema de esgoto(s).
"A Câmara de Pombal anunciou hoje investimentos de 29,6 milhões de euros em obras de saneamento e abastecimento de água no concelho, que vão obrigar a uma comparticipação financeira municipal de 11 milhões de euros.
Segundo uma nota de imprensa da autarquia, as obras de abastecimento de água, saneamento, tratamento e drenagem de águas residuais, e construção de estações de tratamento de águas residuais vão ter uma comparticipação comunitária superior a 17 milhões de euros, do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e do Fundo de Coesão, no âmbito de cinco candidaturas já aprovadas.

O presidente da Câmara Municipal de Pombal, Narciso Mota, explicou que o objetivo deste investimento é que no final do atual mandato entre 80 a 90 por cento da população, de cerca de 70 000 habitantes, possa ter saneamento."


E acha isso bem? Basta-lhe? Será que 20 anos não chega para a cobertura completa?
Valha-nos o engº Rodrigues Marques, mais os santinhos que não tarda a vir aqui invocar.

Serões Culturais

A sessão aqui noticiada, que decorreu no Teatro Cine, foi um sucesso. Casa cheia e a presença das individualidades políticas do concelho. Como alguém comentava, "se Maomé não vai à montanha, vem a montanha a Maomé"!

... e Mário Diogo eleito no CD da Ordem dos Advogados!

Também Mário Diogo, ilustre advogado de Pombal, foi eleito presidente do Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados. Pela primeira vez o presidente deste órgão não é de Coimbra. Uma prova de que o reconhecimento do mérito de Mário Diogo extravasa a nossa "praça local".
Para quem queira conhecer o restante equipa eleita, fica a notícia do Diário As Beiras.
Parabéns, dr. Mário!

José Manuel Silva candidato na Ordem dos Médicos...


José Manuel Silva está na corrida para bastonário da Ordem dos Médicos. Independentemente do resultado, é já de salientar a disponibilidade deste médico pombalense, bem como a visibilidade que tão alto cargo traz. Pombal também é falado por bons motivos. Hoje foi publicada uma entrevista no Correia da Manhã.
Este "quadro clínico" parece-me (mais) uma boa razão para se falar de saúde em Pombal, como em tempos anunciou o Presidente da Assembleia Municipal (também ele médico).

2 de dezembro de 2010

Fala quem conhece


Eliseu F. Dias, futuro presidente da concelhia do CDS, propõe-se “dar voz aos pombalenses que não se revêem na actual política da maioria no poder. Uma política de clientelas políticas e familiares”. In OCP