30 de junho de 2021

É a política…!

Após mais uns deslizes da presidente da AM (Fernanda Guardado), na última reunião (ontem), o André Coelho - João para os amigos -, recém-designado cabeça de lista à AM pelo PS, apressou-se a pedir, “com tristeza, mas (com a) convicção de cumprir um dever cívico”, a demissão da presidente da AM.


O camarada André Coelho tem estado por fora; mas bastou reentrar nas lides políticas locais para mostrar a sua sagacidade política, só comparável - mas noutro registo - à do seu arqui-rival Pimpão, e ver o que ninguém ainda tinha visto nem denunciado: a total parcialidade e desrespeito por alguns dos membros da Assembleia Municipal por parte da presidente.

O camarada André Coelho sabe que o seu pedido é despropositado e inconsequente; e sabe que não se mata um morto. Mais: sabe também que o partido e a própria já assumiram a não recandidatura e que só falta realizar a última reunião, que decorre sempre num tom cordial e de despedida.  

Mas o camarada André Coelho também sabe que a política se faz de gestos, de tomadas de posição, de momentos e de flashes. Foi assim que quis “matar” Narciso Mota. A coisa não saiu bem. E deixou marcas. 

29 de junho de 2021

A presidente, a assembleia e os amigos dela

Fernanda Guardado não ficará na história por ter sido a primeira mulher a presidir à Assembleia Municipal de Pombal, como era suposto. Porque era suposto que dignificasse o papel da Mulher, que honrasse o género, que mostrasse (alguma) capacidade para dirigir o órgão máximo do município. Ficará na história por ser parcial, sectária, partidarizando sempre um órgão que tem obrigação de ser independente.

Esta tarde, na reunião da AM, mostrou outra vez de que massa é feita. 

Quando respondia a uma das cidadãs que interveio no período destinado ao público, 'rasgou as vestes' a exigir "o respeito" pelos deputados municipais, pelos presidentes de junta, pelo presidente da Câmara, por todos os vereadores, invocando - com todo o desplante - o respeito pela democracia do país. Como a reunião não era presencial, ninguém se atirou ao chão a rir. 

Logo ela, que no instante a seguir estava a dar ordens para que cortassem o microfone à munícipe. Que corta a palavra aos deputados de outras bancadas, que - mais uma vez - desrespeitou vergonhosamente a deputada do BE, Célia Cavalheiro, quando esta pedia a defesa da honra. Nesse caso, foi coerente com toda a sua postura ao longo de um mandato inteiro, pois que não me recordo de uma única sessão em que a tenha tratado com igualdade. Para memória futura, está tudo guardado, Fernanda. Para que os nossos filhos e netos possam perceber, um dia, que algures entre 2017 e 2021 houve uma mulher que podia ter entrado na história local, mas preferiu manter-se na esfera do partido. 

Porque como tão bem disse um dia Simone de Beauvoir, "não se nasce mulher, torna-se mulher". 

Fica para a próxima, Fernanda. 


Era uma vez um candidato…


… a presidente da câmara.

 

Por ser funcionário da autarquia e por consciência dos homens bons pediu uma licença sem vencimento 6 meses antes das eleições porque entendeu que iria estar a fazer campanha eleitoral e por isso não deveria estar a viver dos impostos de todos. 

 

Apenas usou na campanha o dinheiro do partido e da subvenção estatal dos resultados das eleições porque achou que era incorreto recorrer a donativos se existia financiamento estipulado por lei. E mais… não quiz ter uma vantagem injusta em relação a outros candidatos que, ao contrário dele, gastam dinheiro a angariar seguidores no Facebook e no Instagram como se tivessem algum produto para vender. As fotos da campanha dele foram das pessoas e das coisas e não um culto à personalidade.

 

Este candidato afirmou que se perdesse as eleições não voltaria a trabalhar na autarquia a que se candidatou. Perdeu por cerca de 1%. Cumpriu! Mesmo com todas as dificuldades e lobby negativo que lhe fizeram e que o obrigou a estar mais de um ano sem salário até conseguir nova colocação. 

