O problema das Contas do Município de 2022 não está no relatório - traduz bem a situação económico-financeira da câmara -, está no desempenho do executivo. A oposição centrou a discussão do documento nas baixas taxas de execução das GOP e do PPI (67%), mas o documento reflete bem o fraco desempenho do executivo e um concelho novamente adiado. A nota mandada publicar na página do município espelha bem a impreparação, leviandade e desfaçatez da classe dirigente.
A nota cita uns sound-bites, retirados com certeza de alguma intervenção mais inflamada do doutor Pimpão ou do doutor Antunes, como, por exemplo, uma “gestão séria, responsável e competente”, traduzida numa “posição financeira robusta” do Município, que apresenta uma “saúde financeira muito estável e recomendável”. Era difícil ser mais demagógico com tão poucas palavras, mas o doutor Pimpão conseguiu.
A câmara terminou o ano de 2022 com um Saldo Transitado de 17 milhões de euros! Este resultado não é proeza, é falhanço. Numa empresa privada seria, com certeza, um feito que mereceria reconhecimento; numa câmara municipal é um falhanço que deveria merecer forte reprovação, porque indicia incompetência e/ou irresponsabilidade/desleixo.
A esmagadora maioria dos politiqueiros que nos desgovernam e representam desconhece que os propósitos, o foco e o que se deve medir na gestão pública são diferentes dos da gestão privada. Na gestão privada o foco e os esforços estão predominantemente na receita; enquanto na gestão pública o foco e os esforços devem estar na despesa de investimento, até porque a receita está praticamente assegurada.
Assim, qualquer leigo que leia o Relatório de Gestão, ou simplesmente a nota síntese publicada na página do município, percebe que o doutor Pimpão & C.ª recebe demasiado dinheiro, e não é capaz de o aplicar. Os investimentos estruturantes não avançaram. Daí que as realizações do doutor Pimpão se limitem a arranjos, eventos e carradas de subsídios. O doutor Pimpão faz o que pode para se livrar do dinheiro, mas nem isso conseguiu! A básica oposição continua a discutir os méritos e os deméritos da gestão do município pelas taxas de execução – equações manipuláveis pelos dois lados (numerador e denominador). Como diz o povo, uma desgraça nunca vem só.
Tanta coisa para fazer, para melhorar a qualidade de vida das populações e esta gente com 17 Milhões na "caixa" sem saber como os utilizar.
ResponderEliminarAmigo Malho, permita também um comentário a um dos “politiqueiros” mencionados neste post.
ResponderEliminarMuito do que diz pode ser verdade, mas também pode não. É que estas opiniões tanto podem existir, como diz, em denominador e será o caso e eu, tentando, sentar -me-ei no numerador com o “peso literal” que me é conhecido e dar outra visão do assunto.
O Saldo transitado, apesar da semelhança homónima , não é o resultado transitado. O primeiro corresponde a uma liquidez financeira que simplesmente existe no final de um ano e entra a crédito no ano seguinte, enquanto o segundo será um lucro, ou prejuízo, do exercício, em função do sinal+ ou - , que transita para a conta de capital .
Que eu saiba não há encerramento de contas de ano nenhum do nosso município, e falo dos últimos 10, que não tenha sempre tido saldo transitado, felizmente.
Agora se virmos pela ótica do numerador, em que carrego, corresponde sim a investimento previsto, todo ou quase todo contratado, logo posto em marcha. Assim podemos concluir que existiram 17 milhões em 2022 previstos e montados cuja execução completa não foi concluída.
Como sabemos o município e os contratadores avisados, ponderados, e cuidadosos, do qual este executivo é parte, não avançam qualquer valores sobre obras não executadas.
Aliás, as obras previstas e em estado de lançamento avançado na sequência do executivo anterior estão todas lançadas e em maior ou menor estado de conclusão.
A falácia do grau de execução é sempre um indicador muito prestativo para a habitual discussão política estéril do vocês não prestam e nós é que somos bons…Que tão bem animam as hostes descontentes com tudo e mais alguma coisa na vida e se regozijam por encontrarem bodes expiatórios das suas amarguras existenciais… pois que façam bom proveito porque é como diz o ditado: os cães ladram mas a caravana “não se detém”.
Pode o meu amigo reclamar por mais e melhor obra, que todos desejamos para Pombal e eu junto a minha a sua voz, o meu amigo aqui a vociferar e eu mais internamente a chatear os responsáveis maus diretos…
Agora utilizar-se o saldo transitado como Indicador do falhanço do executivo é falacioso embora, concorde que quanto mais próximo de 100% mais eficientes terão sido todos os intervenientes, muitos dos quais a jusante e independentes da vontade e ação do executivo.
O tempo em que os patrões iam para as obras chicotear os trabalhadores para se despacharem já lá vai… julgo que a imagem final é elucidativa.
E sim, o Dr. Pimpão faz o que pode, tal como os restantes responsáveis, e vamos a meio do mandato e estão para sair as novas iniciativas que até agora têm andado na forja.
Pombal é um concelho com futuro e risonho que precisa é de resistentes com pensamento positivo onde os velhos do Restelo que só vêem pragas e desgraças são também necessários para nos ir relembrando que não nos podemos distrair.
Sobre os subsídios fica para outro comentário.
Um abraço reconfortante dessa amargura.