Quem não conhecesse nada da política pombalense, e das criaturas que nela vegetam, e, por mero acaso, assistisse à "discussão" e votação das Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento, realizada na última sexta-feira, ficaria estupefacto com a mediocridade reinante. Mas o problema maior já nem é esse; é meter-se nas mãos destas criaturas tanto dinheiro. E pior: estarem todos empenhados na contratação de mais aos bancos!
Já houve um tempo, recente, em que a apresentação e discussão das GOP e Orçamento era um momento alto da política pombalense, com discussão acesa, esclarecida e esclarecedora. Actualmente, no registo "junta", é uma mera formalidade, onde cada parte faz a sua declaraçãozinha, e ala que se faz tarde e a festa não se pode perder.
Pela sua conhecida aversão aos números e por aparentar sintomas de urticária, o dotor Pimpão limitou-se a introduzir o assunto com as habituais expressões pomposas, que só ele entende, entrecortadas com muita mímica de mãos, e passou o assunto à dotora Marto, que se limitou a ler a apresentação preparada, e a acrescentar uns comentários... - saía melhor daquilo se se tivesse limitado a ler.
Já todos sabíamos que os documentos tinham o destino traçado: aprovação pela maioria. Mas faltava saber o que iria dizer deles a dita “oposição”. Este ano teria sido fácil evitar a má-figura. Bastava optar pela abstenção, que não compromete muito, e remeterem-se ao silêncio aproveitando a falha regimental do dotor Pimpão - entregou os documentos fora de prazo. Mas a atração pelo micro falou mais alto. Falaram tanto, e disseram tantas banalidades e tontices que o micro entupiu! Mostraram-nos o que já sabíamos: que não têm ideias - ou melhor, que subscrevem as intenções da maioria -; que tem pouca ou nenhuma noção do que é a administração autárquica e as atribuições dos municípios; e nenhum tino sobre o que é a ação política e o seu papel.
Do que faz avançar uma terra falta-nos quase tudo: não temos governo, nem poder, nem oposição, nem exigência colectiva. Entrámos definitivamente numa espiral de declínio, onde umas quantas criaturas foram feitas e juntaram-se para se ampararem reciprocamente.
Com esta grande explicação da Doutora Marto, com aquele sotaque característico, ficamos elucidados: - Como os recursos correntes são necessários para entreter o povo (#festasebolos) vão-se financiar junto dos Bancos para fazerem obra. Nada contra. Afinal o povo votou neste modelo: 1º A Felicidade depois o trabalho se sobrarem recursos, tempo e vontade. Sigaaaaaaaaaa.
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