O que acontece na Ilha desde 2016 (e de que aqui falei em 2018) é caso único no panorama cultural do concelho de Pombal. Há alguns casos de apontamentos comunitários no distrito de Leiria (a Torre da Magueixa, na Batalha, talvez seja a que mais me faz lembrar, mas há outras, nos concelhos de Alcobaça, Porto de Mós, Caldas da Rainha, etc) ou que se lhe comparam, mas nada é igual ao que se vive ali, no parque de merendas e lazer daquela terra, em que um grupo de jovens ligado à ARCUPS consegue mobilizar pais e avós em torno de um festival de música, artes e costumes.
No fim de semana passado, dois anos depois do interregno a que a pandemia obrigou, voltou a acontecer. E aconteceu também um desfile de políticos como nunca tínhamos assistido. Em Pombal, o poder não percebeu o que tem ali. É um problema que vem do passado (lembram-se de quando se esqueceram de convidar esta malta para as conversas da Rede Cultura 2027, quando são eles afinal a pedrada no charco?), mas que agora se agrava, com o pelouro da Cultura em pousio. E agrava-se a este ponto: o festival Ti Milha não figurou sequer na agenda cultural de Julho, distribuída pela autarquia - como bem notou o vereador do PS, Luís Simões, na última reunião de Câmara.
Pedro Pimpão puxou dos galões para dizer que a Câmara apoiou como nunca a organização do Ti Milha (primeiro eram só seis mil euros, depois a deliberação foi revogada e o apoio dobrado para 12 mil). Já é um passo. Falta agora fazer o caminho. E perceber que é tão longe daqui à Ilha como da Ilha a Pombal. Chamar esta malta para outras coisas. As tais "dinâmicas do território".
*foto da Ana Formigo e do Fábio Silva, que têm muitas e boas imagens dos três dias na página do Ti Milha no Facebook
O Ti Milha é só uma ILHA no panorama bacoco e PIMBA das Festas por todo o concelho. Ainda bem que os políticos ignoram aquilo, senão ainda vamos ter que levar com discursos de Presidentes vaidosos em cima do palco, quando afinal a malta quer ver arte e artistas. Estas gentes da Ilha são um mundo á parte, no concelho. Desejo que se mantenham assim e já agora só para vos dizer que: Se fosse da Ilha votaria, sem pestanejar, na DESAGREGAÇÃO da União de Freguesias. Vocês são únicos, protejam a vossa identidade.
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