Empossado ontem à tarde, logo animou a noite. E hoje saiu, logo de manhã, em peregrinação pela urbe, com todo o séquito – eleitos, não eleitos e ajudantes. Dirigiu-se ao quiosque da Central de Camionagem, onde se cruzou com o povo, benzeu as instalações e fez promessas.
Habemos Presidente da Junta. Habemos.
E habemos Junta. Habemos.
Abaixo o Despotismo Iluminado. Abaixo.
E Viva o Lirismo Militante. Viva.
E Viva o Presidente da Junta. Viva.
E viva a Junta. Viva.
Falam, falam, falam, mas não os vejo a fazer nada
ResponderEliminarHabemus Vecchio do Sicó? Habemus.
ResponderEliminare do Cardal? Habemus.
e da Alexandre Herculano? Habemus.
e da Moita do Boi? Habemus...
"A que novos desastres determinas
de levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
d' ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?"
"Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
sendo digna de infames vitupérios;
chamam-te Fama e Glória Soberana,
nomes com quem se o povo néscio engana!"
Camões himself...
Como vêem a descrença, a maldicência endémica, o gosto de em tudo ver senescência e derrota, usando o povo néscio como argumento irrebatível, já vem da escuridão do tempo, 1400 e....
Num tempo cibernético, digital, de artificial inteligência também, onde muitas maravilhas afinal são possíveis, para quê, ainda as caravelas nem ferro levantaram, já vociferam do alto da Sicó e demais, que neste pontificado pombalino só há hiperbólicas promessas, líricos desenvolvimentos e falaciosos crescimentos.
Tenham calma mentes inquietas, sem alma e sem crença.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, e, neste caso,
Habemus Papa cum Spiritus Grandis...
Na serenidade do povo acontecerá a grandeza da obra.
Ou isso ou a entrada de leão e saída de sendeiro. Até sonhei que ele queria trazer o Marcelo ao Dia do Município. Veja lá como estou a bater mal com tanto show off.
EliminarPaula, neste seu desabafo vislumbro já uma pontinha de crença.
EliminarE olhe, que agora que fala nisso, quem sabe? Afinal o Mota Pinto já veio para Pres da AM, o Marques Mendes já cá veio várias vezes. Não esqueça que o Santana Lopes está aqui ao lado e também é uma figura grande, portanto, trazer o Marcelo seria mais um trunfo para Pombal.
Olhe que não se ponha aí a dar ideias porque ainda a contratam para adida de imprensa e de imagem do PP.
Afinal nem está a bater mal, está é a já receber o efeito do New Deal Pombalino.
Aproveite...;)
Olhe que não...olhe que não...sabe qual é a nossa desgraça? O 11 de Novembro é dia do Armistício. O Mota Pinto veio da mesma maneira que vai, pelo que o primo João já está no lugar destinado. O Marques Mendes continuará a vir ao arroz de tomate, o Santana continuará a dar-me trabalho na Figueira (e a dar trabalho à Figueira...). Quanto ao resto, tenho um problema duplo: conheço quase todos os protagonistas e last, but not the least, não acredito em unicórnios. Ah, e pelo menos para já, não tenciono mudar de área. Está bem entregue a propaganda.
Eliminar"Pelo menos para já!"
EliminarRegisto com expetativa.
E ânimo. Agora que vamos ter um pelouro dedicado à Felicidade...podemos esperar tudo.
EliminarAdelino Malho, por acaso também estou com grande expectativa para este mandato até porque estou para perceber como vai funcionar um Executivo em que apenas um Vereador da maioria tem experiência autárquica. Sinceramente espero que não lhe falte a humildade e que façam um mandato tranquilo, sereno e com perspectivas de mudança de rumo para o nosso concelho, que foi governado de uma maneira pouco flexível e democrática estes últimos 8 anos. Para o bem de todos espero sinceramente que corra muito bem, ouvindo também os Vereadores da oposição, as várias bancadas da AM e que não seja mais um mandato do tipo absolutista (quero...posso...mando) com perseguições pessoais a quem não é da cor. O Pedro tem boa índole, tenho muitas reservas na sua vice. Não conheço bem a senhora mas não me inspirou nada de bom, sinceramente espero estar enganado, ás vezes as primeiras impressões enganam.
