foto de uma iniciativa alusiva ao dia, em...Ansião
Uma tarja. Uma tarja comprida, larga, vistosa, de tamanho suficientemente grande para aliviar a consciência municipal no que toca à data de hoje: 25 de Novembro é o dia Internacional para a eliminação da violência contra as mulheres. Já se sabe que Pombal é mais dado a lembrar o outro 25 de Novembro, e que uns metros de lona vermelha com a inscrição da data é quanto basta para cumprir calendário. Ao lado, uns desenhos de crianças e uns cartazes de eventos passados.
Dantes a APEPI (que tutela na cidade uma casa-abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica e um gabinete de apoio às vítimas) ainda organizava umas palestras, umas marchas, qualquer coisa que lembrasse o dia aos que vivem distraídos - e são muitos; há quem não imagine que esta cidade acolhe as dores mais fundas de mulheres e crianças, feridas abertas às vezes para sempre, que sangram nas escolas, nas tentativas de empregos, nas vidas das que ficam. Há quem prefira fazer de conta que por estes concelho fora (como no resto do país) não há violência contra as mulheres, e que por isso o tema não é suficientemente importante para merecer uma daquelas sessões que a Câmara gosta de fazer, no Café Concerto, mobilizando técnicos deste e daquele serviço.
Como não temos sociedade civil - e se não for o Farpas não há quem promova debates com independência - ficamo-nos assim pela tarja. Não vos basta?
Ora cá está mais um tema onde a "tal sociedade civil" que não existe é muito bem representada por exemplo pelo Farpas que deste modo acaba tendo uma utilidade pública de relevo muito para além da crítica mordaz ocasional.
ResponderEliminarHá coisas que nascem com um propósito e, sem querer, acabam enveredando por caminhos jamais buscados e granjeando uma projeção e utilidade ímpar nunca imaginada...
Eu vislumbro o Farpas neste horizonte...
Quanto às violência contra as mulheres sinto uma profunda revolta
pelas consequências nas vítimas e nenhuma tolerância pela infame cobardia dos agressores...
Por mim as penas aos agressores deveriam ser agravadas mas com um ano sabático onde fossem tratados semanalmente com a mesma receita que aplicaram nas mulheres...
Ah lei de Talião que para certas coisas fazes cá tanta falta...
Cairia a pique a tal da violência doméstica...