A sondagem publicada esta semana pelo Jornal de Leiria é uma amostra bem real do que, muito provavelmente, será o resultado das eleições no concelho de Pombal.
De acordo com o estudo do IPOM - que nos habituou a bater certo, pelos menos no que diz respeito a Pombal - Pedro Pimpão ganha as eleições com 58,6% dos votos, enquanto o PS consegue 29,7% das intenções de voto. Destaque ainda para a Iniciativa Liberal, que entre os pequenos partidos é aquele que granjeia mais apoio: aparece na sondagem com 5,4%. As candidaturas do BE, CDU e Chega estão abaixo da linha de água, o que só é surpreendente para o candidato que Ventura aqui plantou, e que ainda ninguém conhece. Faz lembrar um candidato do CDS (no tempo em que o CDS apresentava candidatura à Câmara), nas autárquicas de 2001, que entre os jornalistas ficou conhecido como "não sei se vá - não sei se fique", e que sem saber distinguir a Brandoa dos Ramalhais ainda teve umas centenas de votos.
Mas o que a sondagem nos diz também é que por cá, o que não tem remédio remediado está. O eleitorado socialista, que fugira para o movimento de Narciso Mota (foi ao PS que ele roubou dois vereadores), regressa à base. A não ser que a campanha inverta este jogo, voltaremos ao que já fomos no passado: um 5-2. Pedia-se mais a Odete Alves, que agarrou no secretariado do partido e distribuiu lugares na lista, sem qualquer rasgo, ousadia ou critério. O único golpe de asa que teve foi chamar João Coelho de volta, enquanto cabeça de lista à Assembleia Municipal - sabendo-se hoje que esse será, simultaneamente, o seu maior dissabor no futuro político.
O que aí vem, contudo, é um tempo de caminhar em areia mais movediça que o Osso da Baleia em época de marés vivas. Na Câmara paira desde há uma semana um estado de alarme, perante a anunciada "equipa" de Pedro Pimpão. À excepção de Catarina Silva, nenhum dos futuros vereadores tem experiência autárquica ou formação política. E o que chega de outras paragens não é bom presságio. A não ser que vivêssemos todos naquele concelho de que fala o cabeça de lista à AM, Paulo Mota Pinto, quando se refere a um Pombal que construiu na sua cabeça, no seu imaginário. Alguém avise o senhor que o concelho desenvolvido de que fala (entregando louros a Narciso Mota, de quem ainda havemos de falar, a seu tempo) é aquele que agora divide com outros cinco o quinhão que ninguém queria: ter menos vereadores, por ter perdido população. E com quem ombreamos, afinal? Vinhais e Mogadouro, no distrito de Bragança; Vila Real (Trás-os-Montes), Fafe, em Braga, e Vendas Novas, em Évora. Se em tempos ficámos conhecidos como a terra da meia vaca, agora podemos fazer um upgrade para a terra da meia dúzia.
E esse é o elefante na sala que todos os candidatos estão a ignorar.
Se formos a ver nestes últimos 20 anos o PSD tem andado dentro destes valores, entre 50% a 65%, pelo que a vitória é mais que normal neste concelho, onde até um asno vestido de laranja ganhava as eleições autárquicas. Claro que isto é o resultado do trabalho politico do PSD local e a falta de trabalho e empenhamento de todos os outros, que só visitam o povo de 4 em 4 anos e a um mês das eleições.
ResponderEliminarEvolução do eleitorado do PSD neste século: 2001 - 59,99 %
2005 - 63,08 %
2009 - 65,79 %
2013 - 54,95 %
2017 - 46,33 %
Projecção 2021 - 58,60 %