O dotor Pimpão resolveu levar o Plano Estratégico à Assembleia Municipal. Fez bem. Nada delícia mais os dotores e as dotoras da província que a oportunidade de falar publicamente de coisas complexas. Foi um deleite ver os nossos altos representantes a debitar banalidades desconexas sobre matérias que desconhecem. O líder de bancada do PSD, J. G. Fernandes, abandonou a reunião quando se iniciou este ponto…
Acompanho as reuniões da Assembleia Municipal há três décadas; não me lembro de assistir a uma coisa tão sensaborona e chocha. O documento não ajuda nada: é um monte de palha que não tem nada de estratégico - nem intento estratégico estabelece - de onde só se aproveita o diagnóstico. Consequentemente, não ajuda nada à discussão da temática, já de si complexa. Mas como as pessoas adoram falar do que não sabem, e gostam de se ouvir, foi uma diarreia de banalidades desconexas e de retórica de polichinelo.
Não conheço nenhum político – e conheço muitos – que use mais vezes a palavra estratégia (e suas derivadas) que o dotor Pimpão - o dos Santos já o quer acompanhar mas ainda não consegue. E sabem porque é que ele usa frequentemente a palavra estratégia? Porque desconhece o seu verdadeiro conteúdo e quer parecer o que não é. Quanto mais frequentemente uma pessoa usa a palavra estratégia mais desconhece o seu conteúdo. No caso do dotor Pimpão chega a ser irritante ouvir o encadeado que ele faz do palavreado sobre o tema. Para além de revelar um profundo desconhecimento sobre a matéria, comprova que é exactamente a negação daquilo que quer parecer, tanto no discurso como na acção/decisão – não possui conhecimento nem réstia de pensamento estratégico.
O problema daquela infrutífera conversa de café, como alguém lhe chamou, nem foi tê-la. É julgar-se que daquilo, da conversa ou do plano, pode sair alguma coisa palpável, algum contributo concreto para o desenvolvimento do concelho. Contribui tanto como o programa eleitoral do PSD, que o dotor Pimpão ergueu perante a assembleia. Ou seja: nada.
Depois de ouvir aquilo, reforcei a minha consideração pelos que se remeteram ao silêncio – à cabeça pelo J. G. Fernandes.
O que me corrói é perceber que temos todos os nomes, mas não temos as coisas. Falamos de estratégia mas não temos nenhuma, para nada, porque não há pensamento sobre a terra; apregoamos planos (estratégicos) para o envelhecimento ativo mas temos zero ações para os mais velhos espalhados pelo concelho. Depois cruzo-me com exemplos de concelhos vizinhos e percebo o quanto estamos atrasados, entretidos com rodriguinhos e floreados, enquanto definhamos. Assim ainda vamos ganhar o pódio do despovoamento.
ResponderEliminarO que interessa é o que o povo gosta. O povo esta semana está já a pensar nos diversos eventos do dia de S. Marinho. Castanhas, vinho, jeropiga, festa e larilolés... Pimba...Pimba por todo o concelho. O povo vai sair à rua para assistir ao camião da floribela. É disto que o meu povo gosta. Sigaaa.
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