 

Este candidato existe! É real! Eu conheço pessoalmente e vai novamente a eleições este ano. Acredito que vai ganhar porque é dos melhores exemplos de autarcas neste país e porque sempre se manteve consistente, mesmo na oposição. 

 

Este candidato não é de Pombal!

 

Fazer campanha não está nas funções de um eleito, que é um funcionário público, que recebe salário que vem dos nosso impostos. 

 

Agora votem em quem quiserem. 



 

A autarquia e a arte pública


A praga das aberrações estéticas que poluem as cidades portuguesas é a prova evidente da falta de gosto (cultura?) dos nossos políticos locais. Pombal, nesse aspecto, não é excepção. 

A forma como a discussão sobre a estética do espaço público tem sido negligenciada só pode ser explicada pela ignorância de que os devaneios artísticos dos autarcas são pagos com o nosso dinheiro. Pior ainda: na maiorias das vezes, os "artistas" são contratados com critérios dúbios, sem qualquer escrutínio, numa teia obscura de amizades pessoais ou partidárias. 

Em Pombal, o consulado de Narciso Mota ficou marcado pela estética realista do escultor José Núncio, responsável por, pelo menos, por três "obras de arte" na cidade. Convenhamos que, para uma cidade que se reivindica como inovadora, as obras do Núncio não são o melhor cartão de visita. 

Com Diogo Mateus, e especialmente com a vinda do Festival Sete Sóis Sete Luas, surgiu a esperança de que a autarquia começasse a dar mais atenção à arte pública. A verdade é que foram feitas em Pombal obras muito interessantes, como o mural "Revolução dos Cravos" do artista italiano Eron, ou a "Janela" da artista (também italiana) Alice Pasquini. 

Mas, como em tudo, a essência das coisas vem sempre à tona. No caso de Diogo Mateus, ela revelou-se no recente Memorial do Bodo e no mural do Alto do Cabaço, feito com o objectivo de "criar um ponto de interesse turístico". Na nota de imprensa de apresentação do mural foi dito: "imagina-se o interesse em tirar fotos à frente do mural e partilhar nas redes sociais, incentivando assim à divulgação da cidade". Agora que, também eu, tenho Facebook, posso afirmar que a encomenda de Diogo Mateus ao ilustrador Sérgio Marques (a quem, imagino, pouco espaço deve ter sido dado à sua criatividade) não tem cumprido o seu propósito: até ao momento, nem uma mísera "selfie" consegui encontrar!

27 de junho de 2021

O Modelo

 Há coisas pelas quais vale a pena esperar. Após anos e anos de uma espera angustiante até percebermos qual a opção escolhida para o modelo de desenvolvimento do turismo em Pombal, a preferência tornou-se finalmente clara.

Parece evidente que foi inspirada no trabalho da magnificente artista Cecília Giménez que, com o seu sublime restauro do quadro Ecce Homo, colocou a sua pequena cidade de Borja no epicentro do turismo mundial.

Para além de coerente com a trajectória que Pombal tem seguido noutras áreas, não restam dúvidas que é MUITO BEM ESGALHADO!

PARABÉNS!


25 de junho de 2021

O estranho caso das (Pom)Bikes

 

Os Munícipes têm sido “presenteados” com inaugurações atrás de inaugurações, ora é o parque de Monstros na Redinha, ora é um descerramento de placa no Centro Escolar do Louriçal (Centro esse já anteriormente inaugurado) e até, vejam só, um Parque de Estacionamento, que existe há 1 década e que não tem carros, foi inaugurado! VIVA!!!

O mais hilariante, para não dizer escabroso (tive muita dificuldade em encontrar o termo certo), ao que parece o Pombike apresentado como projeto de bicicletas públicas de uso partilhado, tem direitos de autor(es). Autores, que alegadamente, o apresentaram com o mesmo nome publicamente há 11 anos.

Isto a ser verdade, tal como denunciou nas redes sociais a irmã de um dos mentores destes projectos, é execrável que o Município “se apodere” de uma ideia que não é sua. À autarquia espera-se incentivar o empreendedorismo jovem e sim, também poder utilizá-lo em prol de um bem comum, se assim fôr. Não desta forma. Espero (esperamos) que a ser verdade que o mesmo se retrate junto dos visados e já agora, a todos os Pombalenses. Afirmo e reafirmo, na política, não (pode) valer tudo.

