9 de outubro de 2019

Foi você que pediu obras no Jardim do Cardal?


A Câmara (e a Junta de Freguesia, vá, que aquilo de chamar as pessoas parece ter sido ideia de Pedro Pimpão) apresentou ontem à comunidade o projecto de Requalificação do Jardim do Cardal. A sessão foi pífia: um acto de propaganda falso e falhado. Querer submeter à avaliação da comunidade um projecto já congelado, cujas obras vão arrancar de imediato, é uma farsa. Além disso, os claustros são bons para muita coisa mas não para falar e ouvir. Mas como isso não interessava, compreende-se.
O projecto é, também ele, um acto falhado: uma simples operação cosmética sem nenhuma ousadia nem enquadramento urbanístico estratégico. Mantém o espaço, a mesma ocupação, os mesmos elementos arquitectónicos, e os mesmos problemas. Não mexe, soluciona, o principal problema: a ribeira encanada que deveria ser aberta mas não o pode ser porque cheira mal. Arranca algumas árvores e acrescenta outras (estamos para ver isso); substitui a calçada do pavimento central por lage de betão – uma opção arquitetónica ultrapassada, quando muitas cidades do centro da europa o estão a arrancar porque provoca o aquecimento do ar (efeito contrário ao pretendido).

A operação cosmética é uma simples limpeza e lifting do jardim, que nada de novo lhe acrescentará, ao nível das valências e atractividades, e não resolverá os seus problemas.
Foi curioso percebermos como é que nem os principais trabalhadores do Município (em eventos, por exemplo, e que por isso conhecem bem o terreno) foram vistos ou achados para esta operação. E como é que todos os problemas são empurrados com a barriga, como a solução para a praça de táxis, que desde as obras no Largo do Cardal anda aos caídos, pela cidade. 
Quer o gabinete de arquitectura a quem foi entregue o projecto, quer a autarquia (ontem representada, como deve ser, pelo vereador das obras tortas, já que o presidente teve mais que fazer) remeteram qualquer solução dos problemas apontados para um tal "interface", ou "masterplan" que há-de ser apresentado mais tarde. É como se um dos de nós fosse agora reconstruir uma casa, e chamasse a família mas só lhe mostrasse o projecto da sala de estar!
O Jardim é de todos. Existe um instrumento nos projectos que se chama período de discussão pública. Porque é que não o usaram?

1 comentário:

  1. Espero que esta não seja mais uma obra torta do famoso Ministro...Tanta obra parada e mal concluídas por esse concelho fora e estas almas de Deus ( sim almas de Deus...pois não abdicam de ir á missa todas as semanas) a lançar novas obras e algumas sem grande necessidade. São como aquelas pessoas em que entra agua em casa pelo telhado e arranjam o jardim e pintam as paredes da rua. Mas será que este povinho deste imenso laranjal não lhes dá uma guia de marcha em 2021? Será que não aparece ninguém com capacidade para mudar isto tudo ?

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