26 de janeiro de 2024

Já chegámos à Madeira?!

Já. Pior: já os ultrapassámos…

A Madeira foi, desde o início, a nossa “república das bananas”, cunhada com gosto e proveito pelo anedótico Alberto João. 

O modelo foi replicado por cá com o mesmo gosto e proveito pelo engenheiro. Depois, D. Diogo tentou dar ao “regime” alguma formalidade e institucionalidade, mas a sua natureza sobrepôs-se-lhe…Até que, finalmente, isto caiu nas mãos dos pimpões! Ultrapassámos definitivamente a Madeira – a nossa “república das bananas”. Senão vejamos: na Madeira, o delfim do Alberto João – o Albuquerque – foi caçado pela justiça. Mas como se sentia dono e senhor da “república das bananas” logo afirmou que não se demitia de presidente do governo regional. Passadas 48 horas teve que renunciar. Não por decoro pessoal e democrático mas pela força das circunstâncias e das exigências mínimas de decência democrática. Claro que se o caso se circunscrevesse à “república das bananas” nunca se demitiria e até hostilizaria os adversários...

Por cá, a nossa realidade e o caso da Madeira mostra que já ultrapassámos, há muito, o estágio de “república das bananas”, nomeadamente em falta de decoro e de decência democrática. Bem pode a concelhia do PSD local assobiar para o lado e escudar-se na malfadada presunção de inocência. A desvergonha é total. Muito acima da do Albuquerque.

24 de janeiro de 2024

A porta que Abril vai abrir




 As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril em Pombal chegam-nos com uma aura de esperança.  Mais do que o "programa diversificado e envolvente que visa relembrar, homenagear e refletir sobre este marco histórico que marcou o início de uma nova era em Portugal" (como sublinha a organização), há aqui um corte com o passado. Toda a gente sabe que tanto nos executivos de Narciso Mota como de Diogo Mateus o 25 de abril foi apenas assinalado, porque tinha que ser. Pedro Pimpão quis de imediato marcar essa diferença (como outras, noutros casos), embora mal conseguida: no primeiro ano foi aquela trapalhada de chamar os partidos para lhes pedir sugestões quando o programa já estava feito, no ano passado foi o festival oh da Praça que vinha adiado das calendas, e eis que crescia a curiosidade sobre este ano em que, por toda a parte, já decorrem comemorações. 

Pimpão safou-se bem desta, pelo menos para já. Convidou para comissariar as festividades o jornalista Luís Marques (natural de Abiul), com histórico na ditadura e na revolução. Com memória e com mundo. E perante o atraso de Pombal face a outras cidades do distrito e do país (que há meses promovem iniciativas), concentrou tudo em 50 dias. O programa, que pode ser consultado aqui, é rico e variado: exposições, debates, conferências, teatro, cinema, música, uma panóplia de espetáculos cuja matriz honraria qualquer câmara do espetro da esquerda. 

Aqui no Farpas - o blogue que nasceu no 25 de abril, em 2008, e que durante anos promoveu a única comemoração da data - vamos acompanhar com toda a atenção e entusiasmo tão intenso programa. Nunca é tarde para abrir mais uma porta de Abril, numa terra onde por vezes temos dúvidas se ele aconteceu. 

18 de janeiro de 2024

A “junta” reuniu em Vila Cã

O dotor Pimpão mandou reunir a “junta” em Vila Cã, hoje. Esta frivolidade tonta, que consome recursos sem nenhum ganho para os munícipes, só serve para alimentar a obsessão pelo roteio e a necessidade de consolação contante… No final do império, os soldados romanos encontravam na guerra um tempo de deleite. Estas criaturas que nos desgovernam encontram no roteio a sua razão de existência (política). Deixai-os rotear; hão-de cansar e cansar-se. 



