"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
6 de agosto de 2011
Touradas
Citando na íntegra a RCP, e por lembrança do Alegria, cá fica a noticia deste protesto. De resto, eu sou claramente contra as touradas, apoio o protesto, e vou tentar estar presente.
Olá! Bonito texto! Não sou aficionado! Respeito quem gosta das touradas, apenas gosto de ver a pega por se tratar de uma luta séria.! Abaixo a matança do porco, de galinha, do coelho, os ovos a quem os dá! Não matem os peixes, deixem-nos navegar, não matem as couves e as cenouras deixei-nos vegetar, viveremos do ar.
...“pôr fim às touradas representará um avanço civilizacional em que o ser humano reconhece o animal, respeita-o e deixa de olhá-lo enquanto objecto servil ou de diversão. E é precisamente esse o nosso propósito”.(...) “as pessoas compreendam que as corridas de touros são uma prática bárbara, amoral e anti-ética que desrespeita o valor da vida”. Tal qual o possuir um "huskie seberiano" ou um "são bernardo" em apartamentos ou pior ainda tosquiar um "caniche" à la mode e a juntar a isto tudo o castrar gatos e cães ou pura e simplesmente ter um cavalo para bel prazer de fazer uma passeatas num qualquer hipodromo. Mais ter um relaxante e exoberante aquario em casa que transmite uma sensação de bem estar sem stress humano mas inequivoco stress animal. Bem dito eu me junto à sempre justa leal e sicera luta do bicho da fruta que está farto de pesticidas ou melhor ainda à luta das galinhas que acusam tudo e todos de exploração sexual, quem quiser ovos que os ponha. quanto aos toiros... nebre e gentil animal continuo a apoiar a sua luta... pastos verdes, vacas e leziria até morrer.
Caro Sr.! Quanto ao castrar animais estou inequivocamente do seu lado! Só os anormais e atrasados mentais mandam castrar cães e gatos. Quem o faz ou manda fazer deviam ser castrado também! No que respeita ao seu texto, bem escrito, há muita coisa bárbara neste mundo logo, os ovos a quem os dá e abaixo a exploração sexual das galinhas bem como das mulheres.
Uma farpa nesses lombos é que vos fazia bem1 :) Meus amigos, não tenho qualquer dúvida que retirar gozo do sofrimento gratuito de um animal é algo que não existirá numa sociedade mais evoluida, mas civilizada... e que já não deveria existir hoje em dia. Essas comparações absurdas da exploração sexual da galinha, por exemplo, são pouco mais que uma pequena anedota que não trazem nada de novo a esta discussão. Quanto ao Husky siberiano ou o S. Bernardo num apartamento, concordo com o Fernando, mas ao exemplo falta-lhe escala. O husky fazer menos exercício ou passar mais calor do que devia, é mau. Sangrá-los com espetos metálicos arremessados com quanta força se consiga, seria muitíssimo pior.
Gabriel,não podemos dissociar as touradas de toda aquela aura social de que se reveste. Basta ir uma vez a Abiul para perceber o desfile de vaidades. Dessa parte fala-se pouco, mas sente-se muito. Quanto ao resto, uma farpa nesses lombos é que era, eh eh.
Percebo pouco ou nada de tauromaquia e percebe-se que, aquilo a que alguns chamam de 'arte', tem defensores acérrimos que normalmente se agarram ao factor tradição para argumentar contra os que propõem o fim das touradas.
Penso que é uma questão de tempo para vermos o fim deste espectáculo que faz do sofrimento de um animal o ponto alto da festa. Agora muito ou pouco tempo, depende do ritmo a que a sociedade evoluir...
Gabriel, Exploração sexual das galinhas não é uma anedota é uma realidade. Convido-te a visitar uma exploração avicola e depois falamos...Visita depois uma suinicultura e depois falamos... um qualquer viveiro piscicola e depois falamos... quanto aos cães é só entender como eles sofrem em apartamentos por esse pais fora (pois nem todos vivem em vivendas) e sim os toiros sofrem e sangram mas eles só existem para aquele fim. São criados com esse intuito, são "depuradas" castas com essa função, enfim como já afirmei só existem toiros porque há toiradas. Paula, quanto ao social uma toirada é um acontecimento social, tem tanto de vaidades como uma gala de uma jornal, um espectaculo de teatro em Pombal, uma homenagem a um filho da terra, a visita de um governante. Em Abiul e estou mesmo muitissimo à vontade para o escrever e momento único em muitos anos que vivo a festa em que os abiulenses se unem para uns copos, para matar saudades de amigos enfim até para dizer mal do presidente da junta e se um dia alguém resolver escrever sobre o assunto espero que não se esqueçam de incluir os verdadeiros aficionados que não sendo de Abiul primam por estar na praça mais antiga do pais. farpas no lombo... há algumas aqui publicadas que fazem mais mossa que aquelas que o toiro "leva" e ainda assim pouco há quem se importe. vai por vocês... olé!
