Grande tareia

Na discussão das GOP e Orçamento, o doutor coiso - um prosélito da retórica balofa, que gasta o tempo e a energia a mostrar o que não é – discorreu, durante meia hora (!), um chorrilho de banalidades e ideias requentadas intercaladas com falsos assomos de rectidão.

Como é uma criatura sem ponto de apoio e espinha dorsal, e tem do outro lado um adversário que o conhece bem e tem mais lábia que ele, sempre que esboça um movimento de ataque tropeça no passado e cai . Na última reunião levou uma valente tareia.


27 de novembro de 2020

Tramiquices, mentiras e cara de pau

O doutor coiso, munido de informação relevante sobre a contratação do biscateiro dos retratos, entrou a pés-juntos sobre o doutor Mateus e o seu escudeiro.

O doutor Mateus, escaldado com as continuadas tramiquices do GAP, preparou as coisas para se demarcar do seu escudeiro (convém-lhe começar a sinalizar as coisas), salvar a face, e desacreditar o opositor.

Resultado: o doutor coiso foi à procura de lã e saiu tosquiado.

26 de novembro de 2020

A grande sondagem

Uma pessoa percebe que está num concelho-charneira (como diria Narciso Mota) quando:

a)  em plena pandemia, uma conceituada empresa de sondagens (como a Pitagórica) manda para a rua equipas que façam inquéritos presenciais, mesmo quando aqui estão aplicadas as medidas mais apertadas do estado de emergência, por sermos um concelho de risco muito elevado.

b) um partido tem dinheiro para gastar nas guerras intestinas, no duelo entre Pedro Pimpão e Diogo Mateus, que bem pode contar com um árbitro como Narciso Mota - que nunca deixou de ser quem é. 

A pretexto de "um inquérito sobre as condições de vida na freguesia e no município, nomeadamente durante a pandemia", fui esta manhã abordada por duas simpáticas moças. Quem faz das entrevistas o modo de vida sabe bem como é importante encontrar respostas. E por isso prontamente acedi responder, sem imaginar que tinha pela frente este filet mignon . Para quem a encomendou...uma chatice. É a lei de Murphy, amigos.

Todo o inquérito (com uma amostra de 400 pessoas) é centrado na atuação do presidente da Junta e do presidente da Câmara. É curiosa a forma distintiva como o movimento NMPH é tratado nas perguntas, e é quase desonesta a escolha das fotografias dos possíveis candidatos. Na primeira imagem a ideia é saber se o entrevistado conhece cada uma daquelas figuras. Na segunda, já com os nomes, pede-se que sejam avaliadas as condições que têm (ou teriam) como presidentes da Câmara. Depois, mistura-se o passado e o presente (na medida que interessa), trazendo-nos à memória aqueles de quem já nem nos lembrávamos, como Pascal Rodrigues ou Amilcar Malho, que foram candidatos nas últimas autárquicas.

Quem encomendou o estudo conta que Gonçalo Pessa (que foi candidato do BE em 2017) está arrumado, e que Sidónio Santos também já não conta para este jogo. Ah, e 'ressuscita' para Pombal e para a CDU o nosso camarada farpeiro Adérito Araújo. 

E eis que fica escancarada a teoria que vários psd's replicam por aí, sobre possíveis candidatos do PS que (na óptica deles) dariam mais luta que a já anunciada Odete Alves: Eduardo Pinheiro, atual secretário de Estado da mobilidade, cuja ligação a Pombal é quase nula, e João Gouveia, o vizinho de Soure. 

As dúvidas sobre a autoria desta proeza só são alimentadas por esta pergunta:

a) Diogo Mateus ganha de certeza a qualquer candidato do PS

b) Diogo Mateus tem uma grande probabilidade de ganhar, seja qual for o candidato do PS

c) Diogo Mateus pode ganhar, dependendo de quem seja o candidato do PS.

d) Diogo Mateus tem poucas probabilidades de ganhar, seja quem for o candidato do PS

e) Diogo Mateus de certeza que vai perder, com qualquer candidato do PS.

Uma nota final para o momento de glória de Pedro Murtinho, nosso estimado vereador das obras tortas, que tem nesta sondagem um lugar de destaque, ao lado do escuteiro João Cordeiro, do Louriçal, ambos do PSD. E também para a cândida Liliana, do CDS. E para o Rodrigo Canoa, esse portento do Chega, agora desavindo com o mentor. 

