12 de maio de 2023

PSD local sem coragem para mandar o Pimpão à fava

O PSD local reuniu, duas vezes, para tomar posição sobre a acusação de peculato, no exercício de funções políticas, feita pelo Ministério Publico, a João Pimpão e Diogo Mateus (também acusado de falsificação de docmentos). Mas, até agora, não saiu nada - nem vai sair! 



Numa terra onde (nos) falta gente capaz de espalhar lição e fundar exemplo não era no PSD local que a iríamos encontrar. Por ali vegetam, essencialmente, criaturas destras para saber distinguir o ético do legal - pimpões desta vida, mais dignos de desatenção que de aversão, à espera que tudo repouse e da sua oportunidade. Mas isto não vai repousar: no apodrecimento há fermentação.  

Nesta santa terrinha, os dirigentes partidários assistem e participam, complacentes e felizes, a esta repulsiva podridão, ao espectáculo baixo e degradante que os decisores públicos servem à comunidade. É verdade que ainda temos na política, e no PSD local, pessoas lúcidas e honestas, mas já sem o fulgor e o sentido de honra para dizer “basta”.  Assim, nesta cuspinheira onde já ninguém limpa, os pimpões desta vida gozam do pagode e ainda se vitimizam.  

Diogo Mateus e João Pimpão, em vez de sentirem vergonha e pedirem desculpa pelos actos que praticaram, procuram desvalorizar a acusação dizendo que é coisa pouca, mesmo sabendo que nós sabemos que o aproveitamento foi grande: que do fundo de maneio saíram dezenas de milhares de euros irregularmente; que as viagens particulares não foram só para o curso em Lisboa, foram centenas e centenas para todo o lado e para todo o tipo de prazeres; que a multa não foi só uma mas várias e sempre pagas pelo dobro, pelo município, por não identificarem o condutor do carro (do presidente) … Percebe-se  o alívio que ambos sentiram com a acusação - 1.467,75 € é bom "negócio" -, mas não se pode aceitar a desfaçatez pública.  

Bem pode D. Diogo dizer que está de consciência tranquila; se ainda a tem não pode estar. E a prova que não está, é ter-se remetido ao silêncio na fase de inquérito. Quem está de consciência limpa e tranquila esclarece todos os factos e todas as suspeitas na fase de inquérito e mata o processo. É isso que as pessoas verdadeiramente honestas fazem.         

O processo até pode não dar condenação. Mas, como diz o velho princípio romano, “Nem tudo o que é lícito é honesto”. Na Política, primeiro deve primar a Ética; e depois, nos casos aplicáveis, a Justiça. Em Pombal, é quase sempre ao contrário - fora de mão e em excesso de velocidade. 

4 comentários:

  1. Amigos, camaradas e companheiros. Todos nós que andamos neste mundo ha muitos anos sabemos que o PSD de Pombal é uma agremiação altamente corporativa. Muito semelhante à maçonaria ou opus day. Protegem todos o seu modo de vida. Como também nós sabemos quem controla todo o aparelho local são os mesmos há décadas. O DDT já faleceu este ano, restam o Mário Santos e o João Pimpão...o resto...é o resto. Muitos deles estão lá porque o PSD é poder em Pombal.

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  2. Amigo Malho, o assunto é discutível mas mesmo ao jeito da boa especulação.
    Onde foi buscar essa de que o partido reuniu 2 vezes para tomar posição sobre JP? O partido reúne sempre, pelo menos 1 vez por mês, apreciando os assuntos políticos da ocasião e raramente discute duas vezes o mesmo assunto.
    Sobre este caso em concreto não posso pronunciar-me sobre mais do que está na justiça até agora e só sobre isso podemos ter um posição e uma expectativa sobre o desfecho possível e suas consequências políticas partidárias.
    Óbvio que o JP atualmente com funções autárquicas podia suspender a sua militância partidária e assim ultrapassar quaisquer consequências futuras para o partido em caso de condenação que, pelo que está em causa, permite antever uma mais que provável ilibação e, nesse caso, deixa de haver caso judicial e muito menos político, pelo que decisões partidárias de talião corriam o risco de uma enorme injustiça, pelo que é compreensível que se deixe correr o processo até ver no que dá.
    Sobre as restantes conclusões e indignações que invoca, das milhares e milhares de deslocações e outros putativos oportunismos, questiono se é justo punirmos alguém na praça pública apenas por suspeitas que parecem fundadas, mas até ver não o são, dado que o MP as decidiu não arrolar.
    Podemos condenar tudo e todos na praça pública em função das nossas percepções e sentimentos, classificar isso de ética e moralidade mas, pergunto eu, e onde fica a justiça nesse justiceirismo imediato particular e popular?
    E como diz, se o processo não der condenação em que posição ficariam os decisores partidários que o condenariam de antemão?
    Seriam injustos? Prepotentes? Maus?
    Pois é por isso que, se nem com os inimigos se o deve fazer, como o justificar com os amigos?
    Na urgência de tudo e todos condenarmos na praça pública apenas perante suspeitas corremos o risco da maior das injustiças e aí pergunto: Onde fica, nesse caso, a Ética e a Moralidade de quem acusa e pede imediatas sanções?

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    Respostas
    1. Bem prega Frei Tomás...
      É por esses dois pesos e duas medidas que não saímos da cepa torta.
      Dispenso essa conversa mole...
      Abraço pequeno.

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  3. Dispensa o meu amigo a conversa mole, mas não dispenso eu o abraço, apesar de pequeno.
    Muito grato.
    Porém convenhamos que Frei Tomás muito bem pregou desta vez apesar de não tocar o coração empedernido do meu amigo.
    Olhe, como dizia o Outro:
    Habitue-se! Mas sempre com um
    Abraço grande.

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