Gabriel Faltou só um niqinho... Já ouviste falar em Toiros ou Cavalos abandonados??? E de cães e gatos?? Conheces a expressão toiro vadio? Mas certamente conheces e constatas a expressão cão vadio ou gato vadio... Choca-me a dimensão de o ataque aos que gostam e defendem as toiradas como legitimas quando não vejo nem vislumbro um ataque aos "gostadores" de cães e gatos que os abandonam nas férias no meio do nada e em sitios como auto estradas ou cidades diferentes daquelas onde vivem... Quando vir uma luta justa aceito colocar pontos nos is e traços nos tês. Até lá a feira de vaidades que a Paula falava está também aqui instalada. Vai por ti Gabriel
Não sou um aficionado e já há mais de uma década que não vejo uma tourada. O espectáculo, no seu todo, não me cativa. A parte da tourada que me cativa é o toureio a pé porque é aquele que põe em confronto directo o homem e o touro, representa na sua plenitude a simbolismo e a cultura greco-romana e tem uma coreografia e uma beleza assinaláveis. Em Portugal não temos grandes matadores de touros e por isso não há boas touradas. Reconheço que a tourada é um espectáculo violento (pelo que sou contra a morte do touro) mas a violência é exercida sobre o touro e sobre o homem (o toureiro). Acho simplistas e frouxos os argumentos daqueles que são contra as touradas por causa do sofrimento dos touros, ignorando que a violência e o sofrimento estão presentes em todos os seus actores. Nós, os ocidentais, temos, também, a tendência para os fundamentalismos. Nesta coisa dos direitos dos animais dou razão aos árabes que dizem que nós tratamos mil vezes melhor um cão ou um gato (ou um touro) do que um árabe (ou um negro).
Não percebo em que medida o sofrimento de outros animais (e concordo contigo com as péssimas condições em que vivem as galinhas e porcos e peixes para "criação alimentar") pode justificar ou legitimar o sofrimento do toiro. É como se agora justificasses ou legitimasses alguém que se propusesse a matar politicos, porque afinal de contas, "o Kennedy, a Benazir Bhuto e outros também foram assassinados". Meu caro jurista, sabes melhor que eu que um crime nunca legitima outro. Quanto aos "pontos nos ís e traços nos três", digo-te que existe uma associação em Pombal (a Ajudanimal) que se dedica a essa tarefa (retirar cães e gatos da rua, e promover camapanhas de adopção), com quem já colaborei algumas vezes, e que já tirei ou ajudei a tirar muitos animais da rua. E que do meu bolso já terei gasto umas centenas de euros com cães que não são meus, nem nunca foram. Espero que conte a meu favor, naquilo dos "ís". Touros vadios? Touros abandonados? Não existiam sem touradas? Arranje-se outra função. Os meios não podem justificar os fins (nem vice-versa, mas neste caso...). Quanto às palavras da Paula (que subscrevo, bem como as do sempre sensato Filipe), o ponto é que o lobby das touradas é defendido por gente muito rica. É o que resta de uma certa aristocracia portuguesa que mais e melhor se move (e alimenta) das toiradas. Não serão todos, mas são muitos.
É irónico o Farpas não gostar de farpas. Mas até se compreende: a farpa só tem piada quando espetada em quem pode ripostar.
Eu gosto de touros. Além disso, cresci a ler Hemingway, lembro-me de, em miúdo, ter adorado ver o Ricardo Chibanga em Abúl e sou amigo do Jorge Humberto. Não consigo, por isso, deixar de ter algum fascínio pela festa. Já não acho é piada nenhuma aos tipos todos embonecados, encavalitados num cavalo, a espetar farpas no lombo de quem não pediu para estar ali.
Uma coisa também é certa: se não fossem as touradas, o destino do touro não seria “pastos verdes, vacas e lezíria até morrer”. O mais provável era que estivesse na mesma situação do lince da Serra da Malcata, o que só mostra a nossa falta de jeito para lidar com quem não é nosso semelhante., seja ele bicho, homem ou outra coisa qualquer.