A reunião foi - têm sido - um pretexto para formalidades e pretextos. O dotor distribuiu as habituais loas, pelo que mexe de relevante e de irrelevante… Como a moda pegou, recebeu de imediato protesto exterior por não ter vangloriado uma alma perdida que vai em sétimo lugar – sétimo lugar! - numa lista de “candidatos” às legislativas que repetidamente não elege ninguém. Chegámos a isto! À total indigência mental.

Os “vereadores” da situação evidenciaram, em todos os assuntos, uma gritante incapacidade de acção e realização – chutam tudo para a frente e recorrem sistematicamente à desculpa esfarrapada. Os da suposta “oposição”, falhos de ideias e de foco, atiram uma ou outra medida ad hoc e agitam a espuma dos dias, sem honra nem glória.

E assim vai o nosso Pombal, ao sabor do vento, e dos pimpões, movido graças à força da inércia, sem rumo e sem norte, nas mãos de criaturas profundamente levianas e tagarelas incapazes de compreender o princípio da utilidade e a natureza dos problemas.

Siga a roda.

9 de janeiro de 2024

Pombal, terra de peregrinação e paródia

Bem sei que vivemos tempos em que a aparecer é código postal para o sucesso fácil, e que a política actual adoptou o modelo, mas o excesso enjoa e indispõe almas mais frugais.

Esta paróquia está definitivamente transformada em pátio de comédia, onde criaturas apinocadas, mais dignas de piedade que de aversão, desfilam constantemente em cortejos jocosos ou representam farsas improvisadas. 


2 de janeiro de 2024

Orçamento Participativo (II) - da farsa à fraude

Nesta terra, e nesta paróquia, onde tudo corre como deve correr porque todas as concessões conduzem ao inevitável, até um processo de democracia participativa, como o Orçamento Participativo, degenera rapidamente numa farsa destinada a iludir os papalvos e a saciar um ou outro oportunista.



O Orçamento Participativo nasceu e cresceu torto, ao ponto de se transformar numa farsa.  Com o dotor Pimpão & C.ª transmutou em fraude. A edição deste ano confirma-o na plenitude. Senão vejamos: 

(i)  a proposta vencedora – Sophia, Projecto Educativo de Combate à Fragilidade Sénior – foi apresentada por cidadão(s) não recenseado(s) no Município de Pombal, em clara violação ao espírito e a letra do regulamento;

(ii) a Comissão de Análise Técnica, presidida pelo dotor Agostinho - o inenarrável Director Municipal -, eliminou 21 propostas mas aceitou a proposta Sophia, que acabou vencedora, apesar de violar o regulamento em toda a linha, no que respeita aos promotores e no que concerne aos propósitos e ao âmbito do projecto;

(iii) o processo de votação decorreu às descaradas, sem reserva e sem seriedade, como lerdamente confirmou a dotora Catarina na reunião do executivo que discutiu a trapalhada.

Estamos perante uma fraude completa que beneficiou uma proposta plena de nulidades, formais e materiais, que acabou por afastar propostas correctas e genuínas, como a “Reabilitação da Casa da Piscina no Jardim do Vale”, a “Reabilitação da Praceta Mestre Bimba”, o “Parque Infantil na Urb. Alberto Santiago”, etc.

Deus e o Diabo sabem bem como se estabeleceram certas relações; e nós sabemos que pegando na ponta da linha facilmente se chega ao novelo. Convinha que o dotor Pimpão soubesse que num processo de democracia participativa, que envolve dinheiro público, se exige transparência e imparcialidade à prova de bala; e que manda a prudência, e o bom-senso, que não se coloque uma raposa a guardar o galinheiro.   Até porque ele sabia,  com certeza, que a proposta Sophia, Projecto Educativo de Combate à Fragilidade Sénior, tinha por detrás o dotor Ricardo Pocinho, seu amigo e mentor para Felicidade.  

Há amizades que só atrapalham, quando se quer ser sério. Ou como bem diz o dotor Pocinho, agradeço sempre que a minha vida não seja envolvida com a desta gente.