2 de março de 2023

O canto do cisne no PS

 


Os membros da comissão política concelhia do PS receberam ontem à tarde uma convocatória do indigitado presidente, Joel Gomes, para uma reunião extraordinária com um ponto único: retirar a confiança política ao líder da bancada do partido na Assembleia Municipal, João Coelho. Ao mesmo tempo, o jovem-promessa do aparelho socialista desfez-se em contactos com as bases, com o topo e com o que resta da estrutura, numa tentativa de justificar a insane intenção: em causa está a iniciativa de João Coelho (e sua bancada) levar à AM o voto de censura às declarações de João Pimpão, presidente da Junta de Meirinhas, a propósito da violenta agressão ocorrida recentemente dentro do Colégio João de Barros, atirando um aluno de 12 anos para o hospital. 

Ora, à hora em que decorria a AM, já Joelito (que, recorde-se, tem como única soft skill conhecida a arte de raspar canetas) anuía às ordens da mini-Odete que é a presidente da JS, e tentava acalmar os ânimos dos vereadores, apanhados de surpresa pelo voto de censura.

Não contente com  a inépcia perante este e outros casos da vida da terra, Joel faz aqui bem o papel de pau-mandado. Intriga-nos, porém, esta súbita manifestação de coragem, pois que o PS arrasta há anos um caso que há muito merecia - esse sim - a retirada da confiança política: Paulo Duarte, da Redinha,  único presidente da Junta eleito pelo PS, que sistematicamente vota contra o partido na AM, ignorando-o em toda a linha, à excepção de quando voltou a precisar dele, nas últimas eleições.

Não deixa de ser irónico o destino do PS, e este canto do cisne da concelhia do partido, pois que essa jogada da bancada foi, de longe, a melhor e com mais resultados políticos dos últimos tempos. Ninguém quer saber das propostazinhas da JS, das achegazinhas dos vereadores, fatias esboroadas desse bolo que é a "oposição colaborante", que não se opõe a nada e vive para ser ramo de enfeite. 

Se ainda houver uma réstia de respeito pelos eleitores que votaram em João Coelho e a sua equipa (recordo que foram mais do que aqueles que votaram na candidata à Câmara), e sobretudo se ainda houver socialistas dentro do PS, este terá sido um tiro nos pés de vários aspirantes a protagonistas. Mas a ver vamos o que nos revela a noite das facas longas na próxima segunda-feira. 

4 comentários:

  1. Paula Sofia, isto tudo é só a ponta do iceberg. Ha muito tempo que estava á espera desta ruptura. O ambiente tenso entre os militantes do PS, não se disfarça com almoços e jantares. Esta é a altura de separar o trigo do joio, pois 2025 é já ali. O PS como está, voltará a ser humilhado nas urnas.

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  2. A corda tinha de partir. É da lei das forças opostas. Os casamentos onde as forças de repulsão são mais fortes que as de união, nomeadamente nos de conveniência, acabam sempre assim. O estranho é que ainda não tenha partido no outro caso. Bonito era que cada um - e são muitos(as) - assumisse o desfecho e a sua responsabilidade, mas isso não vai acontecer.

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  3. Amigos, sobre este assunto estou como o Sócrates, o Ateniense, e não confundir com o mais atual e mui recriminado ex-politico:
    SÓ SEI QUE NADA SEI!
    Mas falando pela democracia em geral, e na visão de um PSD local que entende que a sociedade democrática só evolui com instituições fortes e equilibradas, lamento ver tamanhos desentendimentos no PS.
    O jogo político elevado, a discussão de ideias num nível superior exige parceiros bem organizados, de pensamento coerente e ação acertada.
    É óbvio que é mais fácil bater em mortos do que em vivos, e na lógica estrita da vitória o ideal será até ganhar-se a partida pela falta de comparência do adversário e no PSD também há alguns que assim pensam.
    Porém a vitória só é meritória quando disputada com adversários de equivalente preparação e valor.
    Com esta trapalhada do PS perde o PS, ganha fácil o PSD, mas perde sem dúvida, em qualidade representativa, Pombal.

