19 de agosto de 2021

Jornal de Campanha #2 Há sempre alguém que resiste

Assisti estes dias à apresentação dos candidatos do PS à Câmara e às Juntas - o que nalguns casos provoca mesmo dor de alma. A ausência de candidatura no Carriço, onde o PS já foi poder, e a leviandade com que foram encarados os processos autárquicos no Louriçal ou no Oeste, não são desculpáveis. Assim como não é desculpável ao PS emprestar de novo a capa do partido ao candidato-presidente da junta da Redinha, que depois de bater com a porta e desrespeitar sistematicamente o partido, voltou - que remédio - à última hora, para uma desforra com um velho adversário. No universo das Juntas, há apenas dois casos em que aposto fichas, pelo menos no que toca à verdadeira disputa: Vermoil e Pombal. Porque para ganhar eleições é preciso querer, primeiro, e não ter medo de enfrentar o adversário. Isto aplica-se, exactamente por esta ordem, aos dois casos. É claro que Carla Longo, a candidata do PSD, tem a eleição assegurada. Mas Elisabete Alves é um osso duro de roer. E isso faz falta na política. Não conta para esta aposta a freguesia de Almagreira, onde - claro está - torcemos por alguém nosso, da casa - a Marlene Matias. 

E a lista à Câmara? Fica a impressão de que Odete Alves foi ao secretariado e distribuiu lugares aleatoriamente, aceitou entretanto uma sugestão abalizada, compôs a coisa e 'siga a marinha'. Lá está, era preciso querer. Esforçar-se, pensar em pessoas, fazer convites, embrulhar nãos e seguir viagem. Assim é muito mais tranquilo. Para ela, e sobretudo para Pedro Pimpão, que só por pudor não virá aqui colocar aquele coraçãozinho maroto.

Na noite morna da apresentação, acendeu-se, porém, um farol. Foi quando João Coelho, cabeça de lista à Assembleia Municipal, fez aquilo que competia à cabeça de lista à Câmara: combate político. O João faz falta a Pombal, como facilmente se percebeu nestes oito anos em que fez parte daqueles 4.831 pessoas que deixaram a terra. E foi ele quem apontou o elefante na sala, de que aqui falei há dias. Há um vídeo  - que pode ser visto aqui - demonstrativo disso mesmo. E sabendo que só um fenómeno paranormal inverteria a dinâmica de vitória do PSD, fica a esperança de ver o João - e mais meia dúzia de (bons) elementos, entre a lista que, estranhamente, não foi apresentada - dizer que o rei vai nu, esforçando-se por não deixar apagar a luz. 

Vamos precisar muito disso. Nem vocês adivinham quanto.

2 comentários:

  1. Na recepção, pude olhar nos olhos dos candidatos que aguardavam e cumprimentavam-nos no início do auditório. A apresentação, por vezes, emocionou e empolgou. As pessoas ofereceram o seu melhor, portanto não foi uma dinâmica morna, mas diferente do espectáculo do “pão e circo” o evento não promoveu o gasligthing, como aprendi com o aqui internauta Renato Cruz. Foi a seriedade do momento: mudar o rumo - apresentação sucinta, humilde e directa, em respeito ao momento pandémico. Odete Alves confiante, demonstrou leveza, responsabilidade, foco e determinação. Em seguida, apresentou o cabeça de lista à Assembleia Municipal. Um homem impecável, João Coelho, íntegro, líder por natureza, excelente oratória, convicção marcadamente acertada em que nocauteou o adversário partidário Dr. Pedro Pimpão! A composição da lista é extraordinária, de gente que sabe o que fala, que conhece os problemas locais, o papel a desempenhar como unir o Concelho ao Poder Central. Em relação à lista das juntas, a lamentar é óbvio, pelo Carriço. Mas, identifica-se que todos(as) eles(as) concorrem com muita coerência, são pessoas ligadas às comunidades, às associações e ao sofrido comércio e pequenas empresas de suas regiões. No contacto com os lugares e as pessoas, sei que os candidatos estão em concordância e expectância da vontade popular. É preciso na investigação deslindar as características do partido e ideologias. O Partido Socialista preocupa-se com o todo, como uma engrenagem que possui uma alavanca e mola a impulsionar a sustentabilidade local, concelhia e nacional. Somos sofisticados em ideias e na aplicação de verbas públicas, por isso estamos na maior parte do território nacional na frente das Autarquias e hoje são 18 mulheres na liderança dos Municípios. Fazer análise longe dos objectos confere como os legitimadores da democracia aquelas pessoas de seus sofridos territórios. É preciso conhecer as narrativas, os problemas e os projectos de vidas daqueles(as), caso contrário entra-se num fosco descritivo que perde essência e insulta a substância e sentido das vidas humanas.
    Conhecer as pessoas foi o que a Odete fez. Pensar em desenvolvimento sustentável exige os cinco P’s: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. Aqui, no Concelho de Pombal em todos as esquinas, clama-se: por democracia e paridade; democracia e inclusão; democracia e oportunidade e democracia e inovação. Assim, num misto de diversidade apresentou-se o Partido Socialista. O mundo é multi e contem uma pluralidade imensa. Assisti à representação popular, juvenil e académica. Vibrei com o novo, com o meia-idade e o velho. Homens, jovens e mulheres. Todos, sem vícios e com respeito à coisa pública, formados e frutos de movimentos sociais. Com as pessoas do povo é que um governo se inova. Com diversas vozes com várias cores, para compreender, dialogar e interagir na complexidade e na diversidade, na resolução dos problemas e ânimo à vida. Mas, aqui cabe uma consideração: Camaradas, aqueles(as) que são e foram do partido têm a função de amparar, ajudar, cobrar e colaborar. Sem o pessimismo, as divergências ou o rito da self-assertion, dêem chances aos homens e mulheres de boa vontade que saem do mesmo pote: bem-estar social, igualdade de tratamento e emancipação social. Homens e mulheres que bravamente e com coragem demonstram amor pela terra e pelo próximo, porque lutam contra um gigante, fruto da nova ordem mundial e da matrix, só por esse pequeno detalhe devem receber de cada um dos aqui “camaradas” o nosso incentivo, unidade e respeito. Existem inúmeras competências e habilitações na coesão social, nas listas a democracia vai seguir seu curso, da esteticista ao jurista da Segurança Social, do universitário ao contabilista, da professora ao economista, do engenheiro ao empresário do electricista ao advogado, da designer à assistente social. E eu, mais uma munícipe cobrarei e fiscalizarei para que tudo flua bem. É assim que é o NOVO. Bravo PS!



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  2. Paula, sobre as candidaturas ás juntas falo depois do dia 26 no sitio certo, se houver plenário de militantes. Á mais de um ano que os militantes não sabem de nada do que se passa naquele apartamento com vista para o jardim. O PS Pombal tornou-se uma Sociedade Unipessoal. Não consigo perceber é uma coisa: O que motiva uma pessoa a ser candidato e depois não se mexer, não mobilizar, não sair da sua zona de conforto...Será que é só pelo simples facto de gostar de ver os outdoors com a sua "carinha laroca"? Alguém que perceba a sério de politica que me explique.

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