Há dias, um empresário francês contou-me 2 exemplos de abusos no estado social da pátria de Victor Hugo.
1º caso: Um desempregado vai pedir emprego ao referido empresário. Em primeiro lugar diz-lhe o valor da remuneração que pretende auferir; em segundo lugar avisa que só poderá iniciar o trabalho depois das 9 horas e terá de terminar o trabalho antes das 17 horas, para ir levar e buscar os filhos à escola; em terceiro lugar pergunta então qual é o trabalho a desempenhar…
2º caso: Um desempregado foi pedir, a outro empresário amigo do empresário supra referido, para lhe assinar um documento em como lhe pediu emprego de motorista e ele não o empregou. O empresário disse que tinha emprego, mostrou-lhe um camião carregado de viaturas automóveis estacionado e disse-lhe que lhe daria emprego de motorista para aquele caimão. O desempregado disse ao empresário que apenas pretendida a assinatura em como não lhe podia dar emprego. Perante a insistência do empresário em dizer que tinha emprego, o desempregado disse-lhe que aceitava o emprego mas que na primeira rotunda o camião iria capotar carregado com todas aquelas viaturas automóveis. Então o empresário assinou os papéis em como não tinha emprego…
Oh Fernandes,
ResponderEliminarFica-te mal meter-te por aí. Primeiro porque custa-me a acreditar que sejas, sinceramente, contra o estado social; segundo porque os exemplos que apresentas são de uma pobreza franciscana. Um tipo culto, como tu, e dotado de boa força argumentativa não deveria dar o flanco unicamente com dois exemplos (e muito pobres). Exemplos, a favor e contra o estado social, há-os para todos gostos. De ti esperava argumentos, não exemplos. Concluir a partir de exemplos é primário e intelectualmente desonesto.
Não gostei. Gosto de andar contigo de Bike, mas amanhã na primeira subida vou deixar-te para trás, será cada um por si. Com gosto ou sem gosto? Logo se verá!
Caro Adelino
ResponderEliminarComo sabes, não sou selectivo na escolha dos alvos das farpas. É uma questão de actualidade na recolha informativa.
Por outro lado, cada um de nós manifesta aqui um pouco das suas convicções políticas e das suas preocupações sociais. Porém, não te preocupes, porque eu escrevi e tu deves ter lido a palavra "abusos".
Acresce que, seguindo os objectivos das "farpas", o que interessa é agitar consciências, provocar o debate e procurar soluções.
Quanto à "bike", é um bom tema de debate para breve...
O problema não está no estado social JGF, mas sim no persistente abuso do mesmo. E aqui poderia continuar a dar-lhe exemplos semelhantes aos que deu, em outros países que não França e outros muitos, tantos, em Portugal. O conceito de "estado social" acaba por si mesmo por ser escamoteado por muitos que advogam um neo-liberalismo selvagem usando de exemplos extremos para agitar consciências, alguns jornais mais sensionalistas então fazem-no à descarada.
ResponderEliminarEu por vezes arrisco a dizer que se trata de um grave problema geracional, um ciclo, sendo de todo incerto quanto tempo ou quais medidas levarão a que as gentes respeitem o estado social como algo para ser respeitado.
Abusos há muitos. No estado-social, sim... no "outro", o "estado-não-social", há uma espécie de "grande abuso generalizado"... os abusos, vindo eles de onde vierem, são sempre indesejáveis. Há que separar o que são casos pontuais daquilo que são sistematizações, e actuar.
ResponderEliminarContudo, e porque o nosso perfil ideológico é muito mais próximo, tenho que concordar com o Adelino Malho, quando diz que os exemplos não servem para retratar o todo, e que bons e maus exemplos se encontram em todas as realidades, associações, ideologias, etc...
Caro Ze povinho (que não conheço mas gostaria de conhecer)
ResponderEliminarO nosso estado social não estabelece um contrato entre os beneficiários e os contribuintes. Enquanto os contribuintes têm o dever de pagar os beneficiários apenas têm direitos, não têm deveres. O estado social, paternalista, tem de exigir responsabilidades e todos, incluindo os benefícios das subvenções, a quem deve impor deveres e fiscalização.
Em Portugal passa-se algo ainda mais abusivo. Desempregados que estão a receber subsidio de Desemprego e trabalham, recebendo sem recibo ou então apresentando recibo verde em nome da esposa, conheço diversos casos assim. É um claro aproveitamento e em que se recebe um subsidio e ainda um vencimento.
ResponderEliminarBom dia!
ResponderEliminarEntendo eu, não se trata de um problema termos um Estado Social mas, isso sim, de um problema educacional, cultural.
Os exemplos servem para isto mesmo, convencer os menos atentos de que algo vai mal e exemplos verdadeiros nunca são desonestidade intelectual, são factos reais.
Enquanto o cidadão continuar a pagar os impostos por obrigação, porque paga coimas e é incomodado, e vangloriar-se da fugiu aos impostos este tipo de exemplos são um flagelo social e, por sua vez, quando o cidadão comum começar a ver justiça nos impostos e que estes são aplicados com equidade, equilíbrio, vai sentir orgulho em pagar impostos e estes exemplos acabam.
A educação vem do verso, logo, se na escola se incutir na juventude que pagar impostos é um dever social e que estes são uma forma de redistribuição da riqueza e que são sinónimo de ter trabalho e rendimentos suficientes para viver a diminuição destas situações será evidente.
Caro JGF;
ResponderEliminarNesse aspecto estamos em sintonia. Há infelizmente uma discrepância gigantesca entre aqueles que só têm deveres e aqueles a quem tudo é devido. Também eu concordo que a quem beneficia de qualquer tipo de apoio social deve ser exigida a sua cota parte de deveres.
Alguém postou anteriormente existem infelizmente muitos que recebendo fundo de desemprego e até RSI continuam a exercer uma actividade profissional sob a qual não fazem descontos nem pagam impostos, o que como disse no post anterior, creio ser um problema geracional. Quando diversas gerações vivem sob uma cultura de "chico-espertismo" torna-se difícil reverter uma tendência que se tornou quase parte do código genético.
Quiçá o caro JGF até advoga um estado social nos mesmos moldes que eu. Possivelmente sente da mesma forma que eu a injustiça que é uma pessoa portadora de deficiência não receber apoios suficientes a um mínimo de dignidade de vida. E até acho que sente a mesma repulsa que eu quando tem conhecimento desse casos pontuais de fraude ao estado social.
A única coisa que alerto, e nisso assumo que por vezes chego a cair no mesmo erro, é para que esses casos, alguns falaciosos, não sirvam para acabar com o estado social. Mais controle sim, mais fiscalização e adequada atribuição de fundos, concordo em absoluto. Mas colocar em causa um sistema que facilita a integração e dignidade de quem mais precisa, isso não!