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  4. Nobre jornalista Paula Sofia, e lá se vai muito tempo sem manifestação pública neste tão importante Blogue, foi necessário um período sabático diante de tantas atrocidades, tive muita dificuldade em defletir tanta inércia da oposição. Mas, de facto não consigo me calar diante de ácida antidemocracia, antijuridicidade e opressão. Tenho anos de militância política num país que pretende chegar ao desenvolvimento, o Brasil. Acolá, a fome, a miséria, a violência, o tráfico de drogas, a prostituição, exploração infantil, o feminicídio, o desemprego, o racismo sistémico, ausência de moradias dignas (morros são tomados), analfabetismo funcional, a falta de estrutura urbana, a deseducação e a carência na saúde são fatores que impulsionam marchas, protestos e união entre pessoas que buscam o tão famigerado bem-estar social.
    Aqui, em Portugal e Pombal identificámos inúmeras fragilidades laborais, sociais e académicas e com a Pandemia de Covid-19 existe uma imigração desumana, massiva e indigna. Com a guerra na Ucrânia, por ausência de investimentos públicos/privados de um plano exequível local e central de Governança elevar-se-ão desigualdades sociais.
    Logo, era o momento de sermos uma só voz, de caminharmos juntos em busca do desenvolvimento, progresso e subsistência: funcionários públicos (todos), associações de moradores, migrantes, refugiados, autóctones, meias-idades, jovens, idosos, transgéneros, desfavorecidos, empresários, comerciantes, industriais, empregados, crentes e ateus, mulheres, homens, nómadas digitais, autónomos porque se tudo não mudar, será um duro cenário apocalíptico a começar com a autenticidade das alterações climáticas - factos probatórios do senso comum. Portanto, quais são as pautas políticas: todas. Essa revitalização de tudo no todo, passa pela ética e alteridade - retidão, honestidade e reconhecer que existem outros. Eu pertenço ao PS - CONDENADOS DA TERRA, porque nem vista e reconhecida sou – atenção: no meu próprio partido do qual sou parte integrante de muitas discussões, infelizmente, nem todas as lutas poder-se-iam tornar-se públicas, diante da gravidade e sensibilidade das coisas da vida. E por ser membro da comissão política informo que não entendo democracia e ativismo político desta forma. Tudo deve ser debatido e construído colectivamente, de forma igualitária em respeito à diversidade. Quis fazer um projeto de inclusão social de Doutoramento ligado às migrações – veja a importância geopolítica e empresarial do Brasil e aos autóctones – que querem em Portugal o respeito às regras, aos costumes, seus padrões e tradições, enfim, requisitei espaço para discuti-lo, como necessidade prioritária do concelho de Pombal e fui ignorada, além de tantas outras propostas que tenho comigo já expostas à sede nacional. Se, o partido não trabalha à elevação, harmonização e inclusão das populações, qual a razão de existir? Se, a diversidade, a liberdade de ativismos, manifestações de votos – inclusive de repúdio e de expressão não são respeitados, qual democracia? Se, as crianças e jovens, pessoas de necessidades especiais, desfavorecidos, idosos, gentes de toda sorte e a coisa pública são violados diante de nossos olhos e não merecem pedidos de remições, apoios e protestos qual é a causa deste partido, que se diz SOCIALISTA? São questões que deixo aqui, além do registo da minha ausência na reunião da comissão política da concelhia de Pombal como um manifesto público em prol da democracia, porque não sou massa de manobra de ninguém – UNIPESSOAL – não sou um ser domesticado, mas fruto de uma construção histórica, com uma marca axiológica e limitações próprias, mas essa composição respeita a participação popular e a COLECTIVIDADE, sustentadas na liberdade. Afinal de contas os Exmos. (as) membros da Assembleia Municipal foram eleitos por sufrágio universal.
    Abraços sinceros e de facto, SOCIALISTAS!

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