Mesmo sem
feriado, Narciso Mota não perdeu o Carnaval. Folião assumido (uma das
suas
grandes qualidades), o seu sorriso sobressai e ofusca em qualquer festa.
Não
fora, desta vez, a organização do evento ter
escolhido balões para a decoração e o nosso presidente teria, com
certeza, sido
o rei da noite. Registo a sua posição como muito positiva e digna.
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
29 de fevereiro de 2012
E no entanto, ela existe
Uma casa cheia, no sábado passado, no lançamento do projecto "Um dia pela Vida", de queni falei, deixou perceber que, afinal, a Sociedade Civil ainda existe em Pombal (mesmo que o tema não mereça comentários aqui no blogue, isso não quer dizer que não esteja a mexer com este concelho).
Por isso, agora o desafio é outro: conseguirmos inscrever o maior número de equipas de voluntários. E o que eu gostava de ver nascer uma equipa dos comentadores do Farpas.
24 de fevereiro de 2012
Chama-se "Um dia pela Vida"
O projecto que a Liga Portuguesa Contra o Cancro trouxe para Pombal, e cujo lançamento está marcado para o próximo sábado, dia 25 de Fevereiro, a partir das 15 horas no auditório da Biblioteca Municipal de Pombal.
Hão-de ser três meses intensos, em que o desafio é conseguir inscrever o maior número de equipas de voluntários em todo o concelho. Depois, cada uma delas vai desenvolver pelo menos uma acção de angariação de fundos e outra de sensibilização. E assim, juntos, haveremos de fazer história em Pombal e ser notícia por boas razões.
Em nome dos nossos que partiram, em homenagem aos que lutam contra a doença.
23 de fevereiro de 2012
Narciso Mota e o Carnaval Narciso Mota e o Carnaval
O populismo de tantos e muitos políticos e “fazedores de opinião”, que defendiam o feriado do Carnaval, não foi seguido por Narciso Mota.
Muitos e tantos entendiam, de forma arrogante, que a rentabilidade do trabalho seria superior se o feriado fosse cumprido, que um dia de trabalho não é essencial e o que é essencial é a qualidade do trabalho. Outros entendiam, de forma envergonhada e quase silenciosa, que a qualidade é essencial mas que sem quantidade não há produção de bens e serviços e qualidade, que na quantidade também pode e deve haver qualidade.
Parece-me que os primeiros defendem que, nos tempos difíceis que correm, é possível trabalhar-se com qualidade, cada vez menos tempo, talvez até um só dia em cada mês do ano, para se produzir mais riqueza, aquela de que necessitamos neste país em crise. Parece-me a oposição egoísta a tudo o que não lhes permite uma vida hedonista e oportunista.
Narciso Mota, desta vez, por disciplina e solidariedade partidárias e ou por responsabilidade política, decidiu optar em silêncio pela posição menos popular.
Registo, desta vez, a sua posição (silenciosa) como muito positiva e digna.
Muitos e tantos entendiam, de forma arrogante, que a rentabilidade do trabalho seria superior se o feriado fosse cumprido, que um dia de trabalho não é essencial e o que é essencial é a qualidade do trabalho. Outros entendiam, de forma envergonhada e quase silenciosa, que a qualidade é essencial mas que sem quantidade não há produção de bens e serviços e qualidade, que na quantidade também pode e deve haver qualidade.
Parece-me que os primeiros defendem que, nos tempos difíceis que correm, é possível trabalhar-se com qualidade, cada vez menos tempo, talvez até um só dia em cada mês do ano, para se produzir mais riqueza, aquela de que necessitamos neste país em crise. Parece-me a oposição egoísta a tudo o que não lhes permite uma vida hedonista e oportunista.
Narciso Mota, desta vez, por disciplina e solidariedade partidárias e ou por responsabilidade política, decidiu optar em silêncio pela posição menos popular.
Registo, desta vez, a sua posição (silenciosa) como muito positiva e digna.
22 de fevereiro de 2012
Os Pobres e os Benfeitores
Já convivi com a pobreza generalizada, agora preparo-me para conhecer o empobrecimento decretado. Deve haver muitas semelhanças.
Para melhor recordar a pobreza generalizada estou a ler os Pobres, de Raul Brandão. Cito esta passagem: “Às vezes o senhor provedor visitava-nos. Era um homem seco, ríspido, de cara rapada, que nos vinha lembrar que vivíamos por esmola:
– É preciso que se recordem disto: a sua vida devem-na aos benfeitores.
Ele próprio era um benfeitor. O seu retrato lá estava colocado ao pé dos outros, com o mesmo caixilho fúnebre.”
Naquele tempo, os Benfeitores provinham da Sociedade, agora tê-los-emos, também, designados pelo Estado. O Benfeitor-mor é aquele rapaz da lambreta, o que ordenou a abertura de 950 cantinas sociais para dar de comer aos Pobres.
Fujam ou preparem-se…
Para melhor recordar a pobreza generalizada estou a ler os Pobres, de Raul Brandão. Cito esta passagem: “Às vezes o senhor provedor visitava-nos. Era um homem seco, ríspido, de cara rapada, que nos vinha lembrar que vivíamos por esmola:
– É preciso que se recordem disto: a sua vida devem-na aos benfeitores.
Ele próprio era um benfeitor. O seu retrato lá estava colocado ao pé dos outros, com o mesmo caixilho fúnebre.”
