O vereador Pedro Brilhante resolveu levar à reunião do executivo o polémico investimento do Grupo Lusiaves, na Zona Industrial da Guia. Pegou na questão pelo lado da hasta pública, e fundamentalmente pelo preço do terreno.
A hasta pública poderá padecer de vários vícios; não parece que o preço do terreno seja um deles. Em política não basta ter informação e argumentos – coisas muito importantes. É indispensável que eles sejam consistentes e se possua a legitimidade para os apresentar e os defender.
Oferecido o flanco, D. Diogo, sempre cinco passos além na retórica, na astúcia e a na arte de enrolar os incautos, arrasou o vereador contestatário, apontando-lhe um “retardamento na reflexão”, responsável pelas suas posições contraditórias. E aproveitou ainda para “excomungar” os contestatários do Oeste, do seu partido, apelidando-os de malfeitores do reino.
Nas matérias da gestão autárquica propriamente dita, D. Diogo enrola-os todos e ainda xinga deles. Uns porque talvez possuam um retardamento na reflexão, outros(as) porque nem sequer reflectem.
Amigo Malho, normalmente é mais fácil adjetivar os responsáveis de atitudes incómodas do que própriamente discutir as razões de fundo da contestação, e essa o poder tenta ignorá-la ou desvalorizá-la. E tanto mais o fazem quanto mais justa ela se vai mostrando.
ResponderEliminarA retórica é o que vale na política e por essa via conseguem-se impor os maiores dislates, por ex Trump e a sua retórica que é hilariante e perigosa mas consegue os seus trunfos.
No Oeste a coisa é muito simples: O LOCAL para instalação daquela indústria ou outra qualquer é inapropriado por estar a invadir o espaço urbano da Guia, e só isso.
Obviamente que o poder diz que é Espaço Industrial no PDM e isso ninguém contesta, contesta-se sim essa classificação que é meramente administrativa, mas até agora em estado natural, e a sua utilização para esse fim.
Ainda por cima quando existe espaço mais do que disponível florestal e também já classificado na ZIG a norte, onde o tal excelso e muito empregador empreendimento se poderia instalar e que achamos bem e desejável.
Imagine a Formiga a ampliar a sua área para nascente. Sim para aquela área onde agora é a urbanização das cegonhas! Pois no Oeste é só isso que está a acontecer.
Não é fácil, nem agradável, nem divertido fazer-se o papel de contestatário e muito menos com os nossos correligionários que sempre andámos a defender mas que neste caso nem sequer nos perguntaram a nossa opinião antes da decisão e, perante o que entendemos ser um atentado estratégico ao nosso espaço de vivencia não nos restou outra alternativa que não fosse contestar e tentar limpar o leite derramado.
Sabe, historicamente os contestatários são sempre perseguidos e escarnecidos, assim aconteceu com os proto-cristãos onde foram perseguidos e até crucificaram Cristo e muitos outros defensores da mesma causa, que na altura eram proscritos e hoje são mundialmente reconhecidos e muitos até santificados.
Por cá talvez os do Oeste tenham de assumir serem os mártires desta causa, os atirados nesta época aos leões, sofrer estes vexames e pior do que isso, terem sido obrigados a fazê-lo.
Mas o que move os do Oeste é só a defesa de boas decisões administrativas na sua terra que neste caso não existiram e por isso, com mais política ou menos política, são obrigados a não desistir até ao lavar dos cestos.
O ideal ideal seria darem-nos os ouvidos que merecemos mas obviamente que num mundo de interesses, uns mais honestos do que outros, normalmente os interesses menos justos são aqueles que se costumam sobrepor aos mais justos.