25 de setembro de 2012

A sociedade civil e os políticos

Os nossos políticos têm medo de ouvir o povo. Medo não, pânico!

Como é público, o Farpas vai promover o seu primeiro debate no Hotel Cardal. O espaço não poderia ter sido mais bem escolhido: é central, confortável e a sua gestão é profissional e muito simpática. A forma como acolheram a iniciativa foi exemplar.

Mas, verdade seja dita, a nossa primeira escolha recaiu sobre o Café-Concerto. Sendo gerido pela Câmara, pensámos nele como apropriado pois, vendo bem as coisas, é um espaço de todos. A resposta que recebemos ao nosso pedido foi: "Considerando que institucionalmente, os espaços municipais só são cedidos a entidades públicas ou privadas com fins públicos, conclui-se que esta actividade não se enquadra neste âmbito e como tal não poderemos agendar esta iniciativa."

É uma resposta indigna mas reveladora. Para que haja termo de comparação, em Coimbra estou envolvido num movimento em defesa da cultura. No dia 29 deste mês (Sábado) vamos promover um conjunto de iniciativas em vários espaços da cidade: ao ar livre; na Casa da Escrita (gerida pela Câmara); no Museu da Ciência (gerido pela Universidade); na Casa das Caldeiras (gerido pela Universidade); etc. Este movimento nunca se constituiu como associação e não é por isso que a Câmara e Universidade não disponibilizam os espaços. Mas não é preciso sair de Pombal para perceber a intenção da autarquia. Este ano, vários espaços municipais foram cedidos pela Câmara a equipas que estavam a colaborar na iniciativa "Um Dia pela Vida". Que eu saiba, essas equipas não estavam constituídas como associação.

Este processo mostra que a nossa sociedade civil tem mais maturidade democrática que os nossos políticos. Também confirma aquilo que já todos sabíamos: somos governados por um déspota.

7 comentários:

  1. Um ano. Falta um ano para voltarmos à vida, seja lá com quem for, Adérito. O homem pôde tudo (ou quase tudo). Mas quando na sexta-feira olhei à volta, no Jardim Municipal - onde uma centena de pombalenses se juntou numa espécie de assembleia popular - tive a certeza de que nem tudo foi joio. Sobraram sementes de trigo. Agora que os jornais acabaram e as rádios quase se calaram*, parece renascer uma vontade de discutir Pombal e de a pensar, como há muito não se faz. Um blogue é um blogue (já dizia o Nuno Gabriel, eh eh), mas só para o comum dos mortais. Os que estão noutra dimensão, como é o caso do engenheiro, hão-de ver sempre exércitos em moinhos de vento.
    Um ano. Podemos começar a contar.

    * Pelos vistos, há agora uma espécie de rádio oficial do regime. A minha saudosa Rádio Clube de Pombal - que agora se chama 97 FM - organizou um seminário. Iniciativa louvável. Sempre defendi esse papel de parceiro no desenvolvimento de uma terra que também está reservado à rádio/imprensa local. É claro que esse papel não é o principal. Esse, inequivocamente, deve ser o de cumprir a sua missão de formar e informar, com profissionais habilitados para o fazerem. Com trabalhadores. Mas adiante.
    Folgámos em saber que a Câmara em peso marcou presença no auditório do Teatro, cumprindo parte do seu papel, que é fazer número. Foi uma pena que, na véspera, nem um único membro dessa nobre autarquia se tivesse dignado a honrar com sua presença o sarau da Associação Alzheimer Portugal, que nesse 21 de Setembro assinalou em Pombal o Dia do Doente de Alzheimer. Diz que havia uma reunião do PSD local. Seria no Café Concerto?

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  2. Paula.
    De facto, no passado dia 21-09-2012, realizou-se uma assembleia da secção de Pombal do PSD, o que já não acontecia desde há mais de 2 anos. Durante este período, NM não prestou contas aos militantes do seu partido.

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  3. Falta um ano para voltar-mos e eleger um novo Executivo Camarário. Do lado do PS ainda não há personagens, do lado do PSD alguns nomes pairam no ar. Será que que iremos para melhor? Ou teremos mais do mesmo ? A primeira triagem estará no interior das concelhias e só depois o povo terá a palavra, portanto podemos ter que optar entre o menos mau em vez de o melhor. Até logo companheiros

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  4. Bom dia!
    Caríssimos todas as iniciativas com vista a promover esclarecimentos são válidas, qualquer que seja o local.

    Lamento não ter estado no debate, presente por razões profissionais!

    Não tenho dúvidas que o Hotel Cardal foi um local digno e que a sua gerência acolheu a iniciativa com bom grado, no entanto, para o efeito pretendido o local não é o melhor para este género de iniciativas, pela acessibilidade e o nome Hotel têm sempre associada a ideia de preços altos, portanto frequência um pouco restritiva.

    Sugiro que para a próxima vez escolham um local mais aberto à população e eu posso dar a minha opinião em privado,

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