Sorrateiramente, o executivo municipal já tinha deixado escapar a intenção de mexer nos preços da água. Mas escondeu o processo!
O sistema de abastecimento de água de Pombal é galinha de ovos de ouro do município: fornece água com qualidade e fiabilidade a bom preço aos munícipes, e gera um volume de receita e de margens brutas importantes para a câmara. Em boa hora, Narciso Mota o manteve na esfera pública. Já o sistema de Saneamento e de Águas Residuais tem insuficiências e lacunas graves, presta um mau serviço e não gera receitas e margens expressivas. Logo, não pode cobrar o que não oferece.
Há mais de uma década que o frutuoso equilíbrio entre o valor transferido para os munícipes, através do sistema de Abastecimento de Água, e as receitas recebidas pela câmara não é alterado. No entanto, o doutor Pimpão resolver contratar, por ajuste directo, um “estudo de viabilidade económica e financeira para sustentabilidade das alterações a implementar nos tarifários relativos ao Abastecimento de Água, Saneamento de Águas Residuais e Resíduos Sólidos Urbanos”, ao amigo Carlos Manuel da Silva Santos, Lda, no valor de 12.000 euros + IVA.
O que motiva e que necessidade estará por detrás deste arriscado passo do doutor Pimpão? Para mim, só pode ser uma: mais receita. Porque a (des)governação despesista do doutor Pimpão precisa e precisará sempre de mais receita. Falta saber se os munícipes estarão dispostos a suportá-la.
Pode parecer exagerado, mas é verdade: neste primeiro ano de mandato, o doutor Pimpão já comprometeu ou prepara-se para comprometer mais a sustentabilidade da câmara que 30 anos de governação do PSD. É obra! Como? Contratando pessoal como se as receitas fossem elásticas; atribuindo subsídios e ajustes directos sem critério e sem freio; financiando enfiadas de festas e de eventos com recursos avultados que não geram retornos significativos. Os primeiros sinais e efeitos deste despesismo já se fazem sentir; mas o pior está para vir – coisas perniciosas que perdurarão por décadas.
Por outro lado, se o montante do ajuste directo (para o estudo sobre as tarifas da água) não é avultado, também não é de todo justificável. A câmara dispõe de toda a informação sobre a receita e os consumos de água; e tem os dirigentes e os técnicos que sempre fizeram os estudos sobre as tarifas de água e saneamento. Porque é que, agora, os dirigentes e os técnicos não servem para fazer o que sempre fizeram? Sejamos claros: depois de recolhidos os dados, este tipo de estudo faz-se em meia manhã ou tarde, numa reunião de trabalho entre a estrutura política e técnica, onde, depois de estabelecidos os critérios políticos, basta simular, numa folha de Excel, as tarifas a aplicar aos consumidores e a receita razoável a obter pela autarquia.
O estudo só não é feito na câmara porque aquela malta, actualmente no poder, só quer festas e eventos e comprar tudo feito. Mas depois de muita festa, e de muita “bebedeira”, virá a ressaca.
Isto vai correr mal. Ai vai, vai!
Vamos lá ordenar isto. Depois das tasquinhas e da Feira nacional do artesanato, o Executivo da Camara vai ter de se concentrar no Bodo das castanhas de Vermoil, seguidamente na semana do dia do município e depois preparar as festividades do natal. As senhoras Vereadoras vão ter uma trabalheira com o guarda-roupa. O trabalho e os dossiers para estudar tem de ficar para uma época mais oportuna.
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