"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
18 de abril de 2011
Para que serve um deputado, afinal?
Ando divertida com os comentários do engº Rodrigues Marques, lá isso ando. E com o júbilo dele pelo sexto lugar do Pedro Pimpão (que esteve muito bem ao leme do festival da juventude, este fim de semana). É que me diverte esta coisa de fazer de conta que um deputado indicado por Pombal (o que até não é bem o caso...) nos há-de valer de alguma coisa mais que propor projectos para a elevação a vila desta ou daquela aldeia, agora que as freguesias tendem a fundir-se e não a multiplicar-se. Que chatice. É por isso que tanto faz. O engº há-de lembrar-se do que lhe disse Chico da Barosa, essa figura mítica do PSD de Leiria, nos idos de 90. Ou de quando, mais tarde, indicou Ofélia Moleiro em vez de Diogo Mateus. Sendo assim, a indicação de nomes certeiros para a lista de Leiria na Assembleia da República, talvez tenha apenas a função de aquilatar o peso de cada concelhia. Coisa interna, então. Quer isto dizer que já não contamos para o totobola, quanto mais para o euromilhões. Dúvidas de que este sistema tem de mudar rapidamente? No PSD o lugar pode vir a ser elegível, se um ou dois elementos saltarem para o Governo. No PS - ui!, o PS! - entre mortos e feridos talvez João Coelho e o seu honroso 9º lugar nem precise de escapar. Mas é bom ir na lista. É sempre bom ir. Na lista. Também seria bom se fosse alguém pelo CDS. Ficava bem. E pela CDU e pelo BE. Mas para quê, senhores?
9 comentários:
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Bons comentários.
Amiga e companheira Paula Sofia, boa noite.
ResponderEliminarEstou a escrever à janela e como está a chover tenho que fechar a janela.
Amanhã, se Deus quiser, respondo-te.
Beijo.
Paula Sofia,
ResponderEliminarPara quê? No caso do PPD/CDS/PS, parece-me para nada. Noutros casos, BE e CDU, para alguma coisa.
Esta merda ( desculpem o "palavrão" ), no que toca à discussão dos lugares nas listas é de um parolismo a toda a prova.
Que bem escreve e desenha primorosamente neste espaço os panoramas politicos distritais, esta minha Amiga Paula Sofia.
ResponderEliminarSe eu não soubesse, quase que apostava que tens andado nas reuniões de federações em Leiria a ouvir e a escutar o que por lá se diz e não diz ou faz. A
verdade é mesmo essa Paula, as listas de putativos candidatos à deputados são o reflexo das concelhias, dos fazedores e desfazedores de factos politicos. Se são os melhores para os lugares - por vezes temos surpresas - à guiza de Manuela Ferreira Leite com interpretação de Pacheco Pereira - são decididamente os melhores daqueles que aceitaram ser propostos, impostos, escolhidos, impingidos, enfim votados pelos seus partidos.
Mas um dia virá o tempo que não é por inerencia nem por vontade estatutaria ou muito menos por "cozinhados" politicos de forças ocultas que se irá ter o seu nome na lista. Acredito - tà bem João Alvim sou sonhador - que esse dia virá e se calhar mais cedo que se possa adivinhar.
Adelino Leitão,
ResponderEliminarO parolismo de discutir lugares é que nos levou ao estado que chegamos.
Houvesse quem diga NÃO e logo se via a que ponto se chegavamos.
Já Saramago apelou ao voto em BRANCO (não no branco), agora Marinho e Pinto vem apelar ao NÃO VOTAR e finalmente Otelo (não do do dramaturgo mas o outro)vem dizer que bastam 800 para fazer uma revolução... saraiva carvalho...
Só já falta ouvir o Paulo a cantar outra vez depois do Tordo fazer banga com a toirada...
E DEPOIS DO ADEUS...
O ultimo a sair que apague a luz do aeroporto da Portela sff.
BOM DIA!
ResponderEliminarSr Carolino a semana passada liguei a um camada de guerra, colonial, e ele perguntou-me se estava disposto a comandar um pelotão para tomar conta de um quartel? Não sei se era a sério se a brincar!
Olhe que os gajos ainda não morreram e têm gosto pela coisa e pelas armas, " eles andim aí!"
Amigo Fernando,
ResponderEliminar"...as listas de putativos candidatos à deputados são o reflexo das concelhias,...".
Ora é isso mesmo. E sendo esse o critério, o 9º lugar nem é assim tão mau. Não sei com quantos votos se elegem as outras concelhias, ou quantos militantes têm, mas acredito que pelo menos 8 concelhos ultrapassem Pombal nesse critério.
Claro que... o critério em si é "caciqueiro". Mas não tentemos agora e aqui mudar o que tão agarrado está às vísceras dos partidos, em particular os do centrão!
Meus caros.
ResponderEliminarDizem que o parlamento é a consagração da “democracia representativa”…
Eu concordo, mas não percebo porque é que os “saloios da província”, no nosso caso os indígenas do distrito de Leiria, hão-de votar sempre, eleição após eleição, em “pára-quedistas” ou “colonos” impostos como cabeças de lista dos diversos partidos.
Elegemos quase sempre “cabeças de lista” sem qualquer conhecimento e preocupação das necessidades das populações, para além da época das campanhas eleitorais, por falta de qualquer ligação a esta região.
Tal prática partidária, para alem de ser uma forma dos presidentes dos partidos agirem como donos dos partidos e da democracia e de, assim, arregimentarem apoios e distribuírem “tachos”, é, sobretudo, uma forma de extorsão dos direitos cívicos dos eleitores, relegando-os para uma posição de inferioridade e desconsideração.
Não fosse, o papel secundário que alguns candidatos da região ocupam nas listas, eu diria que irai votar em branco. Até ao dia das eleições irei pensar. Já não consigo tolerar os vícios dos donos da democracia…
Caro José,
ResponderEliminarConcordo totalmente consigo. É desprestigiante para o nosso distrito (e para a democracia portuguesa) a insistência dos partidos em apresentar listas encabeçadas por "bidões". Respigando o que disse nas últimas legislativas, por este andar vamos acabar como no futebol: há que ir buscar os craques ao estrangeiro para poder melhorar o score eleitoral (já faltou mais). Eu, como sportinguista, prefiro a malta da "cantera".
Não sou dos que acha que os deputados devam defender apenas o distrito pelo qual foram eleitos. Se assim fosse, as regiões menos populosas seriam completamente abafadas. Mas uma coisa é certa: quem vive nos grandes centros e, em particular em Lisboa, tem tendência a desconhecer ou a desvalorizar o resto do país.
A crescente centralização nos órgãos de decisão, tal como a deficiente representatividade de certas classes sociais (ao nível político somos um país de doutores e engenheiros), contribui fortemente para o agravar das assimetrias no nosso país. Ao olhar para os notáveis “bidões” que nos são apresentados pelos principais partidos, fico com a certeza que ainda não é desta que vamos mudar.
Abraço,
Adérito
Caro Adérito
ResponderEliminarAs nossas posições, sobre os cabeças de lista por indicação divina, direito vitalício e méritos superiores, parecem próximas. Sobre a simpatia pelos gatos de juba, também...
Sem possibilidade de mudarmos muito, pelo menos aqui podemos manifestar as nossas ideias, sem sermos insultados.
Aproveito para informar que, como mabeco, continuo dotado da habitual ferocidade e que não me deixo domesticar.
Uivos,
Mabeco