Se tudo estivesse normal em Pombal ocidental, poderíamos concluir que está instalada uma certa revolta entre a comunidade escolar (e não apenas estudantil...) da escola Marquês de Pombal, agora transformada num apêndice do mega agrupamento liderado pela Escola Secundária.
Como não está, resta-nos alinhar pela directiva da vizinha cidade de Leiria, que aponta para a necessidade - premente, urgente, vital, sei lá...- de colocar uns reclusos a limpar grafitis, para dar um certo ar urbano e moderno ao burgo. Pelos vistos, nem isso foi preciso. Em poucas horas foi tudo branqueado: a Marquês acordou num dia com um recado, e adormeceu sem ele.
Se tudo estivesse normal em Pombal ocidental, a transição de agrupamento teria sido feita com o mínimo de cuidado (e respeito) pela mesma comunidade escolar, evitando "mais buracos na parede", como cantavam os Pink Floyd de outra geração. Certamente que a recém-eleita Associação de Estudantes da dita Secundária (que se esqueceu de integrar alunos da Marquês, ou mesmo de os considerar como votantes...) estará atenta. E devidamente instruída.
Como já disse noutras ocasiões neste blog, não participo em carnavais, "praxes", dias das bruxas e outros acontecimentos com danos e outras patifarias ditas irreverências. Como também já disse, condeno o comportamento daqueles que insultam os cidadãos e que destroem o património público antes construído com o dinheiro dos impostos que eu e outros pagamos.
ResponderEliminarEntendo que, dar destaque a patifarias, é encher de orgulho os patifes e levá-los a continuarem a destruir e incentivá-los a enveredarem pela ilicitude...
Fernandes, és o maior!
EliminarMas é que é mesmo!
EliminarOh Fernandes,
ResponderEliminarE o mausoléu, merece umas patadas ou uns grafitis, ou não?
Boas,
AM
Zé, aguenta-te!
EliminarO engenheiro é que sabe disto, eh eh.
EliminarA propósito, sabendo-o admirador da mais variada poesia, lembrei-me desta, tão tradicional e tão nossa que não se lhe conhece o autor. Ora ainda bem, pois que a esta hora já o Zé o avisava do crime em que incorre.
No cume daquela serra
Eu plantei uma roseira
O mato no cume cresce
A roseira no cume cheira
Quando cai a chuva fria
Salpicos do cume caem
Salpicos no cume entram
Abelhas do cume saem
Quando cai a chuva grossa
A água do cume desce
O orvalho do cume brilha
A floresta do cume cresce
E depois que a chuva cessa
Ao cume volta alegria
Pois volta a brilhar depressa
O sol que no cume ardia
E à hora crepuscular
Tudo no cume escurece
Pirilampos do cume saem
Tudo no cume arrefece
Hoje, a conversa de jantar foi sobre os grafitis. O meu rapaz quis falar, com gozo, da polémica do dia na escola. A mãe estava a leste da polémica, o pai não. Foi uma conversa animada.
ResponderEliminarAs mentes enfermas, adultas, tendem (quase) sempre a atacar o mensageiro e a ignorar a mensagem. Mas o mais sadio é, com certeza, conhecer alguma coisa do que pensa a rapaziada e tentar compreendê-los. Percebi que nas escolas toda a rapaziada sabe quem fez os grafitis e quais as motivações. E só poderia ser desta forma: não há puto que não queira colher os louros de uma boa travessura. De vez em quando, os putos são travessos, mas são, quase sempre, sinceros. O mundo seria muito melhor se os adultos também o fossem.
Muito melhor, camarada Adelino Malho. Muito melhor :)
EliminarÓh Adelino Malho... nem acredito que deturpou a mensagem dessa forma! Das duas uma: ou não percebe qual a mensagem explícita no post (que é bastante clara) ou não quer perceber... Mas que sinceridade é essa a que se refere? Não vejo qualquer sinceridade no que foi escrito naquelas paredes... Nem acho tampouco sério que um (ou vários) adultos peguem nela e a espalhem aos quatro ventos, como se traduzisse algo muito relevante para a comunidade escolar! O que se escreveu não é bonito nem é assim que se protesta... e qualquer adulto responsável (e saudável) jamais daria palco a este tipo de comportamentos!
ResponderEliminarQuando se diz «"mais buracos na parede", como cantavam os Pink Floyd» julgo que se está a referir à letra de "another brick in the wall"... seria portanto mais um tijolo na parede, não "mais buracos".