Naquele tempo, os Benfeitores provinham da Sociedade, agora tê-los-emos, também, designados pelo Estado. O Benfeitor-mor é aquele rapaz da lambreta, o que ordenou a abertura de 950 cantinas sociais para dar de comer aos Pobres.
Fujam ou preparem-se…
E, Pombal move-se!
Voluntariamente ou à força. Na ACSP, Manuel Gonçalves passou voluntariamente a pasta. Na AICP e nos BVP a ordem manda aguentar. Na CMP a lei forçará a mudança.
Pombal move-se!
Pombal move-se!
12 de fevereiro de 2012
Os mapas da nossa terra
Afinal o Governo alterou as regras (numéricas, pelo menos) e em Pombal há 4 freguesias que deixarão de o ser - pelo menos com os contornos actuais. Vai-se tocar num dos pontos mais frágeis do nosso - frágil -conceito de cidadania: a terra onde pertencemos. Será tudo menos um processo simples mas, no campo dos princípios, era necessário (e peca, na minha opinião, por defeito. E não falo apenas de Pombal). Agora, numa terra onde a sensibilidade e bom senso são o que são, como é que esta decisão política vai ser construída? É que se não for por iniciativa própria, é imposta por Lisboa. E se essa é a saída "fácil" nunca nos deveríamos eximir de discutir para melhorar o nosso território.
7 de fevereiro de 2012
Carnaval, Carnavais
Época em que alguns determinam que todos estão “obrigados” a participar em diversões mascaradas e a tolerar tropelias. Na ausência de “tolerância de ponto”, queixam-se de prejuízos para o comércio, como se a folia fosse essencial à vida e necessária à economia…
Por cá, os saloios de alguns concelhos imitam ao frio as actividades, os disfarces e os divertimentos desnudados de países quentes, como se fosse tradição... Parafraseando José Viana, diremos que os saloios convidam belas “artistas” tropicais da América Latina, pagam-lhe grandes “cachets” e, no final, dizem que “nem o cu” lhe viram.
Somos uma cultura sincronizada e aprisionada a datas e a épocas. Época do natal, da páscoa, do carnaval, dia do trabalhador, do ano novo, da criança, da mãe, da mulher, do pai, da árvore, do município, da água, do bodo, do “parabéns para o menino” velho…
Vamos trabalhar...
Por cá, os saloios de alguns concelhos imitam ao frio as actividades, os disfarces e os divertimentos desnudados de países quentes, como se fosse tradição... Parafraseando José Viana, diremos que os saloios convidam belas “artistas” tropicais da América Latina, pagam-lhe grandes “cachets” e, no final, dizem que “nem o cu” lhe viram.
Somos uma cultura sincronizada e aprisionada a datas e a épocas. Época do natal, da páscoa, do carnaval, dia do trabalhador, do ano novo, da criança, da mãe, da mulher, do pai, da árvore, do município, da água, do bodo, do “parabéns para o menino” velho…
Vamos trabalhar...
2 de fevereiro de 2012
Política Cultural? Que Política Cultural?
A IGAL constatou que não existia um regulamento adequado aos subsídios que a Câmara dava (sim, dava). Não havia critério, portanto. Tal como tantas e tantas vezes se disse e criticou. Finalmente, por imposição da IGAL apareceu um regulamento.
Que podem consultar aqui e onde se propõe "a publicitação dos critérios que estão na base da definição da política cultural do Município de Pombal" apesar da "definição dos apoios concedidos aos promotores culturais" ter sido até agora "rigorosa, transparente, criteriosa, incentivadora e amplamente consensual, no sentido de preservar e estimular a fruição de momentos culturais e de lazer." Mas que maçada esta de fazer um regulamento quando a coisa até já estava a correr bem, não é? E por isso, fez-se. Ou melhor, fez-se que se fez. Porque em bom rigor, critérios objectivos, nada. Mas deixo à vossa apreciação, que alguma opiniões já tenho recolhido, seja de quem está na área cultural, seja de quem vê isto de forma jurídico-administrativa.
Acrescento que para mim, é mais um exemplo da rede montada (por aqui e por muitos municípios fora): todos se queixam do Estado, mas agradecem que ele, nas mais variadas vestes, lhes assegure uma verbazinha (ou o emprego para o familiar ou para o conhecido). E a degradação da nossa democracia também vem desta perversão. Mas já sabemos que antes isso que uma sociedade onde não se ajuda o amigo...
Por último, este regulamento visa definir a política cultural do Município de Pombal. E o que é essa coisa de Política Cultural? Podem ler este trabalho sobre o que é política cultural. Mas deixo aqui um excerto: "A política cultural autárquica (...) define-se por um conjunto de princípios e de objectivos estruturantes, de prioridades e de critérios de actuação, quer quanto à natureza e às modalidades dos projectos, quer quanto aos modos de financiamento, quer ainda quanto à natureza da relação a estabelecer com os diversos actores do campo cultural. Exige sistematicidade e coerência; planificação, concertação e parcerias entre os actores directamente envolvidos, sejam os políticos e os culturais, seja a própria sociedade civil. Exige diagnósticos de situações sociais e culturais e de públicos. Exige avaliação de actividades e de resultados."
Eu fiquei esclarecido. E à espera que haja um dia uma Política Cultural em Pombal, já que não será este regulamento que a criará ou definirá. Já agora esqueçam a questão de prioridades, que uma política cultural não significa desperdício ou com elitismos, que a cultura não tem que ser "alta" ou "baixa", "urbana" ou "rural", tem é que existir como parte de uma sociedade que se quer desenvolvida. Talvez até de charneira, quem sabe?