Os leitores quererão informações, ou opiniões, mas não as tenho; e as que tenho preferia não as ter. Nada de novo, portanto.
Só sei que está frio; ou melhor, que o tempo continua frio. Que há obras, paradas, que nos param. E esqueletos a céu aberto. Que há política, ou melhor, politiquice, que não interessa. Que interessa se o Diogo se recandidata ou não? Se os Pimpões avançam para o partido? Se a Odete (por)segue? Se o Narciso continua por cá, a penar?
Podia falar das ambições dos Pimpões, do João e do Pedro, mas não quero. Podia falar dos estratagemas do Diogo para a tramar os Pedros, mas não os conheço. Ou da inexistência da Odete, e do seu partido, que bem conheço. Mas para quê? Ano Novo pede coisas novas, não velhas. Deixemo-los salmourar mais um pouco.
Nos entretantos, entretenho-me e entretenho-vos com banalidades. Até porque, a frieza reconforta-se melhor com vulgaridades. Estaríamos melhor se o Narciso não tivesse existido? Se o Diogo se tivesse tornado útil? Se o superlativo Pedro já tivesse descoberto o elixir da felicidade? Se a Odete tivesse voz? Não sei. O que é não é o oposto do que não é. Mas estaríamos melhor, com certeza, se o Diogo já tivesse percebido que, por mais alto que seja o trono, nele só se senta em cima do cu.
Quanto ao resto, o nosso drama colectivo é termos demasiados existentes que justificam a existência de outros existentes.