Parece que afinal acabou o período de vacas magras, e já se iniciou um processo de desagravamento fiscal. Pelo menos para os mais necessitados, como os praticantes de golfe!
A notícia não é local, mas é sintomática e generalizável: há opções que custam a entender. Pior ainda: que custam a engolir!
É o Neo-liberalismo no seu estado mais puro... Tem de se proteger os interesses de quem tem poder e dinheiro e o Zé Povinho que se lixe. Quem tem unhas é que toca Viola... E se o povo se passa e mete o Camarada Jeronimo a 1º Ministro? O Lula ganhou e o PIB do Brasil disparou... E esta hem
ResponderEliminarRoque, não seja maldizente. O Golfe é um imperativo nacional. É o desporto dos pobres.
ResponderEliminarSaudações. Aliás, quanto é que os clubes de futebol pagam de IVA nas transferências jogadores? Eu não sei mas era interessante saber-se. Saudações.
Atenção, as coisas não são bem assim! O Golf é uma industria internacional que constitui um subsector do turismo que combate a sazonalidade e gera receitas directas e indirectas muito elevadas. Num pais como o nosso, os golfistas nacionais não contam, mas se conseguir-mos competir no mercado internacional e ter uma boa ocupação dos nossos campos de golf, mantemos postos de trabalho, e vamos buscar os I.V.A.S.na hotelaria, restauração, etc, e divulgamos o nosso país num mercado de qualidade, alternativo à predação do turismo de massas? Comparem a qualidade dos Palmares, Meia Praia, Lagos com Quarteira ou Praia da Rocha. Comparem a qualidade do urbanismo dos empreendimentos dos campos de Golf da costa de Obidos e Foz do Arelho com a Figueira, Pedrogão ou Nazaré. Dirão isso é para ricos! Certamente, mas o que eu quero é o melhor para todos. E que esses devem ser os padrões orientadores do desenvolvimento.Um mundo melhor e mais bonito, não para alguns, mas, tendencialmente, para todos!
ResponderEliminarSerá que algum praticante de golf deixou de o ser, por causa da taxa de IVA aplicável? É expectável que, com esta dimimuição de taxa, tenhamos um aumento da prática da modalidade, e das receitas daí advindas? Creio que não, Jorge...
ResponderEliminarNos poucos golfistas portugueses não fará diferença alguma, e se fizesse, como portugueses, deveriam aceitar os custos da crise, pelo menos tanto como os trabalhadores e as classes médias.
ResponderEliminarPorém, o que é verdadeiramente relevante no mercado do turismo de golf, são as clientelas dos mercados externos. Para esses o custo fiscal dessa actividade é relevante, porque, normalmente, esses produtos são vendidos em pacote e o preço de uso dos campos entra uma lista de custos, onde incluem as viagens, a hospedagem, a restauração, etc. . E, aí, o peso dos custos fiscais é excessivo, tornando-se decisivo na diferenciação e na escolha. Pode ir-se para o sul de Espanha, para a Florida, ou para as Caraíbas, para a Tailândia e muitos outros destinos onde o serviço e a qualidade da paisagem são semelhantes, mas os outros custos, incluindo os fiscais, são significativamente menores.
Entendo a questão da moral interna, mas temos de reconhecer que o aumento da receita fiscal que se poderia obter com a aplicação da taxa máxima aos golfistas portugueses é infinitamente inferior às receitas que se podem recolher aplicando uma taxa mínima que torne os nossos campos de golfe e estruturas hoteleiras que os complementam capazes de concorrer no mercado global e trazer este tipo de turista de que tanto precisamos, e que, procuram este pais fora da época alta, que são relativamente cultos e que consomem, habitualmente, os nossos melhores produtos, em qualidade e em valor acrescentado, seja na restauração, seja na arte, no património e na cultura. Ao contrário do vulgo, a maioria deles não são burgueses ou capitalistas, mais ou menos, anafados. Trata-se de um escape para o Stress que, cada vez mais, são as pessoas mais qualificadas que o procuram.
Olhando para a floresta: foi a prática desportiva que passou para 23%. Nesta leva, o golfe ficou de fora. E fica graças a um interesse que, por considerável que seja, é abusivo face às circunstâncias. E graças também a esse famigerada espécie do Direito Circulatório.
ResponderEliminarNão percebo, e eu não sou um desportista, como é a prática desportiva não é prioritária no seu todo.
Certamente,mas,a meu ver o que está mal foi aumentar-se para as outras modalidades. Depois, o golfe - não sou praticante - vai para além do destporto e tem muito mais a ver com turismo. Nos grandes agregados das contas públicas as receitas que se poderiam cobrar aos golfistas portugueses seriam invisiveis. Desse ponto de vista as vantagens para essas mesmas contas são maiores se for assim.
ResponderEliminarAceitando o argumento, seria o Turismo em si (todo ele) que deveria sofrer um desagravamento fiscal!
ResponderEliminarContudo, continuo a achar que o custo (fiscal) é irrelevante para os desportistas (sabe-se que essa malta brinca "aos milhões", e não aos "tostões"), e que a alteração de taxas não esquenta nem arrefenta uma só tacada que se dê em Portugal.
Oh Gabriel,
ResponderEliminarEstamos a falar de modos de arrecadar mais receita fiscal com menos efeitos negativos na economia (sector turístico) ou estamos a falar de confisco, mesmo que seja, na sua maioria a estrangeiros de classe média?
Obviamente que a carga fiscal do turismo e, mesmo da generalidade das pequenas e médias empresas, deveria ser menor, para as tornar mais competitivas e lhes possibilitar criar mais empregos. Não é sustentável um Estado que, numa actividade como a minha, entre IRS, IVAS cobrados e pagos, leve mais de 60% da receita, quando não beneficio nem de assistência médica, nem de segurança social, e tão pouco, me suporta as actividades extracurriculares dos meus filhos (música, desporto, etc.), ainda exige taxas de estacionamento, portagens e pagar mais de 20 € por qualquer certidão, que mais não é que uma fotocópia com uma assinatura e um carimbo. Neste estado de coisas, da esquerda à direita há que repensar o papel do Estado e o modo de funcionamento dos serviços prestados. Na verdade, construímos um aparelho de estado que cada vez consome mais recursos a todos os portugueses, mas ao invés presta, cada vez mais, serviços altamente deficientes e nem sequer realiza a sua missão de fazer a justiça distributiva assegurando uma vida digna mesmo aos mais desprotegidos..
Para mim, do ponto de vista da esquerda, há que aumentar a eficiência do Estado; por um lado tirando um maior rendimento dos equipamentos, dos funcionários e demais meios colocados à sua disposição, e por outro, emagrecendo o Estado dispensando os funcionários que não sejam eficientes ou que não tenham atribuições necessárias e úteis. Não pode haver preconceito, em equacionar a privatização de alguns serviços que não decorram das suas funções essenciais e não correspondam a um serviço público indispensável à coesão e equidade social e que, comprovadamente a gestão privada seja tão ou mais qualificada e, necessariamente mais barata e eficiente. Dizer isto, não privatizar os lucros e socializar custos. Dizer isto não é ser de direita.
Um Estado opaco, gastador e pesado como o que temos não pode deixar de implodir, e aí, são os mais pobres e mais fracos que sofrerão as consequências. Este é um dilema que a esquerda tem enfrentar ou resolver quanto antes, ou a globalização impõe-nos os padrões de vida dos países a que chamávamos terceiro mundo, e agora, eufemísticamente, chamamos potências emergentes.
Companheiro Jorge Ferreira, bom dia.
ResponderEliminarAssino, por baixo.
Abraço.