Reuniu ontem, tarde e noite dentro, a Assembleia Municipal de Pombal – o caleidoscópio que apresenta imagens variadas, simétricas e progressivas do melhor e do pior desta malfadada terra.
Comecemos pelo melhor: o Professor, o presidente da dita assembleia, aquele que mais dignidade lhe empresta - pelo saber, pela sensatez, pelo trato, pelo rigor e pela reserva.
Depois temos uma assembleia já em debandada, que tem de tudo e a que falta tudo; tem muitos figurantes e poucos pensantes, mas fosse esse o pior mal – não é. Tem uma maioria esfrangalhada, e desorientada, já sem líder - porventura cansado daquele circo e da diversão que é a política local. Tem uma minoria cada vez menor, e mais minorada, já com extrema dificuldade em preencher os lugares e adoptar rumo. E tem um outsider com legitimidade comprometida.
E depois temos ainda o João Pimpão: um joão-ninguém-que-julga-que-é-alguém (político), uma criatura caricatural que quando se levanta faz estremecer o soalho e quando fala faz barulho. Mas o problema maior nem é (ele) fazer barulho; é fazê-lo muitas vezes; é não haver quem o cale.
Os economistas afirmam que, se nada de sistémico for feito, a má moeda expulsa a boa moeda. Esta terra caiu nas mãos dos pimpões. Que mais nos irá acontecer?!
Em relação à AM de ontem e à questão da desagregação de freguesias: A opinião pessoal dos eleitos à Assembleia de Freguesias de Santiago e São Simão de Litém não teve qualquer importância, ou relevância, num processo que tinha como objectivo dar voz à vontade do povo, dada agora a possibilidade legal de reverter a decisão tomada à revelia da população, há cerca de 12 anos. Um Grupo de Trabalho foi constituído e foi organizada uma consulta pública. A população que se dignou sair de casa e ir votar, demonstrou inequivocamente a sua vontade por uma desagregação. A Assembleia de Freguesia e o Executivo decidiram respeitar a democracia e acatar a vontade da população. A 14 de Dezembro 2022, em Sessão Ordinária da Assembleia Municipal, a proposta foi aprovada. Com 6 abstenções e com o voto contra do eleito que também pugnou pela desagregação da sua União de Freguesias (União de Freguesias de Guia, Ilha e Mata Mourisca). Se sou pessoalmente contra ou a favor é irrelevante. A opinião pessoal dos eleitos é irrelevante. A abstenção ter sido ignominiosa é realmente reveladora da falta de interesse comunitário da maioria avassaladora da população, mas também tem pouca importância. Num país de desinteressados, também o nosso Presidente da República e os nossos autarcas locais pelo nosso Concelho e pelo país fora, foram eleitos apesar da taxa de abstenção elevadíssima. O que me surpreende, é que para Luís Couto na sua freguesia a voz do povo é soberana. Já nas outras, nem por isso. Será por desejar que a sua fosse para memória futura, a única União de Freguesias no Concelho que seguiu o caminho da desagregação? Ou será porque também para memória futura vai ser difícil explicar a diferença abismal nas despesas do erário público para a concretização - com resultado idêntico na prática: as duas propostas seguem agora a Assembleia de República- do mesmo processo? É que ao contrário da que aconteceu no caso da União de Freguesias de Guia, Ilha e Mata Mourisca, o Grupo de Trabalho da União de Freguesias de Santiago e São Simão de Litém e Albergaria dos Doze não necessitou de recorrer a ajudas do Municipio no valor de milhares de euros.
ResponderEliminarMaria José Anastácio, nunca ouviu falar que por vezes as pessoas se movem por razões que a própria razão desconhece? Pois foi o caso aqui. E por isso é que há gente que se julga messiânica e no entanto já se encontra no abismo. Grandiloquências e propostas fabulosas, de mundos perfeitos e eficazes já amanhã que esbarram nas contradições, hesitações e ações inaceitáveis para os visados.
EliminarComo lhe disse o abismo e a queda garantida para quem pensa que chegará às estrelas. Mas há quem viva na ilusão toda a vida e assim a vá suportando.
E não condene a UFGIMM por ter resolvido o processo com um custo normal pelo trabalho de um profissional porque não só resolveu a questão por sua iniciativa como deu o mote à ufssAd.
Julgo que muita sorte tiveram porque numa situação de atraso muito criticável de todo o processo tiveram a ajuda inesperada e gratuita "pro Bono" do nosso causidico Edgar Domingues que, esse sim, merece destaque e agradecimento público não só por resolver um assunto urgente no seu prazo como ainda de forma gratuita.
É uma falta sua, desculpe a franqueza, usar a bondade e eficiência dele para atirar pedras injustas à UFGIMM, em vez de o elevar aí altar do reconhecimento e aplauso por ter descalçado uma bota muito apertada que mais ninguém quis fazer.
E por isso aqui fica o meu público e agradecida reconhecimento ao herói da questão.
Muito obrigado DR. HEDGAR DOMINGUES.
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EliminarNão tenho qualquer problema em que seja franco para comigo, desde que o faça, como o fez, de forma bem educada. Primeiro que tudo, gostaria de esclarecer que não atirei qualquer pedra à UFGIMM, mas sim ao Sr Luis Couto. Se assim pareceu, lamento. Em segundo lugar, não é verdade que mais ninguem além do advogado Hedgar Domingues estava disponivel para assumir o processo dentro do prazo. Em nome da verdade, a decisão de aceitar a disponibilidade do advogado Hedgar e o facto de que o mesmo se disponibilizou para elaborar o processo pro-bono não passou pelo Grupo de Trabalho. Dizendo isto, e como já o fiz publicamente, agradeço a disponibilidade e a celeridade com que em parceria com o advogado Guilherme elaborou a proposta.
EliminarVerifico com agrado no comentário do meu amigo que a nossa assembleia tem o pior mas também tem o melhor desta terra e é nessa fatia que mais nos deveremos focar, já que do pior não reza a história.
ResponderEliminarNão se engane sobre a maioria porque não está nem desorientada e muito menos esfrangalhada, porque numa prática democrática habitual do PSD sempre existiram os dissonantes, às vezes desalinhados, e até, por vezes, os cronicamente isolados, mas faz tudo parte da democracia.
Por isso amigo Malho não receie a má moeda porque há muito mais boa moeda do que má, de pedra e cal, que não será pela ausência pontual do líder que ela deixará de se afirmar, como aliás foi notório.
E permita-me a correção final: Esta terra caiu na mão do Pimpão, mas só do Pedro, por votação, e bem, porque com ele e com a boa moeda, cada vez mais ativos e acertados, só nos poderão acontecer evoluções positivas e vantajosas que darão resposta á sua dúvida final.
Tenha fé homem e verá a luz.
Malho, se os manos Pimpão conseguiram o poder, foi porque o povo assim votou. Mal ou bem assim votou. Pensa antes desta forma: Porque é que o povo ha 30 anos vota SETA e não vota no nosso partido? As tantas a culpa é só nossa, pois não conseguimos chegar ao povo e eles chegam. Urge conseguirmos um candidato que conquiste a simpatia do povo. O povo é quem mais ordena.
ResponderEliminarRoque, na verdade esse é pressuposto básico para quem quer fazer política em Democracia, mas não o suficiente - é o primeiro degrau...
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