Um centro comercial na zona do Casarelo! Uma coisa assim em grande, daquelas que revoluciona tudo, que cria emprego nunca antes vistos e que é imprescindível ao desenvolvimento da terra! Era tão bom que fosse tudo laranja sobre azul, não era? Mas não é. Tendo em conta todas as pseudo-estratégias de desenvolvimento municipal que foram sistematicamente experimentadas em Portugal, seja qual for o partido, qualquer opção, independentemente de mexer mais dinheiro público ou privado, deve ser alvo de um escrutínio rigoroso atendendo às suas implicações. A ACSP, representante daqueles que mais terão perder, por exemplo, opta por uma simples constatação à capitão do Titanic: "o barco vai afundar... olha, arranjem salva-vidas". Já a Câmara Municipal de Pombal acha que é uma obra que não admite discussão.
Para mim, enquanto consumidor, um centro comercial representa sempre uma opção interessante. Só compro no comércio tradicional quando há algo que faz a diferença (já que muitas vezes o preço não faz), seja a qualidade, o atendimento ou a preocupação em fornecer bens e serviços de forma diferente. Por exemplo, sou assíduo cliente da FNAC, excepto no que toca a livros, preferindo comprá-los antes na K de Livro, em Pombal. E se pensar em benefícios urbanísticos, partindo do princípio que haverá contrapartidas em termos de equipamentos, seja um espaço verde, seja um espaço cultural com possibilidade de aumentar a oferta, em teoria, são elementos positivos. Isto sem falar em benefícios em termos de acessibilidades, se bem que não tenho elementos para uma ideia em concreto, em termos de fluidez de tráfego de e para a zona.
No entanto, há o reverso da medalha que é constituído pelo esvaziar de pessoas dos espaços públicos da cidade - veja-se a vida que a Praça Marquês de Pombal não tem. E também pelo facto do modelo dos centro comerciais ser de duvidosa sustentabilidade no actual quadro económico (as rendas serão mesmo suportáveis? Quantas lojas, em espaços comerciais muito bem situados, estão às moscas?). Quanto às questões ambientais, mexer no leito da ribeira do Casarelo não parece ser bem avisado, atendendo até ao que se passou dia 25 de Outubro. Haverá algum redimensionamento do túnel que entra ali na cidade, por exemplo? Não se causará ali um estrangulamento que pode dificultar o escoamento de água aliado à impermeabilização do solo que se fará no Casarelo? Por último, há contrapartidas em termos de infraestruturas? Os acessos serão pagos por quem ou a sanha de ter mais uma obra para a placa de inauguração sobrepor-se-á a tudo? Ninguém nega que há investimentos que, até por poderem contribuir para a qualidade de vida de muitos, serão sempre interessantes, exigindo-se apenas que seja tudo ponderado e transparente. Será pedir de mais?
Para mim, enquanto consumidor, um centro comercial representa sempre uma opção interessante. Só compro no comércio tradicional quando há algo que faz a diferença (já que muitas vezes o preço não faz), seja a qualidade, o atendimento ou a preocupação em fornecer bens e serviços de forma diferente. Por exemplo, sou assíduo cliente da FNAC, excepto no que toca a livros, preferindo comprá-los antes na K de Livro, em Pombal. E se pensar em benefícios urbanísticos, partindo do princípio que haverá contrapartidas em termos de equipamentos, seja um espaço verde, seja um espaço cultural com possibilidade de aumentar a oferta, em teoria, são elementos positivos. Isto sem falar em benefícios em termos de acessibilidades, se bem que não tenho elementos para uma ideia em concreto, em termos de fluidez de tráfego de e para a zona.
No entanto, há o reverso da medalha que é constituído pelo esvaziar de pessoas dos espaços públicos da cidade - veja-se a vida que a Praça Marquês de Pombal não tem. E também pelo facto do modelo dos centro comerciais ser de duvidosa sustentabilidade no actual quadro económico (as rendas serão mesmo suportáveis? Quantas lojas, em espaços comerciais muito bem situados, estão às moscas?). Quanto às questões ambientais, mexer no leito da ribeira do Casarelo não parece ser bem avisado, atendendo até ao que se passou dia 25 de Outubro. Haverá algum redimensionamento do túnel que entra ali na cidade, por exemplo? Não se causará ali um estrangulamento que pode dificultar o escoamento de água aliado à impermeabilização do solo que se fará no Casarelo? Por último, há contrapartidas em termos de infraestruturas? Os acessos serão pagos por quem ou a sanha de ter mais uma obra para a placa de inauguração sobrepor-se-á a tudo? Ninguém nega que há investimentos que, até por poderem contribuir para a qualidade de vida de muitos, serão sempre interessantes, exigindo-se apenas que seja tudo ponderado e transparente. Será pedir de mais?