Obviamente que podemos usar todos os argumentos e mais alguns para defender as touradas, como para ser contra as mesmas.
No meu caso particular, tenho imensa dificuldade em analisar este assunto, porque há aspectos que concordo de ambos os lados. E quando assim é, a única postura que posso adoptar é de que não sou anti-touradas, mas também não as defendo acerrimamente. Posso dizer abertamente que o sangue não me choca. Todavia não considero que seja motivo de festejos ou emoções fortes. É (im)puramente natural.
Desde muito pequena que assisti a touradas, através da caixinha mágica que hoje considero banal e completamente acessória. O que me fascinava, e fascina, é o ambiente de festa, união, imponência, e a música associada. No passado Domingo estive em Abiúl, em "trabalho", e confirmei que é um espectáculo fascinante. Mas confesso que a vontade que dá não é de espetar touros, mas sim promover um espectáculo de dança na arena. Dança essa que acontece, efectivamente. E a verdade é que o espectáculo pode acontecer, mesmo sem pormaior responsável pelo sofrimento de um animal solenemente caracterizado por "nobre".
Portanto, julgo que enquanto houver aficionados as touradas devem manter-se, uma vez que as suas razões são tão válidas como as da parte contrária. No entanto, reafirmo a minha crença de que será possível manter, e até inovar e abrilhantar, o espectáculo, mesmo suprimindo os ferimentos causados ao touro.
Dir-me-ão alguns que aquilo que leva as pessoas às praças de touros, pagando valores "jeitosos" em tempo de crise, é o sangue e não a envolvência.
Espero bem que não. Isso é excessivamente redutor para o ser humano. Não são as palmas de quando se espeta a bandeirilha que devem imperar, mas sim os olé’s aquando de bons passos entre o touro e o homem.
Caríssimo Gabriel, o sofrimento do toiro não é gratuito, é bem pago pelos aficionados. E suponho que os cuidados para sarar as feridas também envolvam gastos consideráveis.
O Touro só vai uma vez na vida á Arena, visto que é abatido após a lide, para evitar morrer com as infecções provocadas pelos ferros e porque ir outra vez a arena já tinha vícios e resguardava-se de investir. Eu sei do que falo, pois tenho um amigo que é Cavaleiro profissional
Olá! Será desta? Caríssima JA estou plenamente de acordo consigo.
1º Em todas as profissões há bons e maus profissionais e, por norma, os bons profissionais gostam do que fazem logo são orgulhosos.
2º A festa brava têm de ser imponente para poder vender, cativar público, têm o seu próprio Markting e o orgulho dos seus profissionais.
3º O touro bravo é uma espécie bovina produzida exclusivamente para o toureio. Produzir esta espécie, é uma actividade como é a de ter porcos, coelhos, etc, para produzir esperma em que o homem ou mulher o masturba dia sim dia não para obter o sémen.
4º Não estou de acordo quando alguém afirmou que a tourada é o último gesto fossilizado da aristocracia portuguesa. Em Abiul ou em Barrancos vemos gente rica e pobre a assistir ao espectáculo e Aristocracia nem vê~la.
5º Não sou aficionado e assisti na minha vida a duas touradas, respeito quem gosta, e o que mais me impressionou, pela negativa, foi ver crianças entre os 8 e os 15 anos a bater palmas ás lides, Filho meu daquela idade seria proibido de assistir ao espectáculo. Entendo que as touradas correr nas veias daquelas gentes e que há um gene qualquer que faz parte do seu ADN daquelas crianças. Este espectáculo não têm a ver com civilização mas sim com cultura e não há lei que sobreviva á vontade de um POVO
Caro grilo falante, "a festa brava tem de ser imponente para poder vender". Concordo plenamente, e até digo que para mim, a imponência da festa brava não está, claramente, na farpa nem no sangue. Deste modo, no próximo sábado, espero que sem sangue, assistirei ao espectáculo dos "Recortadores", em Abiúl.
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Olá!
ResponderEliminarBonito texto!
Não sou aficionado!
Respeito quem gosta das touradas, apenas gosto de ver a pega por se tratar de uma luta séria.!
Abaixo a matança do porco, de galinha, do coelho, os ovos a quem os dá!
Não matem os peixes, deixem-nos navegar, não matem as couves e as cenouras deixei-nos vegetar, viveremos do ar.