Vejam aqui ou em

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=2749739088651475&id=100008462312723


24 de junho de 2021

PSD, imediação imobiliária

 

Há algumas semanas que vemos espalhadas pelo concelho, as estruturas do PSD para os outdoors da próxima campanha autárquica.

Há dias deparei-me com a primeira tela, e deveras elucidativo. Ficamos a saber como o PSD pretende tornar Pombal o motor da economia!

Agora é que vai!!!

A árvore das patacas na Junta de Pombal



A Assembleia de Freguesia de Pombal aprovou esta semana um bolo de subsídios (já entregues pela Junta) relativos ao último ano. Do montante global de mais de 50 mil euros, a maioria das verbas é atribuída aos programas do IEFP  ou estágios PEPAL ( Administração Local). 
Mas cabe tudo naquela bolsa de subsídios de uma Junta que se acha em estágio para Câmara. Entre tudo o que é comissão de capela e colectividade, que mesmo sem festas nem torneios de sueca precisa do subsidiozito, cabe um subsídio de 250 euros para a Sociedade Filarmónica Louriçalense (freguesia do Louriçal). A Junta de Pombal não podia passar sem comprar uns exemplares do livro da autoria de Célio Dias, presidente da Assembleia de Freguesia do Louriçal e dirigente do PSD.
Cabe também um subsídio de 340 euros para a Confraria do Bodo, onde a secretária-candidata tem responsabilidades. 
Cabe igualmente um subsídio de 250 euros para o projecto LUISA, da Santa Casa da Misericórdia da Redinha - cuja equipa é integrada pelo presidente-da-junta-candidato-à-Câmara, Pedro Pimpão.
E cabe (por que não?) um subsídio de 995 euros ao Rotary Clube de Pombal, de que faz parte o tesoureiro-preterido-das-listas-e-de-um-novo-lugar-na-Câmara, Nelson Pedrosa.
Por esta amostra, anunciam-se bons tempos para a política do subsídio na Câmara de Pombal, quando Pedro Pimpão lá chegar. E que ninguém duvide da importância maior da Junta de Pombal para o todo concelhio, muito para lá de albergue político-partidário dos que querem subir mais um degrau. 

22 de junho de 2021

Um pé na Câmara, outros nos Colégios


Estão desfeitas as dúvidas sobre o que vai fazer D. Diogo, ao cabo de 30 anos a viver da política: vai ser presidente do Conselho de Administração de uns colégios privados, sob a capa da Opus Dei - que está lá com o seu manto para proteger os seus. 
Estamos em crer que (lhe) valeu todo o investimento nos programas EPIS (Empresários para a Inclusão Social), em que a Câmara investiu, sob a sua presidência. A partir de 1 de julho Diogo Mateus deixa de estar em regime de exclusividade na autarquia, e vai tratar da sua vida - como de resto já aventava numa recente entrevista - embora continue a ser presidente.
Na mesma reunião em que fez o anúncio (obrigado pela lei), discorreu previamente sobre o estado da Educação no país, enaltecendo - como sempre - o privado, em detrimento do público. Como não há oposição, ninguém lhe desmontou a tese, nem lhe disse que o ensino privado é muitas vezes uma fraude, no ensino que pratica e nos cursos que vende. Seria a ocasião ideal para lhe dizer que o ensino que defende (e onde agora vai mostrar todas as suas competências) não é o mesmo que representa o elevador social e o combate às desigualdades com que enche a boca, qual música para os pobrezinhos.
E enfim, a partir de agora D. Diogo livra-se do povo, pois que nos colégios que vai administrar tudo está no seu lugar, graças a Deus.

20 de junho de 2021

“Arte” bimba

Hoje, a classe política local entreteve-se em Abiul com a inauguração de um Memorial ao Bodo – “peça criada em colaboração com a Tertúlia Berço da Tauromaquia com a coordenação artística do professor e escultor Fernando Freire” – reparem bem na parceria.