ResponderEliminarOh Roque, há dias a Vice comentava comigo: Aquele Roque quem é? Pela figura não me inspira nada de bom! E eu respondi: Oh Isabel, não é mau tipo e pela figura não devemos tirar conclusões, embora de vez em quando atire aí com umas ideias que nem ao diabo lembra, mas ultimamente anda bem mais acertivo!
EliminarPortanto, quem vê caras não vê corações e, assim como o meu amigo pode estar sossegadamente enganado sobre a Vice também tenho a certeza que a vice contará sempre com a sua critica construtiva, o que é sempre algo de bom a relevar "ambas as duas" primeiras impressões.
Este Executivo tem a obrigação de criar novas oportunidades para Pombal...Isto agora ou vai para a frente ou mais vale fechar a porta e rumar ao pinhal interior. Pombal tem de se voltar a aproximar dos índices de desenvolvimento de Leiria e Marinha Grande. Temos uma posição geográfica privilegiada. Temos meios de comunicação ímpares. Tivemos estes últimos 30 anos políticos sem visão estratégica. Passaram 30 anos a governar para as clientelas, para manterem o poder. Foram 30 anos de subsídios para barracões de jogo de cartas, que agora estão fechados. Foram milhares de euros desperdiçados em obras inúteis e mal colocadas (Pavilhão das Meirinhas e Mamarracho no sicó) e temos as nossas ZI obsoletas e os Pombalenses a irem procurar melhor vida noutras paragens.
ResponderEliminarAmigo Serra,
ResponderEliminarSinceramente, gostei do exercício. E gostei tanto que lhe vou acrescentar mais uns pormenores.
O Camões glorificou muito bem as fachanhas, mas progonosticou ainda melhor, através do tal Vecchio,
o resultado. E que resultado.
Amigo Malho, sejamos justos.
EliminarPor acaso existe algo que por mais que suba nunca mais caia?
O Camões em nove Cantos glorificou os portugueses, e apenas em meia dúzia de oitavas no seu canto IV fez a contra-voz da epopeia e da grandeza que em todo o resto descreveu.
Outra realidade da vida: Quando há um nascimento todos glorificam o feito e depositam esperanças no neófito, e por acaso, embora seja realidade, alguém logo relembra e lastima que será mais um ser condenado a morrer?
À escala Geológica a nossa existência não passa de um fugaz momento, porém momento esse onde cabem todas as alegrias e algumas tristezas que dão sentido à nossa luta diária para continuarmos vivendo e nos perpetuando.
Portanto se o meu amigo conclui sempre o resultado pelo epílogo natural do "voltas ao pó" será como reconhecer que em nada vale acreditar ou valorizar na existência.
E aí as nossas perspetivas serão opostas.
Para já as caravelas iniciaram a navegação, deixemo-las pois navegar e vamos avaliando a sua progressão...
Obrigado pelo seu comentário e pela sua contribuição para a discussão:
Amigo Serra, então sejamos justos – e claros.
EliminarO meu amigo é suficientemente culto para saber que naquela época os artistas produziam o que o poder queria e como queria, porque pagava ou simplesmente exigia que o fizessem. Quem não o fizesse era barrado; e quem desobedecesse não produzia e corria risco de vida. Mas mesmo assim, houve alguns – os mais geniais – que quiseram deixar pendente um sinal, a sua marca, a marca da sua genialidade, o código de interpretação da obra. Por isso, não desvalorize o que, de mais profundo, deve ser valorizado.
Falando da nossa terra, direi que os avisos à navegação devem ser feitos antes de se iniciar a navegação, e não depois de a navegação já se encontrar em mar alto e tumultuoso. Depois, depois é tarde, é o seja o que Deus quiser. Gostava tanto de ter razões para acreditar..., ou de estar enganado - de estar a ver mal o filme.
E…. Falam, falam, falam, mas não os vejo a fazer nada
ResponderEliminarOh Edgar, dêxa...
EliminarQuem canta seus males espanta...
Quem farpeia suas amarguras franqueia...
E que mal faz a água matando a sede a quem passa na fonte ?
E que mal faz a crítica alertando do rumo a quem comanda ?
Só o incómodo de pensar já é um contributo à boa peleja e por isso, por pouco que seja, sempre fazem alguma coisa..., digo eu, em abono dos réus!;)