...“pôr fim às touradas representará um avanço civilizacional em que o ser humano reconhece o animal, respeita-o e deixa de olhá-lo enquanto objecto servil ou de diversão. E é precisamente esse o nosso propósito”.(...) “as pessoas compreendam que as corridas de touros são uma prática bárbara, amoral e anti-ética que desrespeita o valor da vida”.
ResponderEliminarTal qual o possuir um "huskie seberiano" ou um "são bernardo" em apartamentos ou pior ainda tosquiar um "caniche" à la mode e a juntar a isto tudo o castrar gatos e cães ou pura e simplesmente ter um cavalo para bel prazer de fazer uma passeatas num qualquer hipodromo. Mais ter um relaxante e exoberante aquario em casa que transmite uma sensação de bem estar sem stress humano mas inequivoco stress animal.
Bem dito eu me junto à sempre justa leal e sicera luta do bicho da fruta que está farto de pesticidas ou melhor ainda à luta das galinhas que acusam tudo e todos de exploração sexual, quem quiser ovos que os ponha. quanto aos toiros... nebre e gentil animal continuo a apoiar a sua luta... pastos verdes, vacas e leziria até morrer.
Caro Sr.!
ResponderEliminarQuanto ao castrar animais estou inequivocamente do seu lado!
Só os anormais e atrasados mentais mandam castrar cães e gatos. Quem o faz ou manda fazer deviam ser castrado também!
No que respeita ao seu texto, bem escrito, há muita coisa bárbara neste mundo logo, os ovos a quem os dá e abaixo a exploração sexual das galinhas bem como das mulheres.
Uma farpa nesses lombos é que vos fazia bem1 :)
ResponderEliminarMeus amigos, não tenho qualquer dúvida que retirar gozo do sofrimento gratuito de um animal é algo que não existirá numa sociedade mais evoluida, mas civilizada... e que já não deveria existir hoje em dia. Essas comparações absurdas da exploração sexual da galinha, por exemplo, são pouco mais que uma pequena anedota que não trazem nada de novo a esta discussão.
Quanto ao Husky siberiano ou o S. Bernardo num apartamento, concordo com o Fernando, mas ao exemplo falta-lhe escala. O husky fazer menos exercício ou passar mais calor do que devia, é mau. Sangrá-los com espetos metálicos arremessados com quanta força se consiga, seria muitíssimo pior.
Gabriel,não podemos dissociar as touradas de toda aquela aura social de que se reveste. Basta ir uma vez a Abiul para perceber o desfile de vaidades. Dessa parte fala-se pouco, mas sente-se muito. Quanto ao resto, uma farpa nesses lombos é que era, eh eh.
ResponderEliminarVejam o vídeo: camaradagem. É emocionante. Estes não espetam farpas.
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=tfN8L4ELqyM&feature=related
Percebo pouco ou nada de tauromaquia e percebe-se que, aquilo a que alguns chamam de 'arte', tem defensores acérrimos que normalmente se agarram ao factor tradição para argumentar contra os que propõem o fim das touradas.
ResponderEliminarPenso que é uma questão de tempo para vermos o fim deste espectáculo que faz do sofrimento de um animal o ponto alto da festa.
Agora muito ou pouco tempo, depende do ritmo a que a sociedade evoluir...
Gabriel,
ResponderEliminarExploração sexual das galinhas não é uma anedota é uma realidade. Convido-te a visitar uma exploração avicola e depois falamos...Visita depois uma suinicultura e depois falamos... um qualquer viveiro piscicola e depois falamos... quanto aos cães é só entender como eles sofrem em apartamentos por esse pais fora (pois nem todos vivem em vivendas) e sim os toiros sofrem e sangram mas eles só existem para aquele fim. São criados com esse intuito, são "depuradas" castas com essa função, enfim como já afirmei só existem toiros porque há toiradas.
Paula, quanto ao social uma toirada é um acontecimento social, tem tanto de vaidades como uma gala de uma jornal, um espectaculo de teatro em Pombal, uma homenagem a um filho da terra, a visita de um governante. Em Abiul e estou mesmo muitissimo à vontade para o escrever e momento único em muitos anos que vivo a festa em que os abiulenses se unem para uns copos, para matar saudades de amigos enfim até para dizer mal do presidente da junta e se um dia alguém resolver escrever sobre o assunto espero que não se esqueçam de incluir os verdadeiros aficionados que não sendo de Abiul primam por estar na praça mais antiga do pais.
farpas no lombo... há algumas aqui publicadas que fazem mais mossa que aquelas que o toiro "leva" e ainda assim pouco há quem se importe.
vai por vocês...
olé!