A peça, uma representação realista- démodé - de um bolo ferradura (também designado folar), despida de qualquer simbolismo e de elementos significantes, sem qualquer valor estético, que nada projecta, e por isso não interage nem questiona o observador, rapidamente será ignorada e transformar-se-á num mono urbano que não engradecerá o espaço antes o desqualificará. 

O voluntarismo e a vacuidade atroz que tudo isto representa expõe a pobreza de um povo, pobre, que desbarata recursos sem qualquer benefício que não seja os fugazes momentos de palco dos protagonistas. 

19 de junho de 2021

O 'chequegate' da ADAC

Chegou ontem à caixa de comentários do Farpas este esclarecimento, vindo do actual presidente do Conselho Fiscal da ADAC. Porque passaram dois anos, três meses e quatro dias desde o post que aqui publicámos (da autoria do Calika, que entretanto deixou de integrar Os da Casa), é natural que passe entre os pingos da chuva. 

Não pode passar.

Quando aqui levantamos as questões é nossa obrigação seguir-lhes o rasto. E agora cada um que tire desta história as devidas ilações. Podemos começar pela charnequeira Carla Longo, candidata do PSD à Junta de Freguesia, e aqui visada. 

"Em Março de 2019 o Calika escriba temporário deste blog, lançava a calunia que a seguir transcrevo.

"E já agora, os apoios da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia para onde vão? Também ninguém sabe ao certo.

Para vos dar um exemplo concreto, desapareceu, no final do ano passado, dentro da associação, um cheque com apoios passado pela Junta de Freguesia, o dinheiro foi levantado, o tesoureiro não faz a mínima ideia onde está esse dinheiro, aliás ninguém sabe, mas alguém o levantou e para isso necessitava de assinaturas…

Em relação a outros apoios e dinheiros recebidos, segundo o tesoureiro gastaram-se, segundo o mesmo a ADAC nunca tem dinheiro para investir.

Eu até acredito mas gostava mesmo de ver os livros de contas onde podemos comprovar isso.

Não estou a acusar ninguém de nada mas a verdade é que tudo isto cheira a esturro e não é pouco, e como diz o velho ditado, onde há fumo…"

 

Depois de muitos contactos com a Junta de Freguesia, depois de carta para a junta a pedir esclarecimentos e procedimento criminal para averiguar quem tinha depositado ou levantado o cheque, a Junta nada fez.

Depois de muita insistência, depois de muita mudança de história, por parte da junta de freguesia, depois de muitas certezas da junta.

Sim porque a junta continuava a afirmar e a reafirmar que o cheque tinha sido depositado numa conta da Associação ADAC. “fosse ela qual fosse”.

Sim porque a Junta sabia que o cheque foi depositado. Devem ter obtido essa confirmação da parte do banco de forma verbal, de algum funcionário que esqueceu de confirmar devidamente o nome da associação.

Assim com essa informação da treta a Junta de freguesia de Pombal deixou os atuais e anteriores dirigentes da ADAC, queimar em lume brando, no lamaçal da desconfiança.

Num assassinato de caracter consciente, aos atuais e anteriores dirigentes da ADAC, estavam estribados numa confirmação de deposito que não validaram.

Passados dois anos e depois de muita insistência sabe-se finalmente onde está o cheque.

Foi-nos comunicado à dois dias cerca das 13H, que o cheque, por um erro do carteiro, tinha sido entregue na outra associação da minha aldeia e que os dirigentes dessa outra associação retiveram o cheque durante cerca de 9 meses e só depois o depositaram.

Mas a história mudou passado uma hora. Agora já tinha sido a Carla Longo Secretária da junta a entregar em mão o referido cheque e que ninguém durante 9 meses percebeu que o cheque tinha sido erradamente entregue.

O cheque, do qual existe cópia, está endereçado à ordem de:

Associação Desportiva e Acção Cultural da Charneca

Mas conseguiu ser depositado em Centro Recreativo Folclórico e Artístico da Charneca

(Cá está a semelhança, ambas são Associação e são ambas da Charneca) mas as semelhanças acabam por aqui. (Havia até uma musica dos Mamonas Assassinas que dizia ….. fácil de confundir com João do Caminhão)

A minha indignação pessoal não tem limites.