25 de novembro de 2020

Os “Briefings” do Diogo


 

Até aqui, eramos inundados com briefings pela Graça Freitas e pelo António Sales ou Marta Temido, diariamente na TV. Por recomendação de vários especialistas da área da ciência, consideraram os mesmos contraproducentes e desaconselhados. A verdade é que as pessoas, de uma forma geral, se encontravam e encontram cansadas de ouvir falar em números, estatísticas e mortes por COVID.

Eis senão quando, em Pombal, começamos hoje com formato diário com uma espécie de Briefings em modos de Graça Freitas e António Sales!

Questiono o objectivo de tal iniciativa? O Município a substituir-se à autoridade de saúde pública para divulgar o número de casos? Bem sei que muitos concordarão com tal iniciativa, até há quem reclame/exija saber os números por freguesia (e não duvido que alguns até defenderiam que os nomes dos doentes fossem divulgados, sim porque ainda há muita gente a achar que tem o direito de saber!).

Mas objectivamente para o cidadão, que mais valia trará esta informação para a sua conduta diária, que se espera ser de elevada responsabilidade? Nada! Apenas cusquice, desconfiança e descriminação para com a pessoa infectada.

Precisamos sim de saber, como nos proteger e consequentemente proteger o outro e cumprir com as recomendações.

Do Município, esperamos que faça Briefings acerca das medidas excepcionais que tem para apoiar o comércio local; de como atrair investimento para o concelho; de medidas de apoio às famílias com dificuldades económicas; de medidas de apoio para os agentes culturais, entre outros; esses é que ainda não ouvimos nenhum!

O Banquete do TAP


Parabéns ao TAP pela coragem de levar avante a apresentação do seu novo espetáculo "O Banquete", com encenação de António Oliveira e Julieta Rodrigues, da Companhia Radar 360º. Não tendo sido possível agendar para a noite de sábado, o TAP convida-nos para um "brunch" no domingo, dia 29, às 11h, no Teatro-Cine. Numa altura tão difícil como a que vivemos, é de saudar quem nos faz lembrar que "nos dias que correm não há nada mais importante do que reclamar o direito à nossa humanidade".

20 de novembro de 2020

Comédia a la carte no PSD/Pombal

Uma pessoa anda pela rede num momento de descontração e entretenimento, e leva com o feed do Pedro Pimpão sem pagar bilhete.

Toda a gente sabe que está armada no PSD local a maior disputa pelo poder de que há memória. Que Diogo Mateus os enrolou a todos com a conversa de que não se recandidatava, mas deu o dito por não dito. E disse-o já ao próprio Pedro - que tem mais exército mas menos estratégia, e por isso não bastam sprints, é preciso endurance para a maratona. E também já não tem propriamente idade para se prestar a estes números.

O eleitorado mudou, Pedro. Já não come toda  a papa que lhe dão. E toda a gente sabe que o PSD está mais frágil e dividido que nunca. Só difere do PS porque tem mais gente, e o cheiro do poder é real, beneficiando da falta de comparência do adversário. Mas olha para este título e para as respostas às deixas com vontade de se atirar para o chão a rir.  

19 de novembro de 2020

(Des)qualificação da zona do Casarelo

A CMP fez correr pela imprensa que “a zona do Casarelo, confinante com a encosta do Castelo, no centro da cidade de Pombal, vai ser requalificada para acolher uma bolsa de estacionamento…”. A necessidade de requalificar a zona é óbvia - tal a disfuncionalidade e o mau aspecto do local.

Mas no urbanismo, como em quase tudo, o problema não está no fazer, mas no que fazer. A CMP tem tratado o urbanismo sem critério, sem sensibilidade e contra as tendências actuais – contra aquilo que a urbe deve ser, actualmente.

Requalificar a zona mais nobre da cidade para lá colocar um parque de estacionamento, quando as cidades estão a fazer o trajecto oposto – expulsar os carros do centro das cidades – não lembra ao diabo.

Com gente de vistas curtas, e outra sem vista, nunca sairemos da cepa-torta.


14 de novembro de 2020

Como dirimir o feriado municipal


Não é de agora a vontade em dirimir todos os motivos de interesse do nosso feriado municipal. Este ano, a pandemia veio dar uma ajuda e, para gáudio dos beatos que habitam o Convento do Cardal, o programa ficou confinado à santa missinha. Felizmente, a santa missinha não ficou confinada às paredes da Igreja. O Município de Pombal, prevendo que muitos de nós não pudessem assistir à celebração, transmitiu tudo na sua página oficial. Deus o abençoe!