Gabriel
ResponderEliminarFaltou só um niqinho...
Já ouviste falar em Toiros ou Cavalos abandonados???
E de cães e gatos??
Conheces a expressão toiro vadio?
Mas certamente conheces e constatas a expressão cão vadio ou gato vadio...
Choca-me a dimensão de o ataque aos que gostam e defendem as toiradas como legitimas quando não vejo nem vislumbro um ataque aos "gostadores" de cães e gatos que os abandonam nas férias no meio do nada e em sitios como auto estradas ou cidades diferentes daquelas onde vivem...
Quando vir uma luta justa aceito colocar pontos nos is e traços nos tês. Até lá a feira de vaidades que a Paula falava está também aqui instalada.
Vai por ti Gabriel
"À la" Facebook, subscrevo na íntegra o que o Filipe diz.
ResponderEliminarNão sou um aficionado e já há mais de uma década que não vejo uma tourada. O espectáculo, no seu todo, não me cativa. A parte da tourada que me cativa é o toureio a pé porque é aquele que põe em confronto directo o homem e o touro, representa na sua plenitude a simbolismo e a cultura greco-romana e tem uma coreografia e uma beleza assinaláveis. Em Portugal não temos grandes matadores de touros e por isso não há boas touradas.
ResponderEliminarReconheço que a tourada é um espectáculo violento (pelo que sou contra a morte do touro) mas a violência é exercida sobre o touro e sobre o homem (o toureiro). Acho simplistas e frouxos os argumentos daqueles que são contra as touradas por causa do sofrimento dos touros, ignorando que a violência e o sofrimento estão presentes em todos os seus actores.
Nós, os ocidentais, temos, também, a tendência para os fundamentalismos. Nesta coisa dos direitos dos animais dou razão aos árabes que dizem que nós tratamos mil vezes melhor um cão ou um gato (ou um touro) do que um árabe (ou um negro).
Meu caro Fernando Carolino,
ResponderEliminarNão percebo em que medida o sofrimento de outros animais (e concordo contigo com as péssimas condições em que vivem as galinhas e porcos e peixes para "criação alimentar") pode justificar ou legitimar o sofrimento do toiro. É como se agora justificasses ou legitimasses alguém que se propusesse a matar politicos, porque afinal de contas, "o Kennedy, a Benazir Bhuto e outros também foram assassinados". Meu caro jurista, sabes melhor que eu que um crime nunca legitima outro.
Quanto aos "pontos nos ís e traços nos três", digo-te que existe uma associação em Pombal (a Ajudanimal) que se dedica a essa tarefa (retirar cães e gatos da rua, e promover camapanhas de adopção), com quem já colaborei algumas vezes, e que já tirei ou ajudei a tirar muitos animais da rua. E que do meu bolso já terei gasto umas centenas de euros com cães que não são meus, nem nunca foram. Espero que conte a meu favor, naquilo dos "ís".
Touros vadios? Touros abandonados? Não existiam sem touradas? Arranje-se outra função. Os meios não podem justificar os fins (nem vice-versa, mas neste caso...).
Quanto às palavras da Paula (que subscrevo, bem como as do sempre sensato Filipe), o ponto é que o lobby das touradas é defendido por gente muito rica. É o que resta de uma certa aristocracia portuguesa que mais e melhor se move (e alimenta) das toiradas. Não serão todos, mas são muitos.
É irónico o Farpas não gostar de farpas. Mas até se compreende: a farpa só tem piada quando espetada em quem pode ripostar.
ResponderEliminarEu gosto de touros. Além disso, cresci a ler Hemingway, lembro-me de, em miúdo, ter adorado ver o Ricardo Chibanga em Abúl e sou amigo do Jorge Humberto. Não consigo, por isso, deixar de ter algum fascínio pela festa. Já não acho é piada nenhuma aos tipos todos embonecados, encavalitados num cavalo, a espetar farpas no lombo de quem não pediu para estar ali.
Uma coisa também é certa: se não fossem as touradas, o destino do touro não seria “pastos verdes, vacas e lezíria até morrer”. O mais provável era que estivesse na mesma situação do lince da Serra da Malcata, o que só mostra a nossa falta de jeito para lidar com quem não é nosso semelhante., seja ele bicho, homem ou outra coisa qualquer.