Aguardo serenamente os passos públicos que a Junta vai dar para repor a dignidade de quem durante mais de dois anos esteve sobre calunias constantes.

Aguardo serenamente a justificação publica dos dirigentes da outra associação da minha terra para reterem um cheque que sabiam não lhes pertencer e ou fim de 9 meses o depositarem.

Deixo também um desafio publico ao Kalika, para se retratar publicamente das calunias que lançou.

Toda esta história me enche de tristeza.

Fernando Costa

atual presidente do Conselho Fiscal da ADAC

A coisa, o coiso e o fel

O coiso continua com fel à coisa. Percebe-se: vaidosão como é abomina quem lhe faz sombra.

Para o coiso a política é para uma casta, feita dentro de quatro paredes. O coiso detesta  escrutínio, transparência, antecipação. 

O coiso é uma criatura risível, que quando torcido parece direito e quando oco parece cheio, para quem a banalidade é sofisticação e a coerência um embaraço. 

O coiso fala por falar, simplesmente para se ouvir… Na última reunião, começou por criticar novamente a longa agenda, por estender demasiado a reunião, mas apressou-se logo a debitar banalidades durante mais de meia hora, até o presidente lhe retirar a palavra. Pelo meio, reconheceu – mais uma vez – que não leu os documentos e, por isso, iria abster-se em muitos pontos.  

No final, destilou o fel que o mata - que o matou -, revoltado por surgirem no “mentideiro e naquelas coisas desagradáveis e lamentáveis de quem não tem mais nada para fazer nem sabe fazer mais nada na vida” o que deveria ser seu e só seu. Antes já tinha sugerido o enfiar a carapuça, agora estava mesmo a ver-se ao espelho. Quem ficou conhecido como vereador-do-turno-da-tarde, para quem a profissão é uma miragem e o mérito um apêndice, nunca merecerá respeitabilidade pública, mas poderia ter vergonha na cara e respeito pelo cargo que ocupa. 


18 de junho de 2021

Em memória de António Lopes

 Faleceu esta semana o último presidente da junta da freguesia de Pombal eleito pelo PS. 

António Lopes era um homem de outro tempo - antes da inovação, a tecnologia e a modernidade chegarem à Junta. Mas talvez sido ele quem deu os primeiros passos para tornar aquele órgão autárquico um pouco mais importante do que um apêndice da Câmara. E pagou - caro - por isso: primeiro com a derrota, depois com a doença.

Em memória de António Lopes é preciso dizer aqui que é vergonhoso o acto de contrição que esta manhã aconteceu na reunião de Câmara, encabeçado pelo presidente e coadjuvado pelos vereadores Micael António e Narciso Mota.

Em memória de António Lopes, Diogo Mateus deveria ter vergonha de lhe invocar o nome, quanto mais de branquear o passado. Porque a perseguição que o PSD lhe fez - não só durante a campanha como depois de o derrotar - não se apaga com votos de pesar. A história do TT e do telemóvel; o enxovalho público e sistemático de que foi alvo (não haja sobre isso dúvidas) pesaram para sempre na saúde e na dignidade de um homem que, mesmo anos depois, manifestava a tremenda mágoa e sofrimento que tal campanha lhe causou.

Nessa altura, deveríamos todos (e aqui me incluo, sem qualquer pejo) ter percebido de que massa era feito D. Diogo. O mesmo que encetou a maior operação de bullying na história da política autárquica em Pombal, por causa de um telemóvel, haveria de ter de se explicar perante a justiça (como acontecerá) pelo obsceno uso e abuso dos meios da Câmara. 

Que a terra lhe seja leve, António Lopes.

16 de junho de 2021

De Luto pela Várzea

 


Foi logo pela manhã que se ouviam as motosserras e as maquinas a entrarem pelo jardim adentro. Sem aviso prévio.