Imagino que Martinho de Tours, tão bem lembrado estes dias pelos nossos soldados do bem, não fosse propriamente um folgazão. Mas caramba, ao nem ao menos o baptismo dos novos motards? Dizem as más línguas que, na véspera do feriado, houve uma festazita privada no Teatro-Cine. Tenho a certeza que não foi divulgada para não atrair o vírus pois, como toda a gente sabe, ele é doidinho por festas. Principalmente quando os artistas são do melhor que temos no país: Pedro Jóia, José Salgueiro, Patrick Mendes, Ricardo Silva, João Silva e Daniel Romeiro. 

Não é preciso ser especialista em virologia para saber que a melhor forma de dirimir o bicho é com rezas. Sendo uma criação do demónio, o SARS-CoV-2 não resiste a três pai-nossos e duas ave-marias. Infelizmente, o feriado municipal também não.

10 de novembro de 2020

A campanha


A minha pequena cidade tem aquela particularidade das vilas e aldeias: é pequenina. E mesmo quando ligada ao mundo, comporta-se amiúde como se vivesse fora dele. Às vezes isso dá-lhe encanto, torna-a pitoresca, outras vezes é angustiante, perturbador.

Aconteceu recentemente, a propósito da campanha de "ajuda" ao comércio tradicional, que a Câmara encomendou, espalhando pela cidade e pelas freguesias as caras de umas dúzias de "agentes" culturais, desportivos, etc.

Num post aqui publicado há dias, o Adelino Malho chamou-lhe 'campanha saloia', traduzindo em palavras aquilo que muitos de nós pensámos. Além de saloia, mal feita. Como se fosse importada dos anos 80, quando a fotografia era aquilo, quando a comunicação era feita assim. Evoluímos muito nessa matéria, nas últimas décadas. E pasme-se, temos gente no concelho que faz campanhas publicitárias para o mercado nacional e internacional.

Mas a nossa costela mais pequena, mais maneirinha, mais tão-lindos-que-eles-estão logo se esforçou por distorcer a discussão. Num instante, em vez da campanha - e da sua (in)utilidade - estávamos a discutir os meninos da natação, as meninas do basquete, "os jovens atletas da nossa terra" (dos clubes que foram felizes contemplados e seleccionados), nessa capacidade inata de confundir a beira da estrada com a estrada da beira.

Ou não.

Não é inocente esta escolha municipal. Assim como não é inocente a localização dos outdoors. Já lá ficam as estruturas para campanhas que hão-de vir, em menos de um ano. De inocente, aqui, só a candura de meninos e meninas cujo guarda-roupa tem sotaque turco, chinês ou do Bangladesh, e é feito por meninos e meninas como eles, vendido nas marcas do comércio internacional, no shoping da cidade mais perto de si.

Fico à espera de os encontrar a todos na loja da D. Lucília, na Lurdes, na Gina, na Teresa, na Anabela, ou noutra qualquer do comércio tradicional.

Eram essas protagonistas que eu queria ver na campanha. E já agora que fosse uma campanha a sério, como até as dos anos 90 já eram: pensada para a rua, mas também para as rádios e os para os jornais - e já agora, que estamos em 2020, para o online.

Mas isso sou eu que tenho a mania. 



5 de novembro de 2020

E então estamos sem delegado de Saúde

As notícias de hoje dão conta do episódio mais inquinado dos últimos dias: o delegado de saúde de Pombal pediu a exoneração do cargo. Vai embora no final deste mês, mas até lá está de férias. E antes disso travou-se de razões com a coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Pinhal Litoral, Odete Antunes - que até é natural do concelho e conhece bem este terreno. 

Para completar este quadro de miséria, uma das médicas da equipa de José Ruivo deixa Pombal e vai assumir funções de delegada de Saúde...em Alvaiázere. Só que o jogo é mais complexo, como revela a notícia de capa do Jornal de Leiria: a Saúde Pública da região está a funcionar com metade dos médicos. Dos 10 que existem ao serviço do Pinhal Litoral (que inclui Pombal, Batalha, Leiria, Marinha Grande e Porto de Mós), quatro estão de baixa. Um está de férias, a caminho da exoneração. 