E eu chamá-los de "seus não-semelhantes", estás já a elogiar muitas bestas que por aí andam! :)
ResponderEliminarObviamente que podemos usar todos os argumentos e mais alguns para defender as touradas, como para ser contra as mesmas.
ResponderEliminarNo meu caso particular, tenho imensa dificuldade em analisar este assunto, porque há aspectos que concordo de ambos os lados. E quando assim é, a única postura que posso adoptar é de que não sou anti-touradas, mas também não as defendo acerrimamente.
Posso dizer abertamente que o sangue não me choca. Todavia não considero que seja motivo de festejos ou emoções fortes. É (im)puramente natural.
Desde muito pequena que assisti a touradas, através da caixinha mágica que hoje considero banal e completamente acessória. O que me fascinava, e fascina, é o ambiente de festa, união, imponência, e a música associada.
No passado Domingo estive em Abiúl, em "trabalho", e confirmei que é um espectáculo fascinante. Mas confesso que a vontade que dá não é de espetar touros, mas sim promover um espectáculo de dança na arena. Dança essa que acontece, efectivamente.
E a verdade é que o espectáculo pode acontecer, mesmo sem pormaior responsável pelo sofrimento de um animal solenemente caracterizado por "nobre".
Portanto, julgo que enquanto houver aficionados as touradas devem manter-se, uma vez que as suas razões são tão válidas como as da parte contrária. No entanto, reafirmo a minha crença de que será possível manter, e até inovar e abrilhantar, o espectáculo, mesmo suprimindo os ferimentos causados ao touro.
Dir-me-ão alguns que aquilo que leva as pessoas às praças de touros, pagando valores "jeitosos" em tempo de crise, é o sangue e não a envolvência.
Espero bem que não. Isso é excessivamente redutor para o ser humano.
Não são as palmas de quando se espeta a bandeirilha que devem imperar, mas sim os olé’s aquando de bons passos entre o touro e o homem.
Olé!
Minha cara amiga,
ResponderEliminarMas eu não sou contra a toirada! Só sou contra o sofrimento gratuito do toiro. Nada mais me move!
Caríssimo Gabriel, o sofrimento do toiro não é gratuito, é bem pago pelos aficionados.
ResponderEliminarE suponho que os cuidados para sarar as feridas também envolvam gastos consideráveis.
O Touro só vai uma vez na vida á Arena, visto que é abatido após a lide, para evitar morrer com as infecções provocadas pelos ferros e porque ir outra vez a arena já tinha vícios e resguardava-se de investir. Eu sei do que falo, pois tenho um amigo que é Cavaleiro profissional
ResponderEliminarolá
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarSerá desta?
Caríssima JA estou plenamente de acordo consigo.
1º Em todas as profissões há bons e maus profissionais e, por norma, os bons profissionais gostam do que fazem logo são orgulhosos.
2º A festa brava têm de ser imponente para poder vender, cativar público, têm o seu próprio Markting e o orgulho dos seus profissionais.
3º O touro bravo é uma espécie bovina produzida exclusivamente para o toureio. Produzir esta espécie, é uma actividade como é a de ter porcos, coelhos, etc, para produzir esperma em que o homem ou mulher o masturba dia sim dia não para obter o sémen.
4º Não estou de acordo quando alguém afirmou que a tourada é o último gesto fossilizado da aristocracia portuguesa. Em Abiul ou em Barrancos vemos gente rica e pobre a assistir ao espectáculo e Aristocracia nem vê~la.
5º Não sou aficionado e assisti na minha vida a duas touradas, respeito quem gosta, e o que mais me impressionou, pela negativa, foi ver crianças entre os 8 e os 15 anos a bater palmas ás lides, Filho meu daquela idade seria proibido de assistir ao espectáculo. Entendo que as touradas correr nas veias daquelas gentes e que há um gene qualquer que faz parte do seu ADN daquelas crianças. Este espectáculo não têm a ver com civilização mas sim com cultura e não há lei que sobreviva á vontade de um POVO
Caro grilo falante, "a festa brava tem de ser imponente para poder vender". Concordo plenamente, e até digo que para mim, a imponência da festa brava não está, claramente, na farpa nem no sangue.
ResponderEliminarDeste modo, no próximo sábado, espero que sem sangue, assistirei ao espectáculo dos "Recortadores", em Abiúl.