São os investimentos públicos (bem feitos) que asseguram a sustentabilidade e a qualidade de vida das populações. Em Pombal, têm sido desastrosos ou desproporcionais. A área da Educação é paradigmática deste funesto quadro, mas não é a pior...
Quando um governo central - do PS - avançou, no início deste século, com o modelo dos pólos escolares e respectivo financiamento, alternativos às obsoletas escolinhas do Estado Novo, Narciso Mota e seus apoiantes recusaram o modelo optando bacocamente pela recuperação das humildes e isoladas escolinhas de aldeia. Resultado: desperdiçaram dinheiro e ficaram sem escolas (dignas). Mais tarde, renderam-se à evidência e às exigências do progresso. Mas não o fizeram numa lógica de utilidade, de resposta prioritária às necessidades; antes pelo contrário, construíram Centros Escolares onde não havia alunos, e deixaram a cidade sem escolas do 1.º ciclo dignas. Só mais tarde responderam - mal - à crescente procura, sem planeamento e já sem apoios. Por exemplo, a situação mais premente, a Escola Conde Castelo Melhor, sobrelotada e sem condições mínimas para uma efectiva aprendizagem, ficou para o fim! Mas finalmente decidiram avançar para a requalificação...
Como a escola não era do município, resolveram comprá-la. Pagaram 719.000 euros, e acharam que fizeram um bom negócio. Com o edifício em sua posse, decidiram avançar para a requalificação das instalações. Mas nas primeiras vistorias perceberam, tarde demais, que a estrutura do edifício não oferecia condições mínimas de segurança. Vai daí, resolveram não requalificar o edifício mas construir um novo Centro Escolar, com 10 salas de aula, enfurnando mais uma escola num emaranhado de prédios e no centro da cidade. Uma opção démodé, própria de quem não integra no seu pensar critérios de planeamento urbanístico actuais e de adequabilidade dos equipamentos ao seu fim.
Lançado o concurso, entregaram a empreitada por uns módicos 4.400.000 euros!, suportados totalmente pelo orçamento municipal (que não chega para tudo). Como pela boa expectativa preveem que a construção demore dois anos (os prazos para esta gente é coisa meramente indicativa), e porque o município não dispõe de alternativa na cidade, resolveram alugar uma dúzia de salas a uma escola privada, pagando a módica quantia de 312.000 euros, mais obras de requalificação das salas (umas boas dezenas de milhares de euros).
Tudo somado, e admitindo nenhuma derrapagem nos custos - coisa improvável - cada sala vai ficar acima de 600.000 euros! E assim teremos um Centro Escolar inadequado e caríssimo, que ganhará, com certeza, o título de escola com as salas de aula mais caras do país e arredores. Porque é que isto acontece? Porque temos uma classe política impreparada, que não planeia nem faz contas.
De desvario e de comédia em comédia, assim vai esta santa terrinha.
Caros amigos "farpeiros", não se preocupem com os cofres da autarquia, enquanto houver dinheiro para #festasebolos o povo vive sossegado. Sigaaa...Bodo até terça...Torrar mais uns milhares largos.
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