A página sobre as Parcerias para a Regeneração Urbana começa por falar numa "Nova Cidade". Depois explica as intervenções, com apresentação e tudo, elencando os custos de algumas que até já foram feitas:
- Requalificação e Reestruturação da Área Histórica de Pombal - 3.852.793,95€
- Passagens Pedonais Inferiores à Linha Férrea - 953.843,05€
- Jardim das Tílias - 333.666,40€ (Obra concluída)
- Valorização Paisagística do Castelo de Pombal e Área Envolvente - 3.083.914,23€ (Obra a decorrer) - Esta é pior que as de Santa Engrácia.
- Recuperação da Ponte D. Maria - 618.678,91€
- Intervenção no Largo S. Sebastião - 3.014.473,48€
- Centro de Negócios - 991.093,56 €
- Reabilitação e Conservação da Igreja Matriz - 90.629,00€
- Projectos de Animação de Parceria e Eventos - 360.000,00€
São cerca de 13 milhões de euros, comparticipados em 80% (se não estou em erro) de fundos comunitários. Ou seja, aproximadamente 3 milhões provêem do nosso Orçamento.
Mas a questão do dinheiro é apenas uma das vertentes do problema. A questão central, que não é de agora, é outra: gastaram-se e vão-se continuar a gastar milhões para quê? Tal como outros posts já mencionaram, a zona Histórica está a desertificar-se de forma violenta e estas intervenções servem para quê? Já sabemos que as obras para espetar placa vão acabar (felizmente), mas esta intervenção - no geral - vai redundar em quê? Que as margens do rio que não existe vão ficar mais bonitas e acessíveis, tudo bem, mas a requalificação (a refundação dos autarcas, é o que é), vai dar exactamente em quê? Vai-se inverter a desertificação comercial e habitacional do Centro Histórico? Vai haver vida? Iniciativas? Vai-se aproveitar para transformar o único postal urbano que temos numa Praça e ruas com vida? É que esta também é uma das heranças do consulado de Narciso Mota: os projectos para a placa, onde não se pensa no depois mas apenas no como chegar lá. Mais um parque de estacionamento (Largo São Sebastião) ao pé de outro que foi, literalmente, um buraco. Para trazer pessoas para fazerem o quê? Há alguma proposta, por exemplo, que vise dinamizar o mercado de arrendamento naquela zona. Há algum estudo/ideia/projecto que crie uma centralidade na Zona Histórica? Não deveria ser esse o fim?
Construir uma nova cidade, diz a página. Sim, concordamos todos. Mas os espaços urbanos não se fazem apenas de construções, fazem-se de pessoas. Daquelas que têm espinha e dizem mais que sim. Se calhar esse é o problema. Um dos.
As cidades fazem-se sobretudo de pessoas. E Para que voltem, será preciso começar quase do zero.
ResponderEliminar"Juntos, vamos construir uma nova cidade" terminam eles dizendo. Não sabemos é para quem estão a falar...
ResponderEliminarProvavelmente é uma private joke.
EliminarO Eng. Narciso Mota, como todo o autarca que se preza, sempre se gabou da “obra feita”. Assim, sem mais. E como o empreendedorismo é muito valorizado, a casta de políticos da qual faz parte, a dos que faz obra pela obra, tem-se perpetuado no poder.
ResponderEliminarCiente desta realidade, nas eleições autárquicas muitos dos partidos políticos nem se esforçam minimamente por apresentar um programa eleitoral consistente. Limitam-se a listar um conjunto de obras a realizar, sem nenhuma preocupação em justificar a sua pertinência, ou sequer a definir prioridades.
O exemplo do PSD de Pombal é paradigmático. O programa que permitiu ao partido permanecer no poder por mais de 20 anos é uma espécie de “lista das faltas”. E como a lista é extensa, a maioria das obras não se realiza (o saneamento básico, por exemplo) mas outras lá vão vendo a luz do dia.
As obras que agora referidas revelam, mais uma vez, a ânsia da obra pela obra e a completa ausência de planeamento. A cidade de Pombal continua sem um Plano Urbanístico que garanta o interesse público e torne transparente as opções de desenvolvimento e ordenamento. Na falta desse plano, o executivo lá vai navegado à vista, favorecendo clientelismos e esbanjando o nosso dinheiro de forma displicente. E se no tempo das vacas gordas essa atitude já era criticável, hoje é criminosa.
Só um acrescento: planeamento urbanístico, por muito que o executivo camarário pense o contrário, não é brincar às casinhas com legos. A dinâmica da urbe é bem mais complexa e exige maior profundidade.
ResponderEliminarEu depois envio-te o plano de candidatura para veres como até brincar com legos pode parecer mais complexo. Nomeadamente quando se desvaloriza o efeito que uma área comercial ao lado da zona Histórica.
EliminarBom dia
ResponderEliminarApetece-me dizer: se não se faz, aqui D`el Rei que não se faz nada
Se se faz meu Deus por que se faz, era melhor não fazer do que fazer por fazer!
A meu ver, em tempos de crise, de fato, é fundamental racionalizar os meios financeiros o que não têm acontecido. Todos sabemos que as receitas da autarquia diminuíram por motivo da queda das receitas do sector da construção, em Pombal, não vemos uma grua no ar. Será sem dúvida fundamental precaver o futuro não tratando os meios financeiros com recursos infindáveis e, tanto quanto se sabe na opinião Pública, há chefes de secção na CMP que não saem dos gabinetes por falta de trabalho, facto revelador de que a máquina Municipal foi estruturada para um fluxo de trabalho actualmente inexistente, devido à crise.
Também é certo que olhando para estes números, assim desenquadrados de uma planificação, ficamos a olhar um pouco desconfiados e resta saber o que vai pelas freguesias.
Seria de bom tom que a oposição, e até o Farpas, fizesse propostas para um desenvolvimento citadino sustentado, com um mapa de origem e aplicação de fundos, ou seja, analisar as receitas do município e projectar um plano plurianual urbanístico, com equipamento social e outras melhoramentos em função das receitas.