15 de novembro de 2012

E o povo, pá?

Há qualquer coisa de onírico nas notícias que nos chegam das freguesias atingidas pela RATA. De repente, nascem grupos no Facebook de cidadãos de Albergaria preocupados com a supremacia latente de Santiago de Litém, como se lhes roubassem a própria independência. Ao mesmo tempo, a presidente de Junta de São Simão toma a iniciativa de avançar para o luto e para a luta, colocando a bandeira da freguesia a meia-haste. Na Ilha, já se fez sentir o desagrado do povo, em reunião própria, pois que está bem de ver no que vai dar uma agregação - em que a Unidade Técnica aponta para a junção daquela com as vizinhas da Guia e Mata Mourisca. Ora acontece que é precisamente ali, naquela pacata freguesia, que amanhã se realiza uma sessão extraordinária da Assembleia para debater o assunto. E isso trouxe-me à memória um dos episódios mais caricatos da minha infância: a localidade onde agora não se passa nada, já foi palco de manifestações populares tremendas, como aquela em que o povo saiu à rua armado de forquilhas e enxadas, nos idos de 70, em revolta contra um padre. Com aquele povo não se brinca. Nem com esse, nem com outro. E era isso que os mais altos responsáveis autárquicos de Pombal deveriam ter tido em conta, quando não perceberam o que estava em causa: esta gente do Governo não quer saber se há afinidades ou deixa de haver. E pouco lhes importa se a vontade do povo é ficar ou partir.
Tal como poucos vaticinaram quando o concelho se pronunciou sobre a Reforma, em Lisboa basta-lhes uma régua e um esquadro para dividir o mapa. Dividir para reinar, portanto.
Entretanto, pára tudo, que vem aí o PS marcar a agenda e clamar  uma reunião para discutir o assunto, o que quer dizer que são exageradas as notícias sobre a sua morte. Ou não.

5 comentários:

  1. Boa noite
    Se vamos pela força do coração e não pela razão. por mim, a freguesia da Ilha não pode acabar por um simples facto: Eu fui Membro da Comissão instaladora da freguesia da Ilha.

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  2. Olha... vem a tempo, carago! Uma reunião agora é uma coisa do cacete! :)

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  3. O mais curioso no meio disto tudo foi a falta de coluna vertebral de alguns executivos. Em vez de assumirem a liderança do processo deixaram a batata quente para Lisboa, onde um grupo de iluminados, cujo presidente (Manuel Porto) era contra o processo (então porque aceitou?), que não teve em conta muito do que é a relação entre vizinhos, nomeadamente as alterações mais recentes (criação de freguesias agora reintegradas), decidiu a régua e esquadro. Em Pombal (PSD) como na Figueira da Foz (PS) foi assim. Mas se na Figueira o PS não tinha a maioria, na AM em Pombal o tem a maioria absoluta. Por isso, não há desculpa! Ou será que Narciso Mota pensava (?) duma maneira e Diogo Mateus doutra?

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    Respostas
    1. Bom dia!
      Diga-nos, caro amigo do Vale Naval, qual foi presidente de câmara que correu o risco de perder votos a dois dias das eleições?

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