A última reunião da “Junta” aprovou, por unanimidade e aclamação (sem palavras), o procedimento de subcontratação dum Projecto Museográfico do Centro de Interpretação do Maciço de Sicó - seja lá isso o que for - por uns módicos 500.000 euros.
Já antes, o anterior executivo tinha adquirido, por ajuste directo a um ilustre pombalense, uma maquete do concelho pelo montante de 215.000 euros + IVA, que ficou meia dúzia de anos no armazém, com a câmara a suportar mais 60.000 euros de custos de armazenagem.
O CIMU-SICÓ - recentemente rebatizado Explore Sicó, para dar a ideia que é coisa nova e não aquele mamarracho que foi lançado há quase duas décadas - é a maior aberração edificada neste concelho e arredores. Já consumiu perto de 5 milhões de euros (valor líquido actual). Mas o desastre financeiro, a que se soma o paisagístico, não vai ficar por aqui - será um enorme sorvedouro de dinheiro dos contribuintes e sem retorno.
Bem sei que a generalidade das pessoas pouco ou nada se importa com aplicação dos dinheiros públicos. Uns porque consideram que é dinheiro do Estado, logo de ninguém; outros porque confiam que existirá algum controle na sua aplicação. Puro engano. Por aqui - e não só - não há ponta de racionalidade nem de controle na aplicação do dinheiro dos contribuintes. Somos (des)governados por criaturas ávidas de afirmação pessoal, que só pensam em fazer coisas sem se darem ao trabalho de estudarem o que pensam fazer, desbaratando, assim, o dinheiro dos contribuintes em coisas inúteis ou prejudiciais, só pela vã glória da celebração de epopeias do irrisório.
Siga a festa.
Ineptocracia - Um sistema de governo onde os menos capazes de liderar são eleitos pelos menos capazes de produzir, e onde os membros da sociedade com menos chance de se sustentar ou ser bem-sucedidos são recompensados com bens e serviços pagos pela riqueza confiscada de um número cada vez menor de produtores.
ResponderEliminarAmigo Malho, tenho de convir que se trata de uma iniciativa discutivel, onde uns gostam e outros odeiam, mas discutível principalmente porque foi lançado de uma forma um pouco ligeira, sem objetivos e planos bem decididos, o que se prova pela lentidão tipo “obras de Sta Engrácia, e a indefinição ao longo do tempo que foi, a pouco e pouco, transformando o caso num Elefante Branco sucessivamente empaliado, ou não resolvido, pelos executivos municipais pretéritos e que, felizmente, o atual tenta dar uma utilidade definindo melhor os objetivos e dando seguimento à inevitavel conclusão e final e utilidade ao edifício até hoje inexistente.
ResponderEliminarA projeto museografico do Sicó, a definição exata do uso e finalidade do mesmo deveria ter sido elaborado logo no início e com ele o projeto arquitetónico. É patente que não foi isso que aconteceu.
Sobre a maquete invocada no texto houve um concurso público sim e uma adjudicação a uma quase única empresa nacional capaz de executar não uma habitual maquete mas sim um “sistema de informação geográfico” com projeção interativa de varias peliculas informativas ( layers) ligado e sempre atualizado pelo sistema nacional geográfico.
Há vários montados no país, pelas camaras municipais, como Guimarães, Melgaço, EDIA Alqueva e outras mais, tudo sempre pela mesma empresa.
Sobre os 60.000€ de armazenamento não entendo porquê dado ter estado guardado num espaço municipal sem custos de armazenagem ou outros…
Sobre o gasto irresponsável dos dinheiros públicos fica a sua e de muitos opinião, típica das sociedades democráticas onde a expressão individual é livre. Não há só uma leitura do assunto pelo que outros prismas e opiniões justificarão aquilo que a sua invectiva.
Certamente após a conclusão final se irá encontrar e implementar o seu uso de forma vantajosa para a população onde o acrescento de mais um equipamento cultural contribuirá para a evolução do nosso concelho.
Custa dinheiro, pois custa… mas desistir e deixar ao abandono o que já se fez e investiu seria bem pior.
A decisão do executivo terá talvez sido a melhor e mais determinada.
A ver se é desta que veremos a luz ao fundo do túnel…