Só quem não conhece o concelho de Pombal é que alguma vez suspeitou, primeiro, que Narciso Mota ganhasse as eleições e, segundo, que as suas hostes lhe fossem fiéis até final. O velho engenheiro apresentou-se a eleições sem chama, com um projecto politico gasto e traindo o seu discípulo dilecto. Os eleitores, e muito bem, não lhe derem a vitória; Narciso Mota não merecia voltar a presidir os destinos da nossa Autarquia.
O que se passou após as eleições também era fácil de antever. Como aqui disse, "as hostes do movimento Narciso Mota - Pombal Humano (NMPH) vão aperceber-se rapidamente (se é que já não se aperceberam) da fragilidade do projecto. Totalmente focado na personalidade do seu mentor - que apenas prometeu ser o mesmo de sempre -, o movimento NMPH é demasiado inconsistente e, por isso mesmo, está condenado a muito breve prazo. Narciso Mota já veio dizer que aceita a vereação (o que só lhe fica bem), mas dificilmente conseguirá manter o compromisso até ao final. A máquina laranja irá fazer tudo para lhe infernizar a vida, muito à semelhança do que ele sempre fez com os seus adversários políticos. Nessa altura, os correligionários do movimento NMPH, órfãos de pai, irão a correr procurar abrigo junto da mãe que renegaram."
Espanta-me, por isso, a surpresa com que a notícia da atribuição de pelouros ao vereador Pedro Martins foi recebida. Não existe nada de substancialmente diferente entre o PSD e o defunto movimento NMPH. São a mesma face da mesma velha moeda. Por outro lado, também não percebo toda a indignação gerada. O objectivo das eleições autárquicas consiste em eleger vereadores e não, como muitos pretendem, apenas o Presidente da Câmara. O nosso modelo autárquico permite a existência de executivos multicolores o que, quanto a mim, enriquece a democracia. Ao contrário do que o PSD (e o PS) defendem, esta decisão de Diogo Mateus abre um bom precedente em Pombal que espero se volte repetir. No entanto - e é aqui que reside a única crítica que faço ao Presidente da Câmara -, estas alianças devem ter substância política e ser assumidas pelas forças partidárias que lhes dão forma. Caso contrário soam a uma mera troca de favores que em nada dignifica os seus protagonistas.
O principio do PSD de Pombal sempre foi este: Aos amigos tudo, aos inimigos nada, aos restantes aplique-se a lei.
ResponderEliminarTem razão no aforismo invocado,só que ele não se restrige ao PSD mas sim a todos os partidos no poder.
ResponderEliminarTalvez a pratica de multicoloridade até seja um bom precedente e retorne frutos nunca antes colhidos.
Mas numa sociedade gregária a comunicação é fundamental para que uma boa medida não se torne num desentendimento.
Daí que o Adérito esteja cheio de razão quando diz que as forças partidárias e quem as representa as devem assumir, previamente articuladas com quem tem ou propõe essas iniciativas.
Daí a importancia de uma boa comunicação porque quando esta falha instala-se obviamente o alarido.
Mas nesta época de maior estimulo à partilha e boa vontade, apesar do "para os amigos tudo e para os inimigos nada" aqui ficam os meus desejos de um Santo Natal para os amigos, também para os inimigos e já agora para os outros.
Um especial abraço ao Roque e ao Adérito.