4 de março de 2022

Lucidez em tempos de cólera

O editorial do jornal O Público de hoje é assinado pela jovem pombalense Catarina Mota. Numa altura em que o mundo parece ter perdido toda a racionalidade, Catarina lembra-nos que o futuro do planeta depende da lucidez das nossas pequenas decisões quotidianas. 

A luta da Catarina é pelo direito à vida. Uma luta maior que abraçou com mais cinco jovens - André, Sofia, Cláudia, Martim e Mariana - ao entregar no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos um processo contra 33 estados (incluindo Portugal), por causa das alterações climáticas. O que pretendem dos estados é simples: cumpram o prometido e ponham em prática as medidas necessárias para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa por forma a que se atinjam os objectivos do Acordo de Paris

Catarina mostra-nos que é possível ser-se altruísta num mundo competitivo. A sua causa é pela defesa do que nos é comum. A ameaça de uma catástrofe ecológica só pode ser evitada se todos nós perdemos um minuto do nosso tempo para ouvir o que nos tem a dizer.

2 comentários:

  1. Numa altura em que o mundo perdeu toda a racionalidade não deixa de ser importante irmos tendo todos algumas iniciativas como se vivêssemos tempos normais para irmos mitigando as preocupações que todos temos.
    Ninguém sabe que mundo nos restará amanhã, só que as normalíssimas alterações climáticas e irrelevantes secas que paulatinamente iremos enfrentar pouca importância têm quando confrontados com a guerra mundial onde já entrámos, apesar de muitos de nós pensarmos que não.
    A história repete-se tal como em 39, onde um país resolve invadir os outros e os ameaçados, mas não invadidos hesitaram até á exaustão entrar no conflito.
    Neste caso o agressor cada vez aumenta mais as ameaças e provocações á Nato e á Europa e junta ainda a ameaça nuclear.
    Também já sabemos da história que o pior que os ameaçados podem fazer é deixarem-se chantagear pelos agressores.
    Há uma ameaça atómica? Há. Há um real perigo para todos nós? Há. Mas o pior que se pode fazer é desistir de nós defendemos e defender os nossos valores, e numa devastação brutal todos irão sofrer e a Rússia garantidamente perder, se ainda sobrar alguém no mundo.
    O que estranho é que aqui dos intelectuais da casa ninguém poste sobre este assunto. Terão medo de se pronunciar e pôr o assunto á discussão, ou só se preocupam com o microscópio Pombal e seus microscópicos dirigentes, quando comparados com a magnitude do que está em causa?
    Mas não deixo de felicitar os jovens pela iniciativa, ou iniciativas, preocupados com o bem comum, embora me pareça uma menos boa altura para terem a audição que merecem.

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    1. Caríssimo Serra, eu estranho é que um leitor tão atento faça essa observação. Sim, este é um blogue que incide sobre a realidade local, com raras excepções. Perante a intoxicação de informação (e desinformação) que grassa nos media, e nas plataformas digitais de uma maneira geral, não me parece que se justifique mais uma agulha nesse palheiro. Estamos assoberbados de comentadores e especialistas de manhã à noite, da esquerda à direita; inundados de súbito espírito colectivo nacional preocupado com os refugiados [com estes refugiados], que ao menos aqui se respire local. Como sempre. A não ser que também desse jeito que se falasse da guerra e das vigílias para não discutirmos outros assuntos...

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