26 de agosto de 2024

Sai mais 500.000 euros para o CIMU-SICÓ

A última reunião da “Junta” aprovou, por unanimidade e aclamação (sem palavras), o procedimento de subcontratação dum Projecto Museográfico do Centro de Interpretação do Maciço de Sicó - seja lá isso o que for - por uns módicos 500.000 euros. 



Já antes, o anterior executivo tinha adquirido, por ajuste directo a um ilustre pombalense, uma maquete do concelho pelo montante de 215.000 euros + IVA, que ficou meia dúzia de anos no armazém, com a câmara a suportar mais 60.000 euros de custos de armazenagem.

O CIMU-SICÓ - recentemente rebatizado Explore Sicó, para dar a ideia que é coisa nova e não aquele mamarracho que foi lançado há quase duas décadas - é a maior aberração edificada neste concelho e arredores. Já consumiu perto de 5 milhões de euros (valor líquido actual). Mas o desastre financeiro, a que se soma o paisagístico, não vai ficar por aqui - será um enorme sorvedouro de dinheiro dos contribuintes e sem retorno. 

Bem sei que a generalidade das pessoas pouco ou nada se importa com aplicação dos dinheiros públicos. Uns porque consideram que é dinheiro do Estado, logo de ninguém; outros porque confiam que existirá algum controle na sua aplicação. Puro engano. Por aqui - e não só - não há ponta de racionalidade nem de controle na aplicação do dinheiro dos contribuintes. Somos (des)governados por criaturas ávidas de afirmação pessoal, que só pensam em fazer coisas sem se darem ao trabalho de estudarem o que pensam fazer, desbaratando, assim, o dinheiro dos contribuintes em coisas inúteis ou prejudiciais, só pela vã glória da celebração de epopeias do irrisório.

Siga a festa.

23 de agosto de 2024

A "Junta" reuniu

A “Junta” cumpriu, ontem, mais uma formalidade: reuniu no Arquivo, no registo serviços mínimos. Mas serviço, serviço, seria arquivá-la definitivamente.



A dotora Gina, a dotora Catarina e a dotora Odete faltaram, mas não se deu pelas suas faltas. A dotota Marto (só) marcou presença. O dotor Pimpão falou mas não disse nada… O arquitecto Navega falou sobre empreitadas. E o dotor Simões cumpriu o papel de resignado que lhe está designado; falou de caminhos e caminhadas, e - vejam só - defendeu a realização de caminhos (passeios) sem projecto! Este nem para junta serve.

Caímos nisto, numa representação pífia, sem delegação nem relação, numa mixórdia insonsa e incongruente que ofende mortalmente uma metade dos eleitores e aborrece a outra. 

8 de agosto de 2024

Passeio a Lisboa, atrás de uma ilusão

O Pedro anda feliz e contente como um cuco, com as suas iniciativas e realizações para a fotografia - canta de noite e de dia. Anteontem, partiu para a capital - acompanhado pela vereadora Catarina e pelo vereador oficioso Marco Ferreira – onde reuniu com o Ministro da Educação e tentou vender-lhe a ilusão da construção de um Polo de Inovação e Conhecimento para albergar uma nova Escola Superior em Pombal. Já antes tinha tentado vender a tolice - não necessariamente de um tolo mas de alguém que vive dois patamares acima da realidade e julga que basta desejar uma coisa para que ela se realize e produza resultados - ao presidente do IPL através de um dossiê a manifestar essa vontade. Mas Carlos Rabadão temporizou o impulso - criou um grupo de trabalho para avaliar a (in)viabilidade…



O Pedro é um escravo da vontade, e da empatia, que promete e faz o que não deve. Consequentemente destrói recursos como ninguém. Mas diverte-se, e diverte.

7 de agosto de 2024

A promessa - história de uma novela chamada Parque Verde






Desde há dois dias que o Pedro anda extasiado com as "notícias" sobre o Parque Verde, a obra (do regime) a que temos direito, e que nos prometeram há 30 anos. A primeira vez que ouvimos falar de um Parque Verde foi no executivo de Armindo Carolino, ao tempo em que o PS era poder, em maioria absoluta. Não, não era este parque verde. Era um idealizado para as margens do Arunca, à vista de todos os que passavam por Pombal. Mas veio a era Narciso Mota e o engenheiro arrasou com os planos passados: decidiu construir a Biblioteca (então pensada para o parque de estacionamento do Centro de Saúde, junto às escolas) no lugar do Parque Verde. Multiplicaram-se então parques, mas de merendas, por toda a parte neste concelho, que isto para a bucha sempre se ajeita melhor. Alguns estão hoje ao abandono, como acontece com aquele lá na minha aldeia. E durante uns anos, enquanto floriam parques nos concelhos vizinhos, nós por cá plantámos calçadas nos largos das capelas, cimentámos recreios nas escolas, tratámos de eliminar o verde, na verdade. 

Depois veio Diogo Mateus, disposto não só a virar a página como mudar o livro - como me disse um dia. Era 2013, e ainda antes de ser eleito presidente, participou desse folclore numas festas do Bodo em que a figura de proa foi Pedro Passos Coelho , à época Primeiro-Ministro: a cidade pejada de cartazes a anunciar o Parque Verde, antecâmara deste que agora foi apresentado. Havia problemas com os terrenos naquela zona, já então dotada do corredor ribeirinho. Mas eis que Pedro Pimpão resolve tudo de uma penada: compra os terrenos. O dinheiro fez-se para gastar, não é assim? Dinheiro é papel, Pedro! E isto bem pode ser meia-bola e força. Não tivéssemos lá implantado (no meio do futuro parque verde!) um campo da bola. Quem é que não quer um campo da bola no meio de um espaço de fruição com a natureza? Ou como diz o novo slogan...é natural [que queira].

E então, numa segunda-feira de Agosto, deste ano da graça de 2024, a Câmara faz o grande número de apresentar o projecto "aos pombalenses". Compõe uma plateia, recupera o desenho, faz-lhe uns ajustes, e...voilá! Está feito o negócio. Como isto anda tudo ligado, até lá esteve o vereador do Ambiente do tempo de Narciso Mota. Ah, o arquitecto também transita desse tempo. 

Tudo está bem quando acaba bem. Pelo menos é assim que sucede nas novelas.