Foi com uma dor de Alma que só ao fim da tarde consegui espreitar o triste espectáculo: o nosso Jardim da Várzea, perante a incredulidade de muitos, estava a ser destruído.

 Os pombalenses mantinham uma certa esperança que aquela “espécie” de auscultação pública, serviria para demover a Câmara de avançar com este projecto. A mim nunca me convenceram do contrário, de que a dita auscultação publica, não fora mais do que um ceder à forte contestação que se sentia e que o mesmo não foi mais do que “para inglês ver”.

Diogo Mateus quer à força deixar marca. Com esta obra e tantas outras mais, consegue-o da pior forma.

Hoje é um dia triste. Hoje Pombal está de luto por ver (mais) um dos seus icónicos jardins desaparecer. E do PSD continuamos a não conhecer a sua posição (quem cala consente).


Como nascem as Obras Tortas

Quanto mais se vai conhecendo a forma como a CMP gere as obras públicas mais se percebe por que nascem e crescem tortas. Mais: mergulhando nos processos, fica-se na dúvida se a câmara não as entorta deliberadamente para conveniência de alguém. Os exemplos são mais que muitos. O mais recente é o Projecto de Desenvolvimento Urbanístico do Casarelo.

A 22 Julho de 2019, a câmara adjudicou o projecto a um gabinete de Arquitectura de Coimbra, por 24800 €, com um prazo de entrega de 150 dias e estudo prévio no prazo de 3 meses (sujeito a sanção de 0,5 % do preço por cada dia de atraso).

Por indefinições da câmara acerca organização do espaço, das valências e dos equipamentos o prazo do estudo prévio foi sendo adiado e só foi entregue 9 de Dezembro de 2019. Em 23 Janeiro de 2020, a câmara - o gestor do projecto - informou o Gabinete de Arquitectura que os prazos estavam suspensos até emissão de parecer técnico pelos serviços e respectiva validação política, que não apareceu. Mas pior: a câmara não pagou os restantes 50% do projecto, entretanto entregue, e cortou os contactos com o projectista.

Depois de 15 meses de silêncio, o presidente da câmara marcou uma reunião com o projectista, que se realizou a 29 Março de 2021, onde colocou em causa os elementos fundamentais do projecto e propôs – exigiu – opções técnicas que o projectista considerou – e bem – erradas, tanto ao nível da utilização do espaço como da densidade de construção junto de uma zona sensível – Mata da Rola.

Mas o presidente quer, por toda a força, alterar o PDM, aumentar o já exagerado índice de construção no topo norte do Casarelo, de 130% para – vejam bem! - 320%, para, desta forma, defende ele, valorizar os terenos a fim de os utilizar como “moeda-de-troca” com particulares.

Os pombalenses não podem permitir mais este atentado urbanístico, esta delapidação de espaço púbico com enorme valor paisagístico para servir interesses/negociatas privadas.


14 de junho de 2021

“Notícias” do Pombal

Enquanto o Pimpão – o PSD – prossegue a seu passeio triunfal, recolhendo vontades por todo o lado e de toda a forma, o resto é um deserto (de iniciativa).

O PS continua igual, com os mesmos vícios, frágil e sempre dividido entre a facção que participa e a outra que canibaliza a que (agora) participa iludida com amanhãs triunfais.

Do CDS, BE, CDU & al não há sinais.

7 de junho de 2021

Vamos a isto, Pombal?

O meu feed está a ser bombardeado por anúncios patrocinados, ultimamente. A era digital é uma coisa que cola bem com o candidato Pedro Pimpão, ele próprio um produto de marketing social e digital. Não há mal nenhum nisso. Assim como não há mal nenhum em ser ambicioso, em amar a terra, em querer o melhor para ela. Assim, de repente, tenho para a troca muitas e muitos que desejam com a mesma (ou maior) intensidade que Pombal cresça, desenvolva, que aqui haja emprego para nós e para os nossos filhos. Porque nem todos nascemos em berço de ouro e para pagar contas é preciso trabalhar. Depois é preciso o resto. E é para isso que faz falta o rasgo, o golpe de asa, as vistas longas. Não sabemos o que isso é em Pombal há mais de 30 anos. São desse tempo as zonas industriais, o viaduto que desviou a cidade do meio da linha do norte. A ousadia. 