ResponderEliminarCaro Adelino
ResponderEliminarO problema não é o mensageiro. É, em primeiro lugar, trazermos (divulgarmos) uma mensagem que é ofensiva da honra, da dignidade e do bom nome de alguém, ou seja, uma mensagem difamatória, e, em segundo lugar, darmos destaque a atos integradores de ilícitos criminais (dano e difamação) e, assim, sermos corresponsáveis e premiarmos delinquentes..
Caro Fernandes,
ResponderEliminarDo que já conheço de ti, esperava mais a censura à danificação da estrutura (insignificante) do que à mensagem. Discordo de ti quando consideras a mensagem difamatória (ofensiva da honra, da dignidade e do bom nome de alguém) e, como tal, integradora de atos ilícitos e criminais. Talvez haja por aí alguma deformação profissional (o padre também tende a ver pecado no mais simples dos atos).
Olha, eu até acho piada na frase “O Mota tem a pila torta”. Tem, para além de uma semântica multifacetada, uma sonoridade forte que fica. Não encontro na frase nada de ofensivo, antes pelo contrário. Como sabes, as pilas são tortas. Umas mais do que outras. Mas, tenho dúvidas que a rapaziada quisesse denunciar que o Mota tinha a pila (muito) torta. Até porque a pila (muito) torta é mais um atributo (sex appeal) do que um defeito (quem falar destas coisas com as mulheres percebe isto).
Estou certo que o estudo da relação entre a pila torta e o prazer sexual das mulheres daria uma boa tese na área da psicologia.
Boas
AM
Alguém me sabe dizer quem é esse Mota da pila torta? De certeza que não é o Mota do Cardal, porque esse sempre teve grande sucesso junto das suas colaboradoras.
ResponderEliminarCaro Adelino, esse tema não dava uma tese em psicologia, muito menos uma tese boa. O prazer sexual nas mulheres é multideterminado, estando com ele associado um número muito grande de variáveis, muitas delas dificeis de controlar, medir e avaliar. A variável que sugere relacionar não me parece tampouco exequível, principalmente porque seria muito difícil arranjar amostra (experimental e de controlo)... até porque, como sugere, a anatomia do principal orgão sexual masculino tende efetivamente a ter uma forma curvilínea. Além disso, julgo que a investigação (em Psicologia, mas não só) tende a ser orientada para desenvolver um conjunto de respostas a questões que ora nos são colocadas pelo terreno (nomeadamente sofrimento das pessoas), ora nos são colocadas por investigações anteriores. No caso das variáveis em particular que sugere, não existem estudos metodologicamente adequados que apontem cientificamente para a necessidade de se estudar a relação entre essas variáveis, sobretudo se colocar a primeira como varável independente e quiser fazer estudos de previsão. Por outro lado, se quiser apoiar a natureza da relação em análises de mediação ou de moderação, teria necessariamente de encontrar outras variáveis que na literatura apareçam relacionadas com o prazer sexual. Sabe que quando se estuda a relação entre variáveis, sobretudo se quisermos elaborar uma tese boa, temos não só de analisar o tipo de relação, como também a magnitude e a natureza da mesma. Além disso, na prática, não conheço relatos de que a anatomia do dito orgão interfira significativamente com o bem-estar e o prazer sexual da parceira.
ResponderEliminarFalo no cume
ResponderEliminarFalo no cume que aqui se assume
de uma rosa de um roseiral
Que até se presume
Cheirar muito mal
Falo na flor
Repórter das cores e dos aromas
Que por não procurar
Apresenta sintomas
De não saber o autor
Do poema que apresenta
Demonstra falta de rigor
E a ausência de sebenta
Assim,
Como redactora do perfume
Esta flor é desastrada
Sendo esse o seu costume
Tendo pouco cheiro ou nada
Queria tanto ser rosa
Que tudo se murchou
Depois do resultado
Logo os espinhos mostrou
Não sou poeta nem escritor
Mas permita-me a opinião
Depois de ler o poema sem pudor
Cheguei a uma conclusão
Após tanta abrasão
Ficou o cume cheio de dor
Foi sol que o queimou
E a agulha do zangão
Perdoe-me a qualidade
Mas não tenho formação
E se fosse para ter vaidade
Teria imitado a referida profissão