Na primeira comemoração do 25 de Abril que lhe coube em sorte enquanto Presidente da Câmara, Pedro Pimpão fez todo um show off à sua maneira: uma infantilização da cerimónia - e nem sequer estou a falar da escolha do punhado de jovens em representação dos partidos neste regresso da intervenção política (que se saúda). Ora para quem anda nisto há tantos anos, e já assistiu às mais altas comemorações da data na AR, não é desculpável tamanha falha de protocolo. Quem preside às comemorações não é o presidente da Câmara. É o presidente da Assembleia Municipal. Mas como esse agora é líder parlamentar do PSD e tinha que estar em Lisboa, precisamente na AR, e aqui no burgo o partido ainda está a colar os cacos, a nova ambição agora é isto: uma sessão solene sem presidente da Assembleia, nem ninguém que o represente. Adiante.
Concentremo-nos então no discurso de Pimpão, que apareceu de cravo ao peito, dedo em riste, a encher a boca com a liberdade e o respeito. Repetiu a palavra vezes sem conta, talvez para si próprio. Talvez porque sabe que quem quer ser respeitado tem que se dar ao respeito. Diz o Pedro que quis dar duas dimensões às (suas) primeiras comemorações do 25 de Abril: a liberdade de Imprensa e a liberdade política. O problema é o conceito que o Pedro tem de liberdade de imprensa. Entende-a como mensageira, logo, o jornalista está bom para pé de microfone. A ele não o preocupa nada que tenham desaparecido tantos títulos aqui da terra, porque estes bastam para "veicular as opiniões" - uma das missões que reconhece à imprensa.
O Pedro está ressabiado com o Farpas. Percebemo-lo agora. Pedro, o democrata, o arejado, aquele que veio depois de Narciso Mota e Diogo Mateus, foi o primeiro a não responder sequer ao convite deste colectivo para participar no aniversário, que aconteceu ontem à noite, com casa cheia e debate vivo, tema inusitado, seis meses depois dele tomar: "poder local em Pombal: que alternativa?". Está 'picado' o Pedro, e não é de agora. Ontem à noite, também a sua sucessora na Junta estava assim. A malta precisa de festa. Alimenta-se dela. E isto de não haver a festa prometida, foi um problema. Como é sabido, estava agendado um festival para estes dias em Pombal, o "Oh da Praça", coisa de arromba, integrado no programa do 25 de Abril, que numa primeira fase foi apresentado aos responsáveis políticos da praça como sendo uma coisa da responsabilidade da Câmara. Mas depois passou para a Junta. E da Junta passou para uma organização de nome "Encant'art", uma suposta associação nova, alegadamente presidida por um velho conhecido dos meandros da animação cultural. Anunciou-se uma tempestade, cancelou-se o festival. De Pimpão, nem um pio se ouviu. Ele, que conta com todos, para quem todos contam, que valoriza tanto a liberdade de imprensa, trouxe a Pombal dois jornalistas "de renome" (Júlio Magalhães e Manuel Queirós), numa quinta-feira às duas da tarde; encheu-se os claustros com uma turma da ETAP, tão interessada que nem uma única pergunta dali saiu. Nem um jornalista da terra. Deu-lhe jeito dizer que é filho e sobrinho de jornalistas. Sim, é. E é lamentável que não se tenha lembrado disso antes. Porque naquele dia, Alfredo A. Faustino - que estava na plateia, a assistir - teria feito uma intervenção muito mais viva e rica que qualquer um deles. Foi confrangedor perceber que nenhum dos dois convidados sabia sequer da existência da Associação de Literacia para os Media e Jornalismo, que desde 2019 faz um trabalho de proximidade com as escolas deste país, em parceria com o Ministério da Educação, apontado como exemplo na Europa.
De modo que augura tudo de bom o anúncio que fez esta manhã: já que o país tem uma comissão para as comemorações dos 50 anos do 25 de abril, ele também vai criar uma em Pombal. E convidou Luís Marques, antigo jornalista e administrador da SIC, para presidir à estrutura. Sabendo-se da ligação estreita que mantém com Pombal..mal podemos esperar pelas novidades.
Mais uma vez o 25 de Abril em Pombal teve um cunho elitista. As cerimonias oficiais foram só para autarcas ex-autarcas e convidados, assim como os espectáculos no cine-Teatro. E O POVO, PÁ? A bem da felicidade do povo aconselho os nossos autarcas ( Presidente da Camara e os 13 Presidentes de Junta) a reunirem-se, constituírem uma comissão de 25 de Abril 2023 e apresentarem espectaculos de Pombalenses para Pombalenses. Todos sabemos que temos tantos e tão bons músicos e artistas por todo o concelho. Façam algo de novo em Pombal. OH DA PRAÇA...E O POVO PA...
ResponderEliminarIsto está mais para se gritar 'oh da Guarda"...
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