De modo que foi com toda a atenção que assisti ao vídeo de apresentação de Pedro Pimpão: quase nos faz crer que o PSD chegou agora a Pombal - e ele também. Só que não. 

Porém, há 20 anos o Pedro devia andar muito entretido a colar cartazes, a engrossar o coro de vozes da Jota que levava Narciso ao colo. Só isso (ou a impreparação da equipa que o rodeia, o que nada augura de bom) pode justificar que se tenha apoderado de um slogan usado pela candidatura do PS às eleições autárquicas de 2001.

António José Rodrigues já cá não está para os por no devido lugar. Lá, onde estiver, imagino-o a abanar a cabeça. E a dizer-me, outra vez, o que me disse à porta do tribunal, a meio de um julgamento (quando eu lhe contava de como um vereador da época tinha ludibriado uma decisão judicial, manipulando o pedido de desculpas que (me) deveria ter feito: "não se pode facilitar. Esta gente não é séria". 


5 de junho de 2021

Quem é o presidente da junta?

Ao aproximarmo-nos do final dos mandatos autárquicos, tal como num jogo de futebol, é normal aquele sprint final…
 
É normal vermos os presidentes de junta identificarem aqueles pontos do programa que ainda são possíveis ser realizados nestes meses até às eleições para compor melhor a coisa… Aquele parque infantil, a zona de lazer, a pintura daquele edifício, etc…
 
Os presidentes de junta têm uma função inglória no sentido que não controlam o orçamento, mas dão a cara pelas ineficiência e pelos problemas dos fregueses.
 
A correria é notória nas freguesias e os telefonemas multiplicam-se para os vereadores e presidente da câmara (atendidos ou não) para conseguir mais aquela coisinha.
Mas não para todos.
 
Tal como no mandato, há um que tem a vida privilegiada. As funções operacionais, que os outros não consegues delegar, estão sob alçada da câmara e a componente administrativa recai sobre a verdadeira presidente da junta, Carla Longo.
 
Enquanto isso é ver o presidente da junta Pimpão andar em campanha eleitoral para a Câmara Municipal sem qualquer pressão das funções para as quais foi efectivamente eleito.
 

 

2 de junho de 2021

Explore Sicó...até ao tutano

Num dos thriller's de fim de mandato com que D. Diogo presenteia os súbditos, amiúde, chegou a vez do Cimu-Sicó, agora renomeado de "Explore Sicó". Não, não é um filme sobre a pedreira que esventra a serra todos os dias sem que o poder local mexa um dedo para o impedir. Nem nenhum documentário sobre o canhão do Vale dos Poios. É um vídeo promocional daquele mamarracho que o ainda presidente está empenhado em deixar para quem lhe suceder. Feitas as contas, terminando a obra, nem cinco milhões de euros vão chegar para pagar a factura. A última contabilidade apontava para dois milhões e 200 mil euros enterrados na serra. 

E o mais grave, sabemos, nem é tanto o não saber o que se vai lá fazer. A isso já estamos habituados. É mesmo a existência daqueles gigantes de betão, que haveremos de pagar caro, muito caro, para sempre entranhados numa paisagem única. 

Às vezes, aqui no Farpas, duvidamos da sanidade mental dos eleitos. E não é só dos que têm funções executivas. Também nos compreender que a maquete gigante, no valor de 250 mil euros, tenha passado na AM sem contestação.

E de pensar que tanto nos insurgimos contra o mamarracho do Cardal. E que foi o próprio Diogo Mateus que agarrou na proposta do farpeiro (à época vereador) Aníbal Cardona e mandou demolir a coisa. 

Eu confesso que muito gostava de saber o que pensam daquilo os candidatos já anunciados ao cargo de presidente da Câmara: Pedro Pimpão (desse não sabemos a opinião sobre nada, é muito poupadinho), Odete Alves, Jaime Portela, Célia Cavalheiro e Nuno Carrasqueira. Será que sabem que quem vai atrás molha no vinagre?