Isto é tudo aquilo de que não precisamos numa pandemia. Precisamos antes de duas coisas: uma administração regional de saúde que complete rapidamente as peças do puzzle que faltam, e um poder local que em vez de se preocupar com a georreferenciação esteja em cima da necessidade que é assegurar o funcionamento dos serviços. Que uns e outros vão um bocadinho para além de posar para a fotografia quando é 'inaugurado' o Drive-Thru na Expocentro. 

É certo que a pandemia foi um cataclismo que aconteceu às autoridades de saúde pública, em geral. Tínhamos um país onde os delegados de saúde estavam descansadinhos no seu posto, e de repente um vírus abalou todo o sistema. José Ruivo é delegado de saúde desde 2007. Conhecido por ter 'mau-feitio', tem desempenhado as funções de forma competente e rigorosa, apoiado numa equipa curta, mas empenhada, exímia no rastreio dos contactos, na prescrição de testes, na vigilância hercúlea que é preciso fazer. Aguarda-se a todo o momento que a USP venha a público dizer alguma coisa ou anunciar a substituição. Sob pena de ficarmos todos dependentes dos humores de uma médica de saúde pública que desautoriza um colega porque o marido joga xadrez e vai participar num torneio, fazendo fé nas palavras de José Ruivo. 

4 de novembro de 2020

Pombal Industrial

Pombal Industrial é isto – o que o vídeo mostra. Bem sei que não é só isto, que também há o resto, os bons exemplos, a outra parte. Mas esta, o Pombal Industrial que existiu e morreu, mostra-nos o percurso, os erros, o desleixo - a forma como o poder político nunca cuidou dele.

A história do desfalecimento de Pombal é a história do falhanço da industrialização do concelho (de que me fartei de falar aquando da passagem pela AM). Bem sabemos que as empresas têm um ciclo de vida, que há as que morrem e as que nascem. Mas esses processos têm que ser geridos. Aqui, nem um nem outro o têm sido. O estado deplorável do Parque Industrial da Formiga, mesmo no centro da cidade, mostra o profundo desprezo do poder político pela economia do concelho. 

Cada um é para o que é – este poder político é para ganhar eleições. Sabe que as ganha fazendo a via-sacra pelas capelinhas, comissões fabriqueiras e associações.

3 de novembro de 2020

Campanha saloia

A CMP lançou, nos últimos dias, uma “suposta” campanha de incentivo às compras no comércio tradicional, com a colocação de uns quantos “outodors” espalhados pela cidade e sede das freguesias, onde umas quantas figuras e figurinhas locais apelam à compra no comércio local com um “Nós compramos! Compre também!!

A campanha propõe-se ajudar o comércio tradicional/local, mas provavelmente não assegurará uma única venda, tal a vulgaridade, o descrédito e a parolice que evidencia. É o tipo de coisa que se faz por fazer, simplesmente para mostrar serviço ou para contrariar a ideia de inação. 

Dirão alguns – talvez muitos – que é melhor fazer alguma coisa que não fazer nada. Neste caso, o melhor era mesmo não fazer o que se fez. Não há pior trabalho do que aquele que nunca deveria ter sido feito - o que não acrescenta valor destrói valor.

A sabedoria popular costuma dizer que com vinagre não se apanham moscas. Acreditar que com uma coisa destas, démodé, que no lugar de seduzir repele, pela poluição visual e mensagem associada, roça a insanidade. Isso é tão evidente que nem os seus mentores acreditam nela - admiram-se por comprarem ou que alguém compre no comércio local.

De onde não há não se pode tirar. Daqui o comércio local não tirará um euro sequer.

1 de novembro de 2020

Alô? É do PS?


É só para dizer que existem por aí diversos cursos on-line que ensinam as elementares regras de comunicação. Bem sabemos que o PS local está cheio de especialistas nesta matéria, mas está aqui a falhar qualquer coisinha...
Participar numa reunião online não é diferente (no que ao saber-estar diz respeito) de uma reunião presencial. E é um tudo-nada falta de respeito passar o tempo ao telefone (seja lá com quem for), por parte daquela que é, até agora, a única candidata assumida à Câmara Municipal. Faz parte daquele rol de atitudes que nunca devemos ter nas reuniões. Há outras, mas os especialistas hão-de saber quais.
Por ora, estamos como a drª Odete: é tudo o que se nos oferece dizer